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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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domingo, 10 de julho de 2011

TRAJE, UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO

TRAJE – A CRIAÇÃO É RACIONAL DEPOIS, NEM TANTO.

Evandro J.S. Oliveira
Ha tempos passados, cerca de cinco anos, publiquei este texto no jornal “Noite & Dia”, agora vi na TV que uma cidade de São Paulo, não vi o nome, proibiu o uso de “Jaleco”, equipamento de uso na área médica, na rua. O Deputado Zé Neto deu entrada em projeto, na Assembléia Legislativa, com objetivo similar. Não acho que a lei será eficiente, é um problema educacional. Cabe aos Professores das Escolas Técnicas e Universidades atentarem para o problema.

            Desde o homem das cavernas, por causa do clima, o ser racional procurou se proteger criando uma segunda pele, que hoje denominamos de roupa, era de pele de animais, para se proteger do frio. Na região quente não havia vestimenta, era a nudez que imperava. Com o decorrer do tempo, o vestuário foi se multiplicando em sua forma obedecendo quase sempre à lógica. Citemos alguns exemplos, como proteção dos pés: sapatos, botas, sandálias etc; das mãos: luvas, lenços; do corpo: vestidos, fardas, calças, camisas, túnicas, etc. para a cabeça: chapéus, gorros, turbantes, quepes etc,. O homem sempre procurou aliar as necessidades à beleza criando a moda, agregando adereços e enfeites diversos: jóias, pintura, toda forma de adornos, mesmo os que não usavam roupas não os prescindiam dos enfeites, o caso dos silvícolas dos trópicos. Foram imposto costumes morais para as roupas de acordo com cada cultura, e quando uma civilização predomina sobre outra é que a irracionalidade sobrepõe ao lógico, alienando outras civilizações.
            Quando o europeu, durante a época das circunavegações, impuseram a sua cultura, principalmente em países sem uma base sedimentada, como o Brasil, o que não aconteceu na Índia e China, por exemplo, os índios foram sistematicamente absorvidos nos costumes do alem mar e  até hoje temos resquícios desta absorção. Em todos os campos, seja na arte, na arquitetura, na língua, na religião e na moda o Brasil foi europeizado. Este fenômeno sempre houve em casos de conquistas, exemplo a conquista dos africanos mouros da península ibérica européia com influência fundamental, especialmente na arquitetura, dos hoje italianos, espanhóis e portugueses. Esta influência globalizante não é de forma nenhuma perniciosa, a evolução necessita de um intercambio cultural de todo o planeta, o ruim é sobrepor uma civilização à outra. Mas não vamos filosofar sobre o peso de cada povo conquistador em todas as tendências, nossa intenção é demonstrar certas incongruências no tocante aos trajes.
            Como dissemos, de início as roupas eram criadas por um princípio lógico envolvendo até as cores, o caso do branco na índia e principalmente para os povos do deserto, sabemos que esta tonalidade reflete a energia do sol sendo fresca, conseqüentemente mais confortável. Mas há uma necessidade de diferenciar a classe social que predominam  sobre a funcionalidade:
            A Gravata, foi criada com a função de aquecer o pescoço no inverno o mesmo que o lenço echarpe usado principalmente pelas mulheres; junto ao paletó, o traje escuro se tornou obrigatório nas solenidades em que o pobre vivente se derrete de suor para atender  imposições ridículas. Algumas profissões, principalmente advogados e vendedores de enciclopédias, não são concebíveis sem este trajar. E as fardas? Na guerra de Canudos, mandaram um exercito, sediado no Rio Grande do Sul, para a caatinga fardado até de roupa de lã, foi um desastre, perderam para os catingueiros vestidos de roupas de couro.
È interessante que os ingleses, que impunham a moda masculina na época, quando conquistaram a Índia e a África, criaram fardamentos adequados: bermudas, chapéus,  até os civis modificaram o Smoking, tirando o paletó escuro, colocando um tecido leve branco, diner-jaketd. Vale a pena contar uma história quando do domínio britânico: “Gandhi, um dos maiores líderes mundiais, foi convidado pelo Governador inglês para uma festa no palácio, exigindo traje completo nos padrões ocidentais, o filósofo mandou fazer um smoking e mandou levar na governadoria com  cartão em que dizia que no seu entendimento a roupa é que  foi convidada e não ele”.
            Outro exemplo típico é o fardamento branco no caso do pessoal da saúde, ou que trabalha com alimentos, a função é de demonstrar limpeza, higiene. Só que para evidenciar status, em vez de se usar quando em função, pressupondo que a vestimenta esteja lavada e esterilizada, passou a ser indumentária de rua no dia a dia, por isto vemos todos os “curadores”: médicos, veterinários, dentistas, enfermeiros, pais de santo etc. andando fardados de branco.
Evandro Oliveira


2 comentários:

  1. Realmente traje é Educação e Higiene, se usa Jaleco ou Guarda-pó, para as atividades profissionais, justamente para preservar a Higiene da roupa usada normalmente. Em Salvador existe Restaurante que proíbe a entrada do freguês de jaleco ou guarda pó, o aviso está afixado na entrada. HIGIENE É PRIORIDADE NA VIDA DO SER HUMANO!

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  2. Terrível também são aquelas pessoas (nem sei como se chamam) que vestem um jaleco IMUNDO e colocam uma mesa em portas de supermercados ou farmácias para medir a pressão arterial do público...

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