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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 19 de outubro de 2021

A FEIRA QUE VIVI - II

ROQUE ARAS 
 

Continuação da postagem A FEIRA QUE VIVI - I

A economia de Feira, naquela época, se baseava na criação de gado, na exportação de fardos de folhas de fumo e no comércio, independentemente de sua agricultura de subsistência.

    Edelvito CampeloSua elite (e aqui são citados os personagens mais destacados) era formada por abastados criadores de gado (Arnold Silva, Eduardo Fróes da Mota, Carlito Bahia, João Carneiro (pai de João Durval) e Heráclito Carvalho, este também exportador de folhas de tabaco, como o eram Donga Falcão, os irmãos Fraga Maia e Galeno Fraga. Empregavam mulheres em seus armazéns de fumo onde eram selecionadas as folhas perfeitas, compradas de lavradores da região (ou entregues pelos financiamentos recebidos), após o que, devidamente prensadas e amarradas em grandes fardos, eram embarcados por via férrea para Salvador. Na Capital ou em São Félix, famosas indústrias fabricavam cigarrilhas e charutos consagradas mundialmente (Suerdieck, Talvis e Dannemann); esta chegou a produzir um dos dez melhores charutos do mundo (Corona escuro); destaque também para alguns donos de alambiques (Genésio Moreira, liderem Humildes, Cel. José Pinto, pai de Chico Pinto); e os prósperos comerciantes (João Marinho também produtor de açúcar (Usina Itapetingui), Hermínio Santos (ferragens), João Pires (tecidos), Hermógenes Santana (louças), Cícero Carvalho (joias) Armando Oliveira (o alfaiate da elite); alguns advogados ( Edelvito Campelo também político, o criminalista polêmico Jorge Watt); os médicos (Augusto Matias, Renato Santos SilvaRenato Sá, o humanitário Gastão GuimarãesWaldy Pitomboe Augusto Freitas, que também eram criadores, e Dival Pitombonotável educador.)

Não sou e não desejo ser historiador, sequer simples pesquisador; nem pretendo sê-los (lembrando Jânio, o ex-presidente), embora tenham por essas pessoas reconhecimento pelo importante papel que exercem na memória e na educação do povo. A Feira tem doutores e leigos que já se ocuparam e se ocupam dessas funções. Podem perfeitamente me dispensar de tais misteres.

Valho-me fundamentalmente da memória, com as falhas naturais, provocado pelo isolamento imposto pelo Corona Vírus, que já visitou dois filhos e uma neta, felizmente em breve hospedagem, expulso de pronto por outro filho, profissional da área, com medicação objeto de controvérsias...

Voltemos às tais reminiscências. Em 1948, o município era dividido em 10 distritos: Sede, Bomfim de Feira, Humildes, Pacatu (Sta. Bárbara), Tanquinho, Tiquaruçu (São Vicente), Maria Quitéria, Jaguara, Anguera e Ipuaçu.

Os mais influentes "coronéis" eram, pela ordem dos feudos acima nominados, Teódulo Carvalho, Genésio Moreira, Antônio Cunha, Abílio Santa Fé e José Gregório (PSD), Godofredo Leite, Juvêncio Braga, Artur Vieira e João Carneiro (UDN). O prefeito, Agnaldo Boaventura (PTB), e na Câmara eram treze edis, com destaque para Áureo Filho, Augusto Matias, Abílio Santa Fé e Edelvito Campelo. Seu deputado estadual, Carlos Valadarese juiz, Alibert Batista.

Sua política sofria grande influência dos líderes distritais, vez que a população rural era o dobro daquela que residia na cidade, com predominância da UDN/Arena. Em 1972, a balança pendeu para o lado do MDB, em razão do trabalho promovido por um vereador da oposição.

Obs: Os nomes grifados são de santanopolitanos. Clicando o mouse em cima vai para a postagem do perfil.


Replicando: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana nº 17 


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