ROQUE ARAS
A economia de Feira, naquela
época, se baseava na criação de gado, na exportação de fardos de folhas de fumo
e no comércio, independentemente de sua agricultura de subsistência.
Edelvito CampeloSua elite (e aqui são citados
os personagens mais destacados) era formada por abastados criadores de gado
(Arnold Silva, Eduardo Fróes da Mota, Carlito Bahia, João Carneiro (pai de João
Durval) e Heráclito Carvalho, este também exportador de folhas de tabaco, como
o eram Donga Falcão, os irmãos Fraga Maia e Galeno Fraga. Empregavam mulheres
em seus armazéns de fumo onde eram selecionadas as folhas perfeitas, compradas
de lavradores da região (ou entregues pelos financiamentos recebidos), após o
que, devidamente prensadas e amarradas em grandes fardos, eram embarcados por
via férrea para Salvador. Na Capital ou em São Félix, famosas indústrias
fabricavam cigarrilhas e charutos consagradas mundialmente (Suerdieck, Talvis e
Dannemann); esta chegou a produzir um dos dez melhores charutos do mundo
(Corona escuro); destaque também para alguns donos de alambiques (Genésio
Moreira, liderem Humildes, Cel. José Pinto, pai de Chico Pinto); e os prósperos
comerciantes (João Marinho também produtor de açúcar (Usina Itapetingui),
Hermínio Santos (ferragens), João Pires (tecidos), Hermógenes Santana (louças),
Cícero Carvalho (joias) Armando Oliveira (o alfaiate da elite); alguns
advogados ( Edelvito Campelo também político, o criminalista polêmico Jorge Watt); os médicos (Augusto
Matias, Renato Santos Silva, Renato Sá, o humanitário Gastão Guimarães, Waldy Pitombo, e Augusto Freitas, que também eram criadores, e Dival Pitombo, notável educador.)
Não sou e não desejo ser
historiador, sequer simples pesquisador; nem pretendo sê-los (lembrando Jânio, o ex-presidente),
embora tenham por essas pessoas reconhecimento pelo importante papel que
exercem na memória e na educação do povo. A Feira tem doutores e leigos que já
se ocuparam e se ocupam dessas funções. Podem perfeitamente me dispensar de
tais misteres.
Valho-me fundamentalmente da
memória, com as falhas naturais, provocado pelo isolamento imposto pelo Corona
Vírus, que já visitou dois filhos e uma neta, felizmente em breve hospedagem,
expulso de pronto por outro filho, profissional da área, com medicação objeto
de controvérsias...
Voltemos às tais reminiscências.
Em 1948, o município era dividido em 10 distritos: Sede, Bomfim de Feira,
Humildes, Pacatu (Sta. Bárbara), Tanquinho, Tiquaruçu (São Vicente), Maria
Quitéria, Jaguara, Anguera e Ipuaçu.
Os mais influentes
"coronéis" eram, pela ordem dos feudos acima nominados, Teódulo
Carvalho, Genésio Moreira, Antônio Cunha, Abílio Santa Fé e José Gregório
(PSD), Godofredo Leite, Juvêncio Braga, Artur Vieira e João Carneiro (UDN). O
prefeito, Agnaldo Boaventura (PTB), e na Câmara eram treze edis, com destaque para
Áureo Filho, Augusto Matias, Abílio Santa Fé e Edelvito Campelo. Seu deputado
estadual, Carlos Valadares, e juiz, Alibert Batista.Sua política sofria grande influência
dos líderes distritais, vez que a população rural era o dobro daquela que
residia na cidade, com predominância da UDN/Arena. Em 1972, a balança pendeu para o lado
do MDB, em razão do trabalho promovido por um vereador da oposição.
Obs: Os nomes grifados são de santanopolitanos. Clicando o mouse em cima vai para a postagem do perfil.
Replicando: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana nº 17
Nenhum comentário:
Postar um comentário