Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

A USINA DE ALGODÃO DE FEIRA DE SANTANA

ADILSON SIMAS - Santanopolitano, escritor, jornalista, historiador e editor do Blog “Por Simas".

   No livro “A Feira do Século XX”, páginas 135/137, o artigo de Lajedinho “Usina de Algodão – Um Símbolo Imorredouro” – (Landulfo Alves, o Grande Benfeitor da Feira), que vale a pena ler de novo.

– Conhecido por muitos como o “elefante branco” da cidade, e indiferente para outros, o prédio da Usina de Algodão foi uma das grandes obras realizadas pelo Governador Landulfo Alves em 1938.

Fachada da antiga Usina de Algodão de Feira de Santana. Localizada na Rua
Senador Quintino, em Feira de Santana, a área e as edificações da antiga usina
 fazem parte do patrimônio do Estado da Bahia.

Sendo o Governador, além de alto oficial do Exército Brasileiro, notável engenheiro agrônomo de profundos conhecimentos, ao visitar Feira de Santana, descobriu o seu potencial para a lavoura seca e financiou um plantio de trezentas tarefas de algodão em São José das Itapororocas, mostrando aos feirenses a vocação do solo.

Iniciada a lavoura, ele fez construir a Usina de Algodão. Foi o seu grande diretor o também agrônomo Dr. Asclepíades Negrito de Barros.

Outros distritos aderiram ao plantio de algodão e tivemos um período de muito progresso agrícola.

Talvez pelo seu amor à profissão de agrônomo, procurou diversificar a lavoura comprando da Família Papagaio aquele sítio, que hoje tomou o nome de distrito do Papagaio, e ali fez desenvolver grande plantio de coco.

Continuando o seu objetivo, criou o Instituto do Fumo da Bahia, onde hoje está uma parte do DERBA.

E finalmente comprou do Dr. Arthur Froes da Motta (pai do nosso amigo José Motta) a Fazenda Mocó, com o objetivo de melhorar as raças bovinas, o que ainda continua, para benefício dos pequenos criadores.

Com a chegada do Instituto do Fumo, Feira e região tiveram um grande desenvolvimento no plantio, no beneficiamento e na exportação do produto, tendo chegado a possuir oito grandes armazéns de escolha e seleção do fumo.
 
 Transcrevemos do Jornal Grande Bahia de 2 de julho de 2017, texto do autor acima, intuito de acrescentar informações sobre a construção da Usina de Algodão.
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Em uma excelente Live do Viva Feira, o santanopolitano e ex-reitor José Carlos Barreto Santana, discorrendo sobre o trecho onde morou na infância até adulto, ressaltou a Usina de Algodão, como apesar do grande investimento para a época, não foi de grande impacto para o feirense, pois como disse José Carlos, ouviu dos mais velhos, foi uma troca pela Faculdade de Agronomia, que se instalou na cidade de Cruz das Almas – gerando no feirense um sentimento de vice-campeão nos termos futebolísticos.

Era garoto na década de 40, esse assunto sempre vinha a baila. Não foi uma troca e sim no máximo uma compensação.

O governador Landulpho Alves, era agrônomo e o Prefeito de Feira de Santana, Heráclito Dias de Carvalho (Lolô) era um grande pecuarista gerando parceria, uma das melhores administrações para a Princesa do Sertão, além das obras acima citadas: Campo Experimental de Cisal, posteriormente de Citros, cerca de 70 tarefas, hoje Complexo Policial e o Aviário. Coloquemos também a grande obra do município, os Currais Modelo.  

Do jornal Folha do Norte, ed. 26/10/1938

Na nota ao lado vemos a avidez de como os feirenses aguardavam o resultado da viagem do Governador Landulpho Alves ao Rio de Janeiro, capital do Brasil. Landulpho lutou muito pela Escola de Agronomia para Feira de Santana, mas infelizmente para nossa cidade, o prestígio da família Passos de Cruz das Almas  junto ao Governo Federal foi fundamental.

A grande dúvida que me assaltou, já adulto foi se o Governador Landulpho teria forças para fazer tantos benefícios à nossa região, se não fosse como compensações.

 

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