Início de 1968, quatro anos de golpe militar, repressão total, eleições indiretas, nas capitais e cidades grandes os militares nomeiam os prefeitos. Cidades menores, como Feira de Santana, têm eleições diretas manipuladas, os concorrentes são do MDB de oposição, da ARENA, aliado do governo. Políticos e qualquer um que seja contra o regime são presos e torturados. Estudantes, na maioria universitários, também sofrem represálias, sem nenhuma justificativa, apenas por serem contra ou pensar diferente daqueles que apoiam os militares.
O país ainda era muito atrasado. Telefones, em Feira de Santana, só com auxílio da telefonista, o sujeito solicitava a ligação para outra cidade e levava até dois dias para concluir, quando conseguia. A BR324, Feira/Salvador, tinha apenas uma pista. Os carros eram duros, direção “queixo duro”, caixa de marcha sem sincronização, pneus frágeis. O Fusca, da Volkswagen, é o carro de todos. O Aero Willys, Simca Chambord ou o Willys Itamarati, o mais luxuoso, com detalhes em jacarandá, eram os carros dos ricos. Estavam começando a aparecer nas cidades grandes os primeiros Galaxie, o carro de luxo Ford, imponente, grande, direção hidráulica, câmbio com alavanca no volante. As bebidas eram conhaque Dreher, cuba libre, Bacardi, daiquiri, batida de limão e cervejas Brhama ou Antarctica. Os mais ricos bebiam uísque, oito anos, House of Lords, Black&White ou Grants, a maioria contrabandeados de Paramaribo. A indústria nacional produzia o Drury s e Old Eight.
Na televisão, apenas dois canais, Aratu e Itapuã. Funcionavam das quatro horas da tarde até a noite. As programações eram pequenas, e em Feira de Santana o sinal das TVs chegavam com péssima qualidade. Rádio, só AM.
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