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A
festejada crítica de arte Matilde Matos e a Professora Maria Cristina Menezes
“Marinita”, tem em comum o hábito de cultivar amizades. O que fazem
prazerosamente há 90 anos.
À esquerda Matilde Matos e à diretita Marinita |
Matilde
Augusta de Matos nasceu em 1927, na cidade de Caicó, Rio Grande do Norte. Veio
a fixar residência em 1933, no Estado da Bahia, inicialmente em Serrinha e
posteriormente na cidade de Feira de Santana, estudando no Colégio Santanópolis
onde conheceu Marinita (minha mãe).
Na
comemoração do aniversario de 90 anos de Marinita, constatei a presença de
amigos do tempo das férias em Itaberaba, na residência de meus bisavós. Ainda
solteiras e jovens fizeram amizades duradouras com Margarida Mendo Mendonça,
Lelita Vaz de Queiroz, Noelia Sincurar de Andrade, Nilda Mascarenhas de Castro,
Evoá Ferreira e Antônia de Loreto entre outros.
As
amizades continuaram em Feira de Santana, época que o Sr. Mendo, pai de Margarida,
gerenciava o único correio e telégrafo da cidade, funcionando em frente a nossa
casa, nas imediações da Prefeitura Municipal. Quanto a Matilde, considerada de
inteligência diferenciada, liderava as atividades esportivas do Santonópolis e
não faltavam passeios ao Parque Bernardino Bahia, na época área de lazer e
amizades. Em 1968, Matilde transferiu sua residência para a capital, Salvador,
assumindo uma coluna no Jornal da Bahia onde abordava atividades culturais e
artísticas da cidade e regiões. Sempre requisitada para criar e coordenar
grandes eventos nesta área. Fui também beneficiado por suas ações com o
registro no livro “50 anos de Arte na Bahia”, obra que todo artista gostaria de
ser citado.
Representante
da ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte e da AICA - Associação Internacional de Críticos de Arte,
coordenou o I Salão de Artes Plásticas do Museu Regional de Feira de Santana,
em 1980, e o II Salão em 1984. Nestas datas a grande feira livre da cidade já
estava confinada no Centro de Abastecimento desde janeiro de 1977, mais Feira
continuou produzindo cultura e artes plásticas através de seus artistas. Matilde
é personagem incentivadora desta produção.
Acredito
que a longevidade esteja relacionada à regularidade da vida, amigos e trabalhos
constantes, talvez contribuam para este sucesso.
Existe
uma teoria divulgada por Sidarta Gautama (Buda) transformada na condensação de
suas leis que diz: “o sofrimento surge do desejo”; “a única forma de se livrar
totalmente do sofrimento é se livrar totalmente do desejo”. Certamente essas
pessoas alcançaram essa máxima, vivendo a felicidade que Deus deu.
O
Colégio Santanópolis, desde 1933 já pensava em promover arte e cultura, além da
educação formal seu objetivo alvo. Com isto, promoveu em 1951 a primeira
exposição de Raimundo de Oliveira, atualmente festejado artista visual
brasileiro e imortalizado em suas obras. Para historiar sobre o colégio que
vivenciei na minha adolescência, começo pelos meus avós o Deputado Áureo Filho
e Palmira Sampaio de Oliveira, família de educadores que elevou o nível
intelectual e quebrou a monotonia educacional da cidade, inovou no ensino e estimulou
a cultura. Com essa máxima e propósito, minha mãe Marinita, estudou e ensinou
no colégio. Em seguida frequentou a Faculdade de Filosofia da Universidade Federal
da Bahia e pós-graduação em Biologia na Universidade de São Paulo, também é
Licenciada em História Natural pela Faculdade de Filosofia da UFBA, além de
extenso currículo. Desta forma, habilitou-se para dirigir em Salvador, o
Colégio Carlos Santana e de volta a Feira de Santana, assumiu a direção geral
do Colégio Assis Chateaubriand. No governo de Luiz Viana Filho, tendo como
Secretário de Educação professor Edvaldo Boaventura, juntamente com o médico
Geraldo Leite e alguns deputados da terra, participaram das primeiras reuniões
para a criação da Universidade em Feira de Santana culminando na atual UEFS.
Com a inauguração, em 1976, tornou-se professora Titular da Cadeira que exerceu
até sua aposentadoria como Conselheira. Minha mãe casou-se com Gilberto Torres
de Menezes (falecido) e teve cinco filhos, Gil Mário, Maria Lina, Jamile,
Gilberto e Betânia.
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