Oscar Damião de Almeida2ª Vice-presidente do IHGFS Membro da ALAFS |
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Na caminhada sucessória dos intendentes, encontramos o Cel. e militar, Abdon Alves de Abreu governante por quatro (04) anos, de janeiro de 1908 a 1912. Na eleição, concorreu com Bernardino da Silva Bahia e foi derrotado. Inconformado com a derrota e escudado na influência do governo, ambos tomaram posse. Abdon, na intendência e Bernardino, em outro local, no mesmo dia e na mesma hora, já que fora o intendente vitorioso e legítimo. O município se viu, surpreendente e simultaneamente, com 02 intendentes para governá-lo. Isto aconteceu, por alguns meses, até que o governador se dispôs a dar uma solução, estabelecendo um acordo entre ambos. O Cel. Abdon ficaria como intendente, de 1908 a 1912 e Cel. Bernardino de 1912 a 1915, na gestão posterior.
Esta simultaneidade de governo está descrita num documento existente na Biblioteca Municipal, com cópia em meu poder. ver 2 prefeitos... .
Não apresentei realizações do governo do Cel. Abdon a não ser a abertura da Av. Senhor dos Passos, ver abertura da Senhor dos Passos , naquele tempo chamada de Araújo Pinho, segundo a Tribuna Feirense de 19/04/2004, na pena de Adilson Simas. Veja algo mais sobre o Cel. Abdon, no Dicionário Personativo, Histórico, Geográfico e Institucional do autor deste trabalho.
Agostinho Fróes da Mota Escola Maria Quitéria |
O Cel. Agostinho Fróes da Mota, nomeado para o quatriênio de 1916 a 1919. A Feira viveu um período de grandes realizações, tais como; calçamento das ruas Conselheiro Franco e Cônego Tertuliano Carneiro;construção de 02 escolas, de bom porte: Maria Quitéria, destinada às moças da época, funcionando até o presente para ambos os sexos, na Praça Agostinho Fróes da Mota.
A João Florêncio Gomes, reservada aos rapazes. Faz muito tempo, perdeu sua finalidade e já serviu para Delegacia, Escola, Coordenadoria e agora, após uma reforma, do governo atual, 2004, está destinada ao Arquivo Público e ao Instituto Histórico e Geográfico, criado em 20/08/2003, o grupo escolar J.J. Seabra adaptado, mais tarde, para acolher a Escola Normal, posteriormente.
Escola João Florêncio |
Sediou a Faculdade de Educação, hoje, abriga o Cuca -
Centro Universitário de Cultura e Arte; construção do Coreto e Praça da Matriz.
Como ocorrências relevantes de sua gestão, lembramos
a conclusão da Ponte do Rio Branco, sobre o Jacuípe, hoje em ruínas o advento
do Banco do Brasil (1919); visita do eminente jurista baiano, Ruy Barbosa a
esta cidade (1919) do qual recebeu o generoso e nobre epíteto de Princesa do
Sertão.
Esgotado o ubertoso mandato do Cel. Agostinho Fróes da Mota,
desfrutamos da grata oportunidade de receber, mais uma vez, um operoso
administrador para Feira de Santana, o Cel. Bernardino da Silva Bahia, nomeado por 02 anos, e eleito pelo voto popular, por
mais dois anos - 1920 a 1923. Suas realizações são estas: continuação e
conclusão das estradas vicinais para Santa Bárbara, Tanquinho e Bonfim de
Feira; calçamento da rua Filinto Bastos, antiga Rua de Aurora; restauração da
Praça Dr. Joaquim Remédios Monteiro, antigo Largo Nossa Senhora dos Remédios;
as primeiras providências para instalação da rede elétrica e como ato mais
importante, aconteceu o início da construção do paço Municipal ou Prefeitura,
denominado, inicialmente, Maria Quitéria, a fundação da Sociedade Filarmónica
Euterpe Feirense, em 17/21/1921.
Arnold Ferreira Silva |
A era dos intendentes teve a dita de encontrar homens
de boa cepa para governar o município, à semelhança do mais jovem intendente, Cel.
Arnold Ferreira Silva - 1924 a 27.
Teve como obra de envergadura a conclusão do Paço
Municipal, iniciado pelo seu sogro e antecessor no cargo; continuação da
instalação da rede de energia e outras obras de menor significado.
Prefeitura Municipal |
Registramos algumas relevantes ocorrências no seu
governo, a saber: a vinda do governador Góes Calmon para inauguração do Paço
Municipal, em I926 com indescritível exultação popular; inauguração da primeira
estrada, ligando Feira de Santana a Salvador, obra de grande monta para o
comércio, entre Salvador e toda a região do interior da Bahia, instalação da
Escola Normal, de utilidade inestimável para a grande região que circunda a
Feira de Santana.
Foi o 7º intendente a gerir os destinos do município
e o mais jovem dos intendentes, com apenas 29 anos de idade.
O último intendente e primeiro prefeito da Feira já
não foi mais coronel e sim um advogado e promotor. Assumiu em 1928 e governou
até dezenove de janeiro de 1931, quando foi afastado pela revolução de 1930.
Seu nome era Dr. Elpídio Raimundo da Nova que viveu duas (02) situações
políticas diferentes. Até 1929 era intendente e daí até 19/01/1931 exerceu o
cargo de Prefeito, nome aplicado aos governantes municipais. Participou da
Velha República até 1929 e da Nova República, com Getúlio Vargas a partir de
1930.
2ª cadeia, hoje reformada Câmara Municipal |
Sua gestão foi pingue em ocorrências: Mudanças do
nome de Intendente para Prefeito; formatura da primeira (1ª) turma de
professores da Escola Normal; Canto do Hino à Feira de Santana pela primeira (1ª)
vez, em 1930; instalação do serviço telefónico e da 2ª rede elétrica para
receber energia da hidrelétrica de Bananeiras; extinção da república velha,
exórdio da nova.
Finalizando
este trabalho, podemos afirmar que foram nove (09) os intendentes, contando com
a assunção dupla de Bernardino Bahia à Intendência. Houve também, por duas
vezes, a figura do Cel. José Antunes Guimarães, substituindo o Cel. José Freire
de Lima e Tito Ruy Bacelar, cada qual, por uma razão diferente. De modo geral,
as gestões foram positivas, com destaque para Bernardino da Silva Bahia,
Agostinho Fróes da Mota, Arnold Ferreira Silva e Dr. Elpídio Raimundo da Nova.
Replicando: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana Ano I nº 1 2004
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