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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

FEIRA EM 1958


ADILSON SIMAS - Santanopolitano, escritor, jornalista, historiador e editor do Blog “Por Simas”.

Nesta segunda-feira, 13 de janeiro, vamos viajar no tempo e reviver a Feira de Santana no distante janeiro de 1958, portanto há mais de seis décadas. (Adilson Simas)
Feira já era esta cidade encontro das rodovias. Pelas ruas planas, os carreteiros às vezes atravessando os poucos subúrbios, passavam transportando mercadorias do sul para o norte do país e vice versa.
Tanto que existiam vários postos fiscais. Entre eles o do Minadouro – estrada de Serrinha; da Pampalona – estrada de Anguera; da Rodagem – estrada Feira-Salvador e o da Boa Viagem – estrada da Estação da Leste.

João Marinho (foto) era o prefeito. Não existiam secretarias, fundações e autarquias como hoje. Oscar Erudilho (secretário), Margarida Ramos (tesoureira) e João Almeida (fiscal geral) eram os seus principais assessores.
A câmara  funcionava na própria prefeitura. No primeiro período o presidente era o médico udenista Augusto Matias. No segundo e último período da legislatura o presidente era o advogado trabalhista Jorge Watt da Silva.
Artur Vieira, Antônio Araújo, Antonio Nery, Colbert Martins, Dourival Oliveira, João Durval, Joselito Amorim, Mário Porto, Osvaldo Pirajá, Walter Nink e Wilson Falcão completavam a câmara que tinha 13 vereadores. Vale lembrar que naquele ano Wilson Falcão foi eleito deputado estadual.
Pouco mais de doze mil votos foram apurados na eleição daqueles vereadores. Existia apenas uma zona eleitoral, a 19ª, presidida pelo juiz José Manuel de Castro Viana, que era também titular da Vara Civil. O outro juiz, da Vara Crime, era Jorge de Faria Góes.
Quem viveu a Feira de 62 anos atrás, tem saudade das ações culturais existentes impulsionadas pela Associação Cultural Filinto Bastos. Eram seus dirigentes Benedito Farias, Olney São Paulo, Humberto Mascarenhas, Agnaldo Marques, Luiz Navarro, Carlos Pires, Edgar Erudilho e tantos outros.

Os poetas  faziam da Confeitaria Aurora, na Rua Direita, do também poeta Apóstolo Filho, o ponto de encontro aos domingos.  Antonio Lopes, por exemplo,  não cansava de contar em versos a vida da preta Maria Tereza..
ASSIM como nos anos 30 com o Grupo Taborda e outros, a vida teatral continuava firme nos anos 50. Francisco Barreto dirigia o Grupo Scafs que estimulou o surgimento de outros movimentos teatrais, dos quais  emergiriam mais tarde atores e atrizes como  Luciano Ribeiro, José Carlos Teixeira, Gildarte Ramos, Antonio Miranda, Deolindo Chechucci, Alvaceli Penha, Antonia Veloso, Neide Sampaio e tantos.
Duas rádios – Cultura e Sociedade dividam a audiência, jogando no ar as vozes de Raimundo Oliveira, Chico Baiano, Geraldo Borges, Edival Souza, Lucílio Bastos, Itaracy Pedra Branca, Dourival Oliveira, Chico Caipira, Nestor Peixoto. A estes logo se juntaria o garoto Itajaí que começava fazer sucesso.
Duas emissoras, dois auditórios, palcos para nomes famosos da MPB, mas também para grandes cantores locais como Ivanito Rocha, Maria Luiza, Raimundo Lopes, Antonieta Correia, Antonio Batista, Ednalva Santana, Antonio Moreira, Dilma Ferreira e estrelas mirins que surgiriam mais tarde como Marcelo Mello, causando soluços nos programas de Alcina Dantas.
Antes do “Brasil do Amanhã”, da professora Alcina Dantas, a missa dominical era uma das opções da gurizada. Na Matriz, Senhor dos Passos, Asilo, Igreja dos Remédios, Santo Antonio, Alto Cruzeiro. Tempo de Aderbal Miranda, Mário Pessoa, Frei Salomão e outros Sacerdotes.
Sem as salas do Iguatemi, novidade dos anos 90, Feira em 58 já tinha opções para os amantes da sétima arte. Além de Íris e Santanópolis, com tabuletas nas ruas anunciando os filmes, a cidade se preparava para receber em fevereiro mais um cinema, o Madrid, na Rua Castro Alves, com 375 lugares.
A vida social, passada a fase de ouro das filarmônicas “25 de Março” e Vitória, ganhava intensidade nos salões do Feira Tênis Clube e da Euterpe. O “aristocrático” presidido por Milton Falcão de Carvalho, seu Bubu  e o “clube do povo”  por João Augusto Pires, seu João da Loja Pires.
No 10 de janeiro as atenções já estavam voltadas para mais uma Festa da Padroeira. No dia 5 aconteceu o Pregão e para o dia 12 estava marcado o Bando Anunciador, vindo dos Olhos D’Água e saindo da porta da igreja para percorrer todas as ruas do centro.
Como o novenário começaria no dia 19, muitas modistas estavam cheias de encomendas de senhoras e senhorinhas. Os homens, por sua vez, completavam o terno de linho comprando gravatas, borboletas, chapéu palhinha e sapatos duas cores.
Á frente da comissão responsável pela Festa da Padroeira, escolhido desde que foi encerrada a festa do ano anterior, estava o comerciante Valdemar da Purificação. Vale frisar que naquele tempo, além da parte profana, a comissão também se encarregava da parte religiosa.
Também participavam da comissão, Alfredo Sarkis, João Suzart, Joel Magno, José Sena Lima, Carlos Fadigas, Maurílio Silva, Clarindo Borges, Israel Trindade, Alberto Oliveira, Osvaldo Cordeiro e tantos outros devotos. 
Naquele  tempo, há 62 anos, quem não queria curtir as opções que eram oferecidas se deslocava para Salvador ou cidades do recôncavo. Pegava a estrada velha utilizando os ônibus da Empresa Santana, ou a linha de ferro usando  trem - motriz ou misto, que partiam da Estação da Leste.

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