Ver relacionadas: COLONIZAÇÃO DA FEIRA E REGIÃO - I
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Ao leste fica o Ponto Central que não
dista muito da lagoa grande (foto.1), outro reduto da nossa história, que, no
passado dessedentou, por muitos anos, o povo feirense espera, ávida, ansiosa,
ociosa e irrequietamente o dia em que possa, novamente, prestar relevantes
serviços a este povo, pois já se falava t
anto que ali seria o nosso parque de
entretenimento e, de repente, ouve-se outra voz diferente a anunciar que seria
postergada pela "Terra Dura", vazia de significado e longe daqui,
ultimamente, pelo Tomba. Que pena! Que será que vão fazer comigo, exclama a
Lagoa Grande, tristonha e abandonada! Se, realmente, esta mudança de rumo
acontecer, estamos pedindo, de logo, que se cogite em uma finalidade mais nobre
que relegá-la ao ostracismo, poluída, invadida e insalubre. Perde-se, assim,
uma excelente oportunidade de salubrizar a lagoa, de tantos préstimos e tanta
história.
Foto.1 Atualmente, depois da intervenção do Governo Estadual, depois de muita grita da população inclusive do autor do texto. Foto do arquivo "Acorda Cidade" do Santanopolitano Dilton Coutinho |
Foto.2 - Quando a Ponte Rio Branco existia |
A Oeste, limita-se a Fazenda de Ana Brandoa e Domingos Barbosa, com o Rio
Jacuípe que tanto reclama e brada aos quatro (4) cantos, desejoso de mais
cuidado pois também é vítima de poluição e maus tratos: no solo, nas águas e no
seu leito, embora esteja prestando grande serviço à Feira, nos fornecendo sua
água, através do Paraguassu. Sobre ele também existia uma ponte: a do Rio Branco (foto.2}, construída
de 1912 a 1917, de indescritível e valiosa serventia até poucos anos atrás. Por
ali passava tudo: boiada, tropas, pedestres, etc., e hoje, o que ela é?
Escombros de um valioso bem, um pedaço de nossa história, à mercê do
ostracismo, do abandono de ladrões de ferro, que, a marteladas, marretadas e
maçaricos, retiram para vender, aos ferros velhos daqui e de alhures, sem que
ninguém assuma uma providência, nem tome conhecimento. Nada exista mais de
grande valor naquela ponte, a nâo ser a saudade de outrora. Que destino cruel para quem tanto serviu à musa do povo feirense e
circunvizinho.
Como conclusão desta parte, afirmamos que a fazenda
Santana dos Olhos 0'Água está com suas lindes bem definidas e nelas existem
ainda coisas bem valiosas que precisam ser preservadas, em se falando de
memória, se aissim não for, padeceremos todos com aquela doença terrível do mal
de Alzeimer que nos deixa no mundo da lua, à deriva de tudo, sem entendermos
nada, abandonando, criminosamente os tesouros históricos do passado de nossa
terra. Acorda Feira de Santana, senão perderás a razão de ser "formosa n
bendita, paraíso com nome de Feira".
É saber que ao redor da fazenda do casal Domingos e
Ana, já existiam outras fazendas ou propriedades, aquistadas, no século XVII à
semelhança das de Miguel Ferreira Feio, em 1615, "de quatro léguas em
quadra" e de Manuel Ribeiro Ribas, comprada em 1702, a D. Joana de Sá
Peixoto, viúva de João Peixoto Viegas, esta, situada na lagoa do Capim,
Pindobas, Canavieiras (a nossa Pampalona) e Mangabeira (Cidade Nova), consoante
escreve Mons. Renato Galvão, no jornal "A Tarde", em 16.06.1978.
José Falcão da Silva |
O casal proprietário da fazenda Santana dos Olhos
D'Água, adquiriu suas terras, nos idos de 1710 e doou, com escritura passada,
em 1732 "cem (100) braças em quadra" para Santana e São Domingos,
onde foi edificada a capelinha no Alto da Boa Vista e em redor da qual foi
surgindo um vilarejo com casas e casebres . Deste pequeno aglomerado de gente,
dadas as necessidades de cada um, foi despontando, paulatinamente, um pequeno
comércio, onde eram negociados gêneros alimentícios de toda espécie e até
pequenos e grandes animais. Foi daí, deste micro comércio, desta pequena feira,
que surgiu o nome da gigantesca feira que se espraiou pelo centro, ruas e becos
do lugarejo, ou povoado - 1819, pela vila - 1833 e pela cidade - 1873 até 1977,
quando foi mudada para o Centro de Abastecimento (foto.3), pelo então prefeito José
Falcão da Silva.
Foto.3 Centro de Abastecimento em contrição Arruivo do santanopolitano Carlos Brito. |
Foram muitos anos de feira vivida em nossas ruas
quando pessoas de todos os municípios baianos, de outros estados acorriam e a
ela ainda vêm para comprar e vender mercadorias, no Centro de Abastecimento, de
1977 até o presente. Em se falando da feira livre, devo registrar que ela
aconteceu do início até 1854, em dia de 3ª feira; de 1854 até a década de 1870,
em dia de domingo e daí até o presente, na 2ª feira. Foi tão grande o espaço de
tempo, assim acontecendo que o povo da roça guarda, até hoje, este dia, como
feriado. Isto é o que nos relata a historiadora, Ana Maria Dias de Carvalho.
Replicando: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana Ano I nº 1 2004
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