Carlos Pereira de Novaes |
Tem coisas no Brasil que não dá para entender.
Todos sabem que um dos maiores problemas do Brasil é educação, pois qualquer
país que cresceu nas últimas décadas, investiram muito em educação, como os
chamados tigres asiáticos, onde o professor foi e é muito prestigiado até hoje.
No
Brasil, no entanto, esta visão sempre foi e continua sendo distorcida, pois
esta classe, indubitavelmente, é a que mais faz greves, que, no final, pede
muito para receber sempre aquela mixaria e como é cordata acaba se calando.
Um
dos alicerces da educação é a classe dos professores propedêutas, os chamados professores
de primeiro grau, que, coitadinhos, me perdoem este termo, eu não quero ofender,
são tão pisados que nem boca para pedirem tem mais e são os que mais sofrem com
os seus salários ínfimos de sempre.
Ora,
o trabalho dos professores propedêutas é tão importante como os de outras
categorias, como os universitários, que são mais organizados e logo conseguem
uma barganha mais satisfatória no final da luta, mas e esta classe, quem afinal
reza por eles? Quem é o santo que os protege?
Vocês
gostariam de ser professores propedêutas? De ministrar aulas à alunos que pouco
ou nada têm de educação familiar? Você já deu ou já teve a oportunidade de dar
aulas para estes “santinhos”? Vai lá!
Pois
é, sem esta base inicial não existe educação final nenhuma e, no entanto, entra
ano e sai ano, entra governo e sai governo e este problema é o mesmo, os nossos
colegas propedêutas sempre são os esquecidos e olhe que o seu regime trabalho é
severíssimo, isto sem falar que algumas escolas ficam em bocas quentíssimas
onde até o capeta se benze quando entra lá.
Hoje
tem algumas escolas que de vez em quando o professor toma até uns tapas de vez
em quando e eu pergunto: seus salários tem periculosidade?
O que eu acho interessante é que esta briga,
interminável, hoje em dia, foi entregue para os prefeitos resolverem, mas eu
pergunto: se o ensino é uma prioridade nacional, porque o ministério da
educação não faz convênios para ajudar nesta tarefa, a de melhorar
definitivamente o nosso ensino básico, que está indo de mal a pior ladeira
abaixo.
Eu
pergunto: quem, hoje em dia, tem os filhos em escola pública? O que houve
afinal com o ensino público no Brasil?
O
que houve é que sucatearam este tipo de ensino básico e os pais, é claro,
começaram a mandar seus filhos para escolas particulares mas o correto seria
nós recuperarmos nossas escolas públicas, que antigamente eram mais
respeitadas, embora o problema salarial sempre foi o mesmo de sempre, mas como
antigamente a vida era barata, os professores se viravam e hoje?
O
que se vê, então? O que se vê é que esta onda de mau ensino já está se
propagando até o ensino superior onde se vê, alias bem comumente, quase
formados que mal sabem escrever e uma OAB tentando fazer o papel de MEC, que se
exime em tudo. Afinal, qual é o papel do MEC na educação?
A
própria OAB reconhece que só dez por cento dos advogados recém-formados passam
em seus exames, que olhe lá, é de múltipla escolha, como se sua profissão fosse
de múltipla escolha. Médicos, já estão até importando, mas eu pergunto: até
quando este povo vai ficar fingindo que governa?
Feira de Santana, 18/ 08/2013. Carlos Pereira de Novaes. Professor da UEFS.
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