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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A FALÊNCIA DA ESQUERDA


Hugo Navarro Silva

Depois dos protestos de junho, que surpreenderam grande parte do povo brasileiro e se estendem até os dias de hoje, aumentando as preocupações da polícia, causando insônia a muitos dos nossos políticos, o Brasil viu ampliada a sua vocação para a promessa e os projetos, que se multiplicaram e assumiram importância jamais vista nestas terras de papagaios e bananas e de festejados políticos que não moveram palha em benefício de ninguém a não ser proferir discursos de ocasião.
Não havia como dar respostas mais convincentes aos movimentos do povo, que assumem, em certas ocasiões, ares de rebelião e revolta, sublevação e motim, como no Rio de Janeiro, que levaram jornalista a dizer que o governador Sérgio Cabral está sitiado.
Diante da incapacidade dos governos de atender à agitação às vezes violenta das ruas, recorreu-se a paliativos como na questão dos transportes coletivos, mas nada foi feito, pelo menos até agora, que possa de fato aplacar as iras e os desencantos populares.
A esquerda, que no século vinte foi esperança de milhões de pessoas, após a traumática queda da União Soviética, que pôs à mostra as verdades do mundo comunista e foi uma das  maiores desilusões das muitas que  têm ferido a humanidade, retomou força com base em ditaduras que se espalharam, mas sem base doutrinária  robusta e consistente, avançando sobre alguns países subdesenvolvidos, sem esconder velhas  fomes e sede de poder sem limites.
No Brasil começou, mansamente, com a conversa mole de Fernando Henrique Cardoso e fortaleceu-se com o atual governo, o da presidente Dilma, que tudo indica é sombra e marionete do ex-presidente Lula. Só que além das ambições pessoais de poder e dinheiro, mesmo diante dos tropeços do capitalismo, que a cada dia mostra sinais de decadência e de recuperação, contraditoriamente, a chamada  esquerda, reunindo legiões de seguidores, que lhe servem de base de apoio, sem muito cuidado com a observância das regras da ética e da honestidade, está no comando do país há mais de dez anos sem reformas necessárias e comando convincente,  arrecadando trilhões que desaparecem nos meandros de contratos,  dédalos burocráticos, buracos negros que o povo não pode acompanhar e muito menos compreender. Esse tipo de ação tem resultado no caos, no abismo profundo em que se vão transformando os serviços públicos essenciais como os da saúde, educação e segurança, enquanto procuramos aproximação e alianças com países onde impera o despotismo e às vezes a anarquia e o desejo de perpetuação no poder com o desenvolvimento de desembestado culto à personalidade em prejuízo dos ideais  de liberdade do povo.
 T. J.          Clark em recente ensaio (“Por uma Esquerda sem Futuro”), salienta a incapacidade da esquerda (ou das esquerdas?) de oferecer caminhos seguros para superar a crise que atinge o sistema capitalista e estabelecer mundo novo e cheio de bonanças, segurança e prosperidade tão apregoado por ideólogos  criadores do socialismo nos séculos dezenove e vinte.
Dante do impasse, sem saber o que fazer e como fazer, sem força para romper com o que alguns têm como tradição democrática havida por inviolável, os governantes do país correram para o lado mais fácil e mais prático, o de tentar manter o poder a todo custo, mas de forma primária e simples, comprando adesões com “bolsas”,  cargos, e o que vem ganhando corpo ultimamente, com projetos, às vezes grandiosos  espetaculares, ruidosos. Nunca se prometeu tanto neste país, a começar pelo trem bala, sonho dourado de nações ricas.
Evidente que   o  povo exige mudanças  necessárias e urgentes. Não serão conquistadas, entretanto, pela esquerda que domina o país, porque incompetente, confusa e (eufemisticamente) aética.

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida



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