Carlos Pereira de Novaes |
Um dos mais belos presentes que o Papa Francisco
deixou não só para os brasileiros como para o mundo foi o de tolerância. Que
exemplo bonito. O pontífice tolerou tudo e não reclamou de nada. Viu todo mundo
que estava lá como se fossem seus irmãos e não criticou nada, a ninguém.
Parabéns.
Em
Copacabana tinha banhistas e crentes e todo mundo se entendeu.
Eu
tenho a impressão que os movimentos religiosos do futuro serão um pouco mais
tolerantes dos que os de agora. Aceitarão bem mais as opiniões alheias sem esta
arrogância de hoje, pois, no fundo, ninguém sabe “a verdade” e nós, no fundo,
também, continuamos a ser os ignorantes que sempre fomos, com as nossas “opiniões”
de sempre, mas o mundo mudou.
Hoje
já se vêem católicos aceitando mais as verdades espíritas e até as muçulmanas
sem se importar muitos com isto, protestantes aceitando mais as imagens dos
católicos sem se importar muito com isto e isto é bom.
Eu, sempre levei comigo
esta mania de misturar as coisas e me sinto bem em ver este movimento
capitaneado por um pontífice mais tolerante, mais amoroso e menos restritivo
não ao acolhimento, mas em deixar mais para lá as verdades alheias, já que
muitas têm origens muito misturadas, o que é, aliás, o comportamento típico de
grande parte dos brasileiros, a multi-religiosidade.
Se o cidadão quer ser
muçulmano, que vá ser, se quer ser espírita, que vá ser, se quer ser protestante,
tudo bem, cada um na sua e pronto.
Já
se vêem grupos não se importarem tanto com os movimentos gays, que são também
filhos de Deus, tem lá os seus problemas.
Existe
uma certa fatia de nossa sociedade que precisa ser um pouco mais comedida.
Policiais, usem menos as vossas armas e mais suas cabeças e por outro lado, bandidos,
matem menos seus clientes, que somos nós. Afinal, para que matar? Me dá esta
grana aí, o meu! Matar para quê? O
Brasil anda é perdendo dinheiro por causa desta mania de matar turista. Matar
para quê?
O
Estado da Bahia e principalmente a Baia de Todos os Santos, tem um potencial
turístico enorme, que só não é aproveitado mais em parte por causa desta
violência idiota e insana que viceja na nossa sociedade.
Tolerem
mais as causas ditas negras, africanas, por que, no fundo, eles têm uma
ascendência sofrida, que só é real para eles, tolerem mais os índios, que já
estavam aqui quando os portugueses chegaram por aqui. Tolerem mais os nossos
irmãos cadeirantes, os doentes do corpo, que têem uma existência muito sofrida.
Tolerem mais os viciados, por que eles, no fundo, são pessoas que só querem um
pouco mais de compreensão. Ninguém é infeliz à toa. Tolerem mais os nossos irmãos,
digamos, menos inteligentes que nós, que não têm a nossa clarividência. Não
pise naquele que está embaixo.
Ajude
mais o seu irmão que está na rua, dê a ele um bom cobertor, um agasalho, um
café e faça mais uma amizade. Tolerem mais os animais.
Pois
é! A tolerância é um grande balsamo que fará um Brasil mais calmo amanhã e é
como canja de galinha, só nos faz bem, só não faz bem para as galinhas e
parabéns para o Papa Francisco, que já deixou para nós um grande legado, o de
fé e tolerância à causa do próximo, este intolerado.
Feira de Santana, 30/07/2013. Carlos Pereira de Novaes. Professor da
UEFS.
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