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Carminha do Yoga
“Sem dúvidas, lembrar é
uma maneira de amar”
(Chiang Sing)
Platão
definiu reminiscências como aquilo que a alma contemplou numa vida anterior.
Disse, ainda, que ao lado dos deuses, a alma tinha a percepção imediata das ideias.
Aproveitando, em termos de inspiração, o pensamento do filósofo grego, pretendo,
nesse espaço, trazer, do fundo das retinas e do baú momentos significativos de
movimentos alternativos que antecederam os atuais. E, quem sabe, com a ajuda
dos deuses e guias espirituais, falar de outras vidas e de questões afins. A
relação presente/passado/futuro não é casual e, sim, de causalidade.
As circunstâncias da vida
ficam retratadas nos lugares por onde as pessoas passam, num entrelaçamento
tempo/espaço. As realizações de hoje, ligadas às anteriores pela teia cósmica,
já estavam anunciadas e vinham se aproximando, sutilmente, devido a forças
universais. Tão delicado o fio que escorre pelos dedos do homem que, às vezes,
não se dá conta da reciprocidade entre o mundo espiritual e o físico.
Chamada, antes, de Princesa
do Sertão, esta cidade vê-se, hoje, atendida por amplos espaços destinados à
aventura do holismo. Como num jardim sempre renovado, flores/animais silvestres
inter-relacionando-se para a continuidade das espécies, a movimentação humana
consciente promove o desenvolvimento e o surgimento de instituições voltadas
para o bem-estar.
Sempre que passo na Praça do
Nordestino e vejo-me diante do Miami Shopping (não poderia ser, por ex.,
Cacto Center?!), recordo-me do que antes ali existia. Recentemente, a divagação
foi mais longe e só consegui enxergar a casa, onde morava Maria do Carmo Bastos
-, ou, melhor, Carminha do Yoga. Não mais a varandinha, não mais a rampinha,
muito menos a salinha de meditação, agora, uma construção avantajada, passarela
de agito cotidiano.
Foi naquele final dos anos
70, recém-chegado de Salvador, que retomei a prática do Hatha Yoga. Mais ou
menos três vezes, por semana, descia a pequena rampa do que seria uma garagem e
me dirigia à sala dos fundos. No instante aprazado, tinha início a aula
coordenada por Carminha que, com sua voz aveludada, facilitava a vivência.
Instalava-se no ambiente um silêncio levitador e cada um buscava a concentração
necessária ao trabalho corpo/mente. A fitacassete – Meditação – soava
constante, desenrolava tranquilidade, possibilitando transfigurações. (Guardo
cuidadosamente, aquela que adquiri na Livraria Paulinas/Salvador, penso que em
1979). Enfim, todos juntos contribuindo como se fossem elos de uma saudável
corrente de prata. No sentido, na ideia, na prática, estavam imbuídos os
princípios holísticos ainda que não fosse corriqueiro o uso desse termo.
Os anos foram passando. Os
trabalhos, modestamente, iam sendo realizados com determinação e afetividade.
Quando em vez, Kátia assumia a aula e, ao seu modo, aplicava as orientações da
mãe.
Como disse, anteriormente, a
divagação foi mais longe. Justamente, em uma das visitas ao Espaço Oásis. E
quem eu vejo? TININHA??!! Nossa...!! (Num relance revi a face de Carminha).
Pois é, Teresa Cristina Maciel, a menina Tininha que conheci naqueles tempos,
retornando a sua terra natal, com seu esposo, Jacques Maciel. “Como vai
Tininha, lembra de mim?” – “Claro.” Respondeu. Pronto, a (re)ligação aconteceu.
Recordamos tanta, tanta coisa... De Rolf Gelewski, do prof. Hermógenes,
chegando ao projeto do casal –
Universidade Teodinâmica.
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