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De Carminha a Elda
“A realidade pessoal de cada um, afinal, não é algo privado: é um fio
que constitui juntamente com os incontáveis outros fios o tecido
que a humanidade toda é.
( Rolf Gelewski)
N
a edição anterior (n° 09/novembro/01), fiz um relato sobre Carminha
Bastos, na ideia de resgatar o pioneirismo daquelas pessoas que se adentraram
na busca do autoconhecimento.Elda Prado de Vasconcelos
Santanapolitana
Acrescento, agora, algumas notas que ampliam o entendimento sobre o mérito de certos movimentos do passado e sua evolução até os dias de hoje. Primeiramente, um flash na figura de Rolf Gelewski, trazido a esta cidade por Carminha e sua filha Kátia, nos anos 80. Lembro-me das atividades com ele, no espaço da Praça do Nordestino e no Campus da UEFS, quando eu era assessor cultural da DVU, dirigida por Dival Pitombo. Naquele tempo, divulgamos e comercializamos as obras da Casa Sri Aurobindo. Momentos expressivos, de abertura para novos caminhos. Tive a oportunidade de conhecer aquela casa, situada na Pituba, e o Rolf (entre os anos 60 e 70), dançarino e professor da Escola de Dança da UFBA. Ao descobrir os ensinamentos do mestre Aurobindo e de Mira Alfassa (A Mãe), Rolf teve sua visão de mundo ampliada e o seu trabalho atingiu novas dimensões, com vistas ao desenvolvimento integral da pessoa humana. Graças, ainda, a Carminha, teve lugar o trabalho do Prof. Hermógenes num encontro no antigo restaurante Carro de Boi. Oportunidade enriquecedora para todos nós, adeptos de Hatha Yoga. Naquela mesma década, na antiga Faculdade de Educação, Carminha e Kátia organizaram um evento com enfoque em Medicina Natural, Yoga, Tai Chi Chuan. No início dos anos 90, acontece o Primeiro Encontro Holístico de Feira de Santana, no Campus Universitário, uma parceria EARTE/UEFS. Como facilitadores, estiveram presentes César Augusto (quem sabe do seu paradeiro?), Mabel Nascimento, Giovani, este articulista e outros.
Outra iniciativa, nos anos 80, traz a marca da Profª.
aposentada Elda Prado, que frequentou o ambiente de Carminha. Mais tarde, Elda
dedicou-se, sobremaneira, às tarefas do autoconhecimento, inicialmente com
grupos de Yoga, instalando em sua residência o Espaço Oásis. Hoje, em franco
desenvolvimento esse espaço oferece vivências, palestras, grupos de estudos,
nos vários campos das terapias avançadas. (Organizei lá, alguns anos atrás,
grupos de Tai Chi Chuan e estou preparando meu retorno). O Oásis tem
possibilitado encontros dirigidos por profissionais de Feira de Santana e de
outras localidades, com uma programação diversificada que vem atendendo a
demanda feirense. De passagem, registro a confraternização anual, no mês de
dezembro. Uma festa de flores e de frutas. Imperdível!!
Os movimentos evocados surgiram como que intencionalmente
(concatenados pelas esferas superiores), ao que me parece, numa preparação para
o enfrentamento de uma realidade que viria depois tomar corpo, de uma maneira
avassaladora. Poluição sonora, visual, do ar, cultura da zoada e do mau gosto,
sectarismos, aberrações, violentando os lares, as ruas, as praças.
Do individual ao coletivo, a tarefa é árdua. A compreensão
(intelectual/humana) é a palavra-chave neste tempo de intolerância. O projeto
de se alcançar diversas camadas da sociedade requer estratégias cidadãs na
dimensão física e espiritual. A ação dessa última prevê, é óbvio, a reforma
social, contudo, passando, verdadeiramente, por transformações íntimas. A
questão situa-se no âmago do Ser.
A compreensão, então, é base para uma
nova consciência no planeta “... a compreensão de nossas fraquezas ou faltas
é a via para a compreensão das do outro. Se descobrirmos que somos todos seres
falíveis, frágeis, insuficientes, carentes, então podemos descobrir que todos
necessitamos de mútua compreensão.” (Edgar Morin).
Concluindo, é pertinente que eu me valha da epígrafe que
inspira este texto. Juntos, os fios tecem a humanidade que eles próprios
constituem. Pessoas e grupos subindo os degraus da nova consciência contribuem
para o estabelecimento de um “bem pensar” – ecológico e espiritual – na Terra.
Plantar, semear e colher os frutos da bem-aventurança. JUNTAR OS FIOS DE ONTEM
AOS FIOS DE HOJE E TUDO ESTARÁ BEM TRANÇADO.
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