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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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domingo, 21 de agosto de 2022

EVOLUÇÃO DOS TEMPOS

MARILTON MOREIRA DE CARVALHO
 

    No início do século, as mulheres não depilavam as axilas, não cortavam os pelos pubianos nem raspavam as pernas. A lâmina de barbear era artigo raro, poucos tinham acesso.

O único método contraceptivo que existia era a camisinha, mas também não era para todos, apenas os mais esclarecidos e endinheirados. A venda era feita nas farmácias, onde até os homens, para adquiri-las, solicitavam com a voz baixa, para ninguém saber. Aborto era crime, as leis proibiam, a igreja excomungava e a sociedade discriminava. Ninguém tinha coragem de fazer, as mulheres tinham que ser de um homem só, sempre.

Não existiam absorventes, as mulheres usavam pequenas toalhas para conter o sangue nos períodos menstruais. Os partos aconteciam naturalmente, nada de cesa­riana. A mortalidade de mulheres em consequência de partos problemáticos era muito alta, não existia penicilina, e, quando aparecia alguma infecção, logo ela se complicava.

Os sabonetes eram feitos de coco, sem perfume. Talco era a única opção que as mulheres arranjavam para ficar cheirosas. Perfume francês era o único que prestava, mas era uma raridade, só os ricos tinham acesso, quando traziam de uma viagem a Paris ou ao Rio de Janeiro.

As mulheres casadas pouco menstruavam, engravidavam logo nas primeiras re­lações. Durante a amamentação, não havia período menstrual. Quando o leite estava desaparecendo, recomeçavam os períodos férteis, e não dava outra, engravidavam novamente. Por isso, as mulheres menos esclarecidas ou os maridos mais constantes em casa tinham muitos filhos.

Carro era um bem que poucos privilegiados possuíam, e as bicicletas também eram raridade. Uma novidade apreciada por todos eram as bolas de futebol, que eram feitas de lona e muito pesadas. Nessa época, escrevia-se com caneta tinteiro. Poucos tinham máquinas de escrever na cidade, geralmente apenas os doutores e o jornal.

Fogão era a lenha, geladeira e rádio poucos possuíam, e era péssima a transmissão, em ondas curtas ou longas, fosse do Rio de Janeiro ou de Londres, pela BBC. Difícil era ouvir o que falavam, as músicas tocadas nos rádios eram de programas de auditório ao vivo, poucas emissoras possuíam gravadores para retransmitir. Discos também eram raríssimos, e a vitrola tinha corda.

Telefone, na Princesa do Sertão, só era encontrado em algumas poucas casas e escritórios. Artigo bem raro e difícil, o melhor era ir até o posto telefónico e aguardar para receber ou fazer ligações, que eram caríssimas. A maior parte da comunicação era feita através de telégrafo, telegramas ou cartas, que levavam dias para chegar ao destino.

Trecho do livro: 100 ANOS DE AMOR, PAIXÃO E SEXO. "Coisas do amor" LUXÚRIA.

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