O único método contraceptivo que existia era a camisinha, mas
também não era para todos, apenas os mais esclarecidos e endinheirados. A venda
era feita nas farmácias, onde até os homens, para adquiri-las, solicitavam com
a voz baixa, para ninguém saber. Aborto era crime, as leis proibiam, a igreja
excomungava e a sociedade discriminava. Ninguém tinha coragem de fazer, as
mulheres tinham que ser de um homem só, sempre.
Não existiam absorventes, as mulheres usavam pequenas toalhas para
conter o sangue nos períodos menstruais. Os partos aconteciam naturalmente,
nada de cesariana. A mortalidade de mulheres em consequência de partos
problemáticos era muito alta, não existia penicilina, e, quando aparecia alguma
infecção, logo ela se complicava.
Os sabonetes eram feitos de coco, sem perfume. Talco era a única
opção que as mulheres arranjavam para ficar cheirosas. Perfume francês era o
único que prestava, mas era uma raridade, só os ricos tinham acesso, quando
traziam de uma viagem a Paris ou ao Rio de Janeiro.
As mulheres casadas pouco menstruavam, engravidavam logo nas
primeiras relações. Durante a amamentação, não havia período menstrual. Quando
o leite estava desaparecendo, recomeçavam os períodos férteis, e não dava
outra, engravidavam novamente. Por isso, as mulheres menos esclarecidas ou os
maridos mais constantes em casa tinham muitos filhos.
Carro era um bem que poucos privilegiados possuíam, e as
bicicletas também eram raridade. Uma novidade apreciada por todos eram as bolas
de futebol, que eram feitas de lona e muito pesadas. Nessa época, escrevia-se com
caneta tinteiro. Poucos tinham máquinas de escrever na cidade, geralmente
apenas os doutores e o jornal.
Fogão era a lenha, geladeira e rádio poucos possuíam, e era
péssima a transmissão, em ondas curtas ou longas, fosse do Rio de Janeiro ou de
Londres, pela BBC. Difícil era ouvir o que falavam, as músicas tocadas nos
rádios eram de programas de auditório ao vivo, poucas emissoras possuíam
gravadores para retransmitir. Discos também eram raríssimos, e a vitrola tinha
corda.
Telefone, na Princesa do Sertão, só era encontrado em algumas poucas casas e escritórios. Artigo bem raro e difícil, o melhor era ir até o posto telefónico e aguardar para receber ou fazer ligações, que eram caríssimas. A maior parte da comunicação era feita através de telégrafo, telegramas ou cartas, que levavam dias para chegar ao destino.
Trecho do livro: 100 ANOS DE AMOR, PAIXÃO E SEXO. "Coisas do amor" LUXÚRIA.
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