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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 18 de maio de 2022

TÓPOS E KRONOS - VIII

RONALDO SENNA – Mestre, Doutor, Antropólogo, escritor, professor aposentado: Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Católica de Salvador (UCSAL).

TÓPOS E KRONOS - VII

A    REALIDADE PROJETADA


 Os fatos históricos acontecem Como ondas vindas do mar:

As circunstâncias que as tecem Raramente conseguiremos alcançar.

Deslocamos nosso tempo e espaço Para o que desejaríamos ver Mas, sem a dureza do aço,

Falham e devemos temer.

Quem hoje está no poder Vivendo todo o prazer Que essa realidade encerra,

Amanhã ou depois, poderá cair Esperando um dia reagir Enquanto sorve o pó da terra.


A REALIDADE RECONSTRUIDA

    Sabemos que toda cultura é projetiva. Já que nascemos, vivemos e morremos, todos os elementos que nos cercam devem seguir a mesma trajetória. Só que, para isso, temos que inverter a realidade, sem se prender o espaço no tempo.

O universo não está contido no tempo, é o tempo que está encerrado no universo. Logo, não é o tempo (incluindo todos os fa­tos e consequências) que delimita o espaço, é o espaço que fronteiriça o tempo. A du­alidade tempo-espaço caracteriza o nosso BRAHMAN e concebe o nosso ATMAN.

Em suma, o homem (um ente para a morte), é também um ser para a finitude adiada, um grão na poeira do tempo e um vazio no espaço. Convivendo com essas ca­tegorias e esses valores, elaboramos a cons­trução social no espaço, produzimos noções para o tempo e damos um sentido à vida. Surgem, assim, os perfis da existência.

Vários pensadores circunscrevem o ser humano (ente codificador e decodificador), afundando seu olhar para o herói endeusa do, para os senhores das guerras, para os desbravadores ou para o homem comum. Refletindo sobre constatações genéricas, mas que poderiam ser, por exemplo, o bicho da terra, tão pequeno , de Luiz Vaz de Ca¬mões, ou sobre o José, de Carlos Drummond de Andrade; José Ortega y Gasset, axiomaticamente, atesta estas duas comprovações básicas: primeiro, eu sou eu e minhas circunstâncias e segundo, o homem não tem natureza e sim história.

Na verdade, o homem tem, mas não é natureza. Substituiu o código genético pela diversidade das linguagens. Sabemos, portanto que o homem é homem, graças à linguagem, graças à metáfora que o fez ser outro e o separou do mundo natural. O homem é um ser que se criou a si mesmo ao criar a linguagem. Pela palavra, o homem é uma metáfora de si mesmo (PAZ, 1990, p.34).

Construindo os sentidos das linguagens, redimensiona as suas próprias complexidades e resinificai a direção das suas mais diversas mutações. "Embora seja possível dizer que o homem tem uma natureza, é mais significativo afirmar que o homem constrói sua própria natureza, ou, mais simplesmente, que o homem se produz a si mesmo" (BERGER, 2001, p. 72)

Já que o homem é produzido por si mesmo e, pelas mais diversas formas como se comunica, constrói a sua própria metáfora, podemos compreender que, tanto os seus negativos fracassos e como suas inclinações para viver as vitórias, são redimensionamentos delimitadores de suas próprias interpretações.

Sabemos que toda cultura é projetiva. Já que nascemos, vivemos e morremos, todos os elementos que nos cercam devem seguir a mesma trajetória. Só que, para isso, temos que inverter a realidade, sem se prender o espaço no tempo.

O universo não está contido no tempo, é o tempo que está encerrado no universo. Logo, não é o tempo (incluindo todos os fa­tos e consequências) que delimita o espaço, é o espaço que fronteiriça o tempo. A du­alidade tempo-espaço caracteriza o nosso BRAHMAN e concebe o nosso ATMAN.

Em suma, o homem (um ente para a morte), é também um ser para a finitude adiada, um grão na poeira do tempo e um vazio no espaço. Convivendo com essas ca­tegorias e esses valores, elaboramos a cons­trução social no espaço, produzimos noções para o tempo e damos um sentido à vida. Surgem, assim, os perfis da existência.

Vários pensadores circunscrevem o ser humano (ente codificador e decodificador), afundando seu olhar para o herói endeusa do, para os senhores das guerras, para os desbravadores ou para o homem comum. Refletindo sobre constatações genéricas, mas que poderiam ser, por exemplo, o bicho da terra, tão pequeno , de Luiz Vaz de Ca¬mões, ou sobre o José, de Carlos Drummond de Andrade; José Ortega y Gasset, axioma- ticamente, atesta estas duas comprovações básicas: primeiro, eu sou eu e minhas circunstâncias e segundo, o homem não tem natureza e sim história.

Na verdade, o homem tem, mas não é natureza. Substituiu o código genético pela diversidade das linguagens. Sabemos, portanto que o homem é homem, graças à linguagem, graças à metáfora que o fez ser outro e o separou do mundo natural. O homem é um ser que se criou a si mesmo ao criar a linguagem. Pela palavra, o homem é uma metáfora de si mesmo (PAZ, 1990, p.34).

Construindo os sentidos das linguagens, redimensiona as suas próprias complexidades e ressignifica a direção das suas mais diversas mutações. "Embora seja possível dizer que o homem tem uma natureza, é mais significativo afirmar que o homem constrói sua própria natureza, ou, mais simplesmente, que o homem se produz a si mesmo" (BERGER, 2001, p. 72)

Já que o homem é produzido por si mesmo e, pelas mais diversas formas como se comunica, constrói a sua própria metáfora, podemos compreender que, tanto os seus negativos fracassos e como suas inclinações para viver as vitórias, são redimensionamentos delimitadores de suas próprias interpretações.

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