A REALIDADE PROJETADA
As
circunstâncias que as tecem Raramente conseguiremos alcançar.
Deslocamos nosso
tempo e espaço Para o que desejaríamos ver Mas, sem a dureza do aço,
Falham
e devemos temer.
Quem
hoje está no poder Vivendo todo o prazer Que essa realidade encerra,
Amanhã ou depois,
poderá cair Esperando um dia reagir Enquanto sorve o pó da terra.
A REALIDADE RECONSTRUIDA
O universo não está contido no tempo, é o tempo que está
encerrado no universo. Logo, não é o tempo (incluindo todos os fatos e
consequências) que delimita o espaço, é o espaço que fronteiriça o tempo. A dualidade
tempo-espaço caracteriza o nosso BRAHMAN e concebe o nosso ATMAN.
Em suma, o homem (um ente para a morte), é também um ser para
a finitude adiada, um grão na poeira do tempo e um vazio no espaço. Convivendo
com essas categorias e esses valores, elaboramos a construção social no
espaço, produzimos noções para o tempo e damos um sentido à vida. Surgem,
assim, os perfis da existência.
Vários
pensadores circunscrevem o ser humano (ente codificador e decodificador),
afundando seu olhar para o herói endeusa do, para os senhores das
guerras, para os desbravadores ou para o homem comum. Refletindo sobre
constatações genéricas, mas que poderiam ser, por exemplo, o bicho da terra,
tão pequeno , de Luiz Vaz de Ca¬mões, ou sobre o José, de Carlos Drummond de
Andrade; José Ortega y Gasset, axiomaticamente, atesta estas duas
comprovações básicas: primeiro, eu sou eu e minhas circunstâncias e segundo, o
homem não tem natureza e sim história.
Na verdade, o homem tem, mas não é natureza.
Substituiu o código genético pela diversidade das linguagens. Sabemos, portanto
que o homem é homem, graças à linguagem, graças à metáfora que o fez ser outro
e o separou do mundo natural. O homem é um ser que se criou a si mesmo ao
criar a linguagem. Pela palavra, o homem é uma metáfora de si mesmo (PAZ, 1990,
p.34).
Construindo os sentidos das linguagens, redimensiona
as suas próprias complexidades e resinificai a direção das suas mais
diversas mutações. "Embora seja possível dizer que o homem tem uma
natureza, é mais significativo afirmar que o homem constrói sua própria
natureza, ou, mais simplesmente, que o homem se produz a si mesmo"
(BERGER, 2001, p. 72)
Já que o homem é produzido por si mesmo e, pelas mais diversas formas
como se comunica, constrói a sua própria metáfora, podemos compreender que,
tanto os seus negativos fracassos e como suas inclinações para viver as
vitórias, são redimensionamentos delimitadores de suas próprias interpretações.
Sabemos que toda cultura é projetiva. Já que nascemos,
vivemos e morremos, todos os elementos que nos cercam devem seguir a mesma
trajetória. Só que, para isso, temos que inverter a realidade, sem se prender o
espaço no tempo.
O universo não está contido no tempo, é o tempo que está
encerrado no universo. Logo, não é o tempo (incluindo todos os fatos e
consequências) que delimita o espaço, é o espaço que fronteiriça o tempo. A dualidade
tempo-espaço caracteriza o nosso BRAHMAN e concebe o nosso ATMAN.
Em suma, o homem (um ente para a morte), é também um ser para
a finitude adiada, um grão na poeira do tempo e um vazio no espaço. Convivendo
com essas categorias e esses valores, elaboramos a construção social no
espaço, produzimos noções para o tempo e damos um sentido à vida. Surgem,
assim, os perfis da existência.
Vários
pensadores circunscrevem o ser humano (ente codificador e decodificador),
afundando seu olhar para o herói endeusa do, para os senhores das
guerras, para os desbravadores ou para o homem comum. Refletindo sobre
constatações genéricas, mas que poderiam ser, por exemplo, o bicho da terra,
tão pequeno , de Luiz Vaz de Ca¬mões, ou sobre o José, de Carlos Drummond de
Andrade; José Ortega y Gasset, axioma- ticamente, atesta estas duas
comprovações básicas: primeiro, eu sou eu e minhas circunstâncias e segundo, o
homem não tem natureza e sim história.
Na verdade, o homem tem, mas não é natureza.
Substituiu o código genético pela diversidade das linguagens. Sabemos, portanto
que o homem é homem, graças à linguagem, graças à metáfora que o fez ser outro
e o separou do mundo natural. O homem é um ser que se criou a si mesmo ao
criar a linguagem. Pela palavra, o homem é uma metáfora de si mesmo (PAZ, 1990,
p.34).
Construindo os sentidos das linguagens, redimensiona
as suas próprias complexidades e ressignifica a direção das suas mais
diversas mutações. "Embora seja possível dizer que o homem tem uma
natureza, é mais significativo afirmar que o homem constrói sua própria
natureza, ou, mais simplesmente, que o homem se produz a si mesmo"
(BERGER, 2001, p. 72)
Já que o homem é produzido por si mesmo e, pelas mais diversas formas como se comunica, constrói a sua própria metáfora, podemos compreender que, tanto os seus negativos fracassos e como suas inclinações para viver as vitórias, são redimensionamentos delimitadores de suas próprias interpretações.
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