Victor Batista destacou ainda, alguns acontecimentos que marcam a história de Feira de Santana e estão atrelados a figura do monsenhor Amilcar durante o seu paroquiato. Segundo ele, No ano de 1944 existiu um decreto que proibia as filarmônicas a tocarem no interior da igreja durante os cultos, durante os atos litúrgicos. As filarmônicas, motivadas pelos poderosos na época, estavam insatisfeitas, e eles estavam insatisfeitos com o a figura de monsenhor Amilcar, pois era um homem que incentivava a sociedade, a não ser submissa. Foi então que os poderosos impulsionaram para que a filarmônica invadisse a igreja e tocasse durante o ato. O fato aconteceu no dia 26 de julho de 1944.
“Neste dia estava previsto, o lançamento da pedra fundamental da sede da Filarmônica Euterpe Feirense e não aconteceu esse lançamento com a presença do monsenhor, pois juntamente com a Filarmônica 25 de Março, eles invadiram a então igreja matriz de Feira de Santana e tocaram no interior da igreja e o monsenhor Amilcar Marques, a partir deste acontecimento pediu sua transferência para a cidade de Salvador”, contou.
Trecho do programa acoradacidade Dilton Coutinho , postagem sobre o centenário do Monsenhor Amilcar Marques de Oliveira.
Nesta época as Filarmônicas - 25 de Março, Vitória e Euterpe – tinham grande importância: cultural, artística, social e política, em Feira de Santana. Não havia evento sem a participação de uma ou várias delas. As festas de salão eram em suas sedes, "25 de Março", pró UDN, e "Vitória" PSD posteriormente Filarmônica Euterpe. Todas localizadas na rua Direita, atual Conselheiro Franco.
Filarmônica 25 de Março mais ou menos na época |
No fundo a desinteligência era política, como sempre foi os
“Caciques contra os Pajés”, o poder divino contra os poderes terrenos.
O Padre Amilcar tinha tomado partido político do PSD, grupo
liderado por Eduardo Fróes da Motta, contrário à UDN de Arnold Ferreira da
Silva que possuía o jornal “Folha do Norte”. Uma das comprovações é a ausência
da Filarmônica Vitória no desafio ao Padre Amílcar.
Era comum as Filarmônicas tocarem dentro da igreja no final
da semana de festividades em louvor a Nossa Senhora, padroeira de Feira de
Santana. Era o maior evento religioso de nossa cidade, uma semana de cultos,
todas a noites tinha uma filarmônica no coreto, as três se revezavam, a praça
lotada de gente vestida a caráter.
Padre Amilcar era acusado de ser violento, sermões
acusatórios, até quando rezava a missa portava um revolver por baixo da batina,
era a acusação dos udenistas. Em suma era uma guerra que culminou com o decreto
do pároco.
Quando do edital foi um pandemônio, foi declarada a contenda:
Igreja versos filarmônicas, anteviram um desastre. Alguns dirigentes resolveram que iriam tocar
dentro da igreja na marra, como se diz atualmente e o padre teria dito que
seria uma profanação e só sobre seu cadáver entrariam na Igreja.
Como acontece nestes casos a turma do deixa disso
entrou em cena para conseguir um acordo.
Na noite da missa da disputa, as filarmônicas “Vinte e Cinco”
e “Euterpe”, já perfiladas em frente da sede da primeira, na rua direita, à frente
delas as diretorias. Dizem que o mais revoltado com o padre era Álvaro Barbosa
de Carvalho que marchando à frente da sua “Vinte e Cinco” estaria armado.
As filarmônicas tocando passaram a grade da igreja chegando
ao Átrio (cercado em frente do templo) tocando seus dobrados. ESTE FOI O ACORDO
CONSEGUIDO…
Nota do Blog: Porque na guerra da Rússia x Ucrânia não tem
bons negociadores como os antigos?
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