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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 26 de abril de 2022

ARNOLD FERREIRA DA SILVA

BERNARDINO DE CARVALHO BAHIA - PIPIU

    Arnold é feirense, nascido em 1894 e falecido em 1965. É filho do Tenente da GUARDA NACIONAL Amâncio Ferreira da Silva e Vicência de Lima e Silva. No início de sua vida trabalhou como ourives e escrevente de cartório, por algum tempo. Fundador do jornal "FOLHA DO NORTE" juntamente com seus irmãos e sócios Dálvaro e Raul Silva. Em sua vida familiar, registra-se um fato fora do comum: foi casado duas vezes. A primeira, com Amanda de Barros Bahia, não deixando prole. Enviuvando-se, matrimoniou-se depois, em segundas núpcias, com Bereniza Barros Bahia, com quem gerou uma filha de nome Maria Luiza.

    Outro fato curioso, em sua vida, foi ter casado, sucessivamente com duas irmãs. Ambas eram filhas de Bernardino Bahia - importante homem público, residente na Feira de Santana, que tem seu nome vinculado a diversas obras públicas desta cidade. Com Arnold aconteceu o que soía ocorrer com homens daquele tempo, na Princesa do Sertão. Tinha apenas instrução primária incompleta. Isto ocorreu outrossim, com seus contemporâneos: João Marinho Falcão, Agostinho Fróes da Mota e outros - homens que dignificaram a história de nossa cidade. Mesmo assim atingiram a cimeira da política local, sendo os três INTENDENTES, com obras de grande relevância nessa cidade, pois isso não se pode falar desta terra formosa e bendita sem que nos lembremos deles e de suas primeiras benfeitorias.

Arnold Silva

   De Arnold se afirma, de maneira peremptória, que, apesar de sua reduzida instrução, nutria um ambicioso desejo de ler e de se instruir. Por conta da prática da leitura, tornou-se um homem assaz erudito e de grande visão, a ponto do sustentar polêmicas, pelo jornal, com alguns de seus contemporâneos o adversários políticos.

    Pelo fato de gostar de ler, possuía uma biblioteca capaz de provocar inveja a amigos o coevos. Era tão importante que chamava a atenção dos que visitavam a sua residência. A ele, quiçá, tenha lhe faltado tempo para assimilar tanto conteúdo. Dos três irmãos fundadores do jornal supra citado, Arnold era o mais versátil e culto, tanto foi assim que assumiu, nesse jornal, até morrer, uma coluna de monumental monta, intitulada VIDA FEIRENSE, guardada a sete chaves, na Lusa do Sertão e, avidamente, pesquisada por historiadores e universitários. Era registrado, passo a passo, hebdomadariamente, nos fastos, adamantinos de nossa história, tudo que ocorria de mais importante histórica e socialmente.

    É salutar recordar aos leitores e intelectuais daqui e de alhures que existe uma biblioteca, na Casa do Sertão, especializada em assuntos feirenses onde despontam com opulento vigor cultural, os escritos de Arnold, na VIDA FEIRENSE e os estudos legados por Mons. Galvão e outros autores sobre a história e o eventos sociais de Feira de Santana.

    A única filha de Arnold Silva, nascida da segunda esposa supra mencionada foi casada com o Dr. Waldy Pitombo, já falecido, faz pouco tempo. Arnold deixou para sua filha, Maria Luiza, algumas fazendas, casas na cidade e outros bens, com a cláusula de usos e frutos, isto é, poder usá-los, porém, não poder vendê-los. Na Feira de Santana, residem a viúva, filhos e netos. Arnold pode ser contado em o número dos historiadores e colunistas sociais. Além destas coisas vinculadas à pessoa do homem e sua família, existe outra faceta, em sua vida, que merece destaque: a Política.

ARNOLD FERREIRA DA SILVA E A POLÍTICA

    Administração feirense passou por três modalidades, desde quando a Feira era Vila - 1833 - até os nossos dias. A primeira administração pode ser assinalada, a partir de 1833 até a Proclamação da República - 1889. Este período teve uma câmara composta de sete vereadores e a partir de 1873, quando Feira já era cidade, existiam nove vereadores. Nesta época, inexistia a figura do INTENDENTE e do PREFEITO. Quem administrava o município era o presidente da Câmara. Esta função recaia sobre o mais votado dentre eles. Um dos presidentes da Câmara, nesta época foi, o Dr. Joaquim Remédios Monteiro ainda lembrado por nós, através da praça Remédios Monteiro, em frente à Igreja dos Remédios.

    Com o advento da República começou a era dos INTENDENTES. Arnold Ferreira da Silva foi o sétimo. Isto aconteceu, de 1924 a 1927, sequenciando o seu sogro, Bernardino da Silva Bahia. Qual gestor do município, teve a oportunidade de realizar algumas obras: Instalação da energia elétrica; calçamento de ruas, sendo sua obra de grande porte "O Paço Municipal", admirado por feirenses e visitantes desta terra. A importância da obra condiz com o gabarito do seu executor. É bom esclarecer que, quem deu início à construção foi Bernardino da Silva Bahia, seu sogro. A inauguração desta grandiosa obra aconteceu, no ano de 1926, com a presença do então governador do estado.

    Seu governo presenciou a inauguração da primeira rodovia, interligando Feira a Salvador. Outra ocorrência de destaque, no seu governo, foi a instalação da Escola Normal, em Feira, para formar professores primários, obra educacional requerida pelo povo por ser de grande significado para o porvir desta terra.

    Não se pode olvidar que sua presença na Câmara, como Deputado Federal Constituinte, em 1934, representando a nossa Feira de Santana, foi muito importante. Nesta época de Intendente, ele era o mais jovem!

    Registre-se outrossim, que ele foi prefeito, de 1959 a 1962, participando da terceira fase da administração, a partir de 1930, quando os gerentes municipais receberam o nome de "Prefeitos''. Ele participou de dois períodos, o de Intendente e o de Prefeito. Como chefe do executivo realizou estas obras: Asfalto nas ruas Barão do Rio Branco e Castro Alves, foi nestas obras que se inaugurou a colocação de asfalto, na Feira de Santana; colocação do busto do Cel. Bernardino Bahia, na praça que leva o seu nome; construção da Biblioteca Municipal, Arnold Silva.

    As ocorrências, no seu governo, foram numerosas e bem significativas. Inauguração do Instituto de Educação de Menores; inauguração do Hospital Colónia Rodrigues (1962); criação da Diocese da Feira; Doação do terreno do local denominado Papagaio à Diocese onde funcionam, atualmente, Seminário e Universidade de Teologia e Filosofia da Arquidiocese; conclusão da primeira pista asfáltica da rodovia Feira-Salvador, em 1960.

    Cumpre lembrar que o epigrafado não concluiu o seu mandato por motivo de doença, e que, em seu lugar, assumiu o presidente da Câmara, Dr. José Sisnando Lima, de outubro de 1962 a maio de 1963.

    Pelo visto e aqui descrito conclui-se que a passagem de Arnold Silva pelo governo, em duas oportunidades distintas, produziu resultados opimos conquistando no julgamento popular, uma administração bem ubertosa e de grande credibilidade. 

Transcrito da Revista Inst. Hist. Geogr. de Feira de Santana, a I, n. 1, p. 123-126, 2004


 

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