Fui testemunha ocular deste fato que aconteceu em
Feira de Santana por volta de 1961, no final de uma tarde ensolarada de
segunda-feira, quando já se observava aquela natural e costumeira agitação de
fim de feira livre. Os feirantes gritavam anunciando as últimas ofertas de seus
produtos e aceitavam, àquela altura, qualquer preço, pelas sobras do dia. Era
sempre uma boa chance para as pessoas mais modestas se abastecerem, na medida
de suas posses. Outros já arrumavam suas coisas para ir embora como sempre acontecia
em todos os dias da grande feira. Ainda havia muita gente se movimentando pela
praça quando o fato ocorreu, surpreendentemente, assustador, dantesco.
Todo
espetáculo não durou mais de 30 minutos. Os bois passavam por cima de tudo. Só
um ficou estendido no chão e foi sacrificado barbaramente, com instinto de
vingança, talvez, por uma turma excitada e armada de machado, facas e paus.
Uns
três vaqueiros montados nos seus cavalos tentaram inutilmente controlar a
situação, porém suas montarias também escorregavam e eles se estatelavam no
calçamento. E os bois, os que conseguiram atravessar toda a praça, desceram
desabalados, melados, extenuados em direção à chácara de Manoel Matias.
Soube-se que mais tarde foram conduzidos ao seio da manada, lá pelas bandas do
Campo do Gado, junto com outros que foram aprisionados no antigo curral do
conselho.
Já
noite a dentro ainda existiam, na praça e nas ruas do centro, grupos de pessoas
comentando o fato.
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