Bernardino de Carvalho Bahia (Pipiu), Nascido em 08 de Dezembro de 1932 na cidade de Feira de Santana, Bahia. De seu avô paterno, Bernardino da Silva Bahia, herdou o nome e o apelido, além de qualidades morais e humanas que o nortearam por toda a vida.
Seus pais, Carlos Arthur Rubinos Bahia, pecuarista e Maria da Glória de Carvalho Bahia, de prendas domésticas, ambos nascidos em Feira de Santana, ele na sede do município e ela no distrito de Bonfim de Feira, aqui sempre moraram e educaram os filhos que foram dois, Bernardino e Luis Carlos.
Seu local de nascimento foi a residência de seus pais, à Avenida Senhor
dos Passos, onde hoje funciona a Casa de Saúde Santana, casa em que residiram
por algum tempo.
Veio ao mundo pelas mãos cuidadosas de uma parteira amiga da família e
de seu avô materno, o farmacêutico João Barbosa de Carvalho, de quem recebeu um
legado de ensinamentos humanitários e de solidariedade que o fazem uma pessoa
diferenciada. Deste seu avô, Bernardino herdou também a musicalidade que é um
traço muito forte de sua personalidade. João Barbosa de Carvalho era maestro,
compositor de músicas sacras e um flautista considerado pelos entendidos um
virtuose. Daí a explicação dos dotes musicais de Bernardino. Do lado paterno
ele também recebeu influências musicais. A sua avó, Luiza Rubinos Bahia, uma
espanhola de nascimento, tinha uma voz maviosa, cantava canções e pasodobles de
sua terra natal, encantando a todos.
O seresteiro e amante da música romântica, despertou muito cedo, ainda
criança, em 1943. Aos onze anos de idade, fez sua primeira apresentação em
público, no auditório do Colégio Santanópolis, acompanhado pelo saudoso maestro
Estêvam Moura. Daí em diante, não abandonou mais a música, sua companheira de
todas as horas. Em 1947, cantou durante um ano, na Rádio Sociedade de Feira de Santana,
acompanhado pelo extraordinário pianista, Josué Nonato. Continuou cantando,
atendendo sempre a convites, em festas beneficentes, em serestas nas casas
noturnas da cidade e saraus em casas de amigos.
Em 1950, conheceu o cantor espanhol Gregório Barrios, de quem se tornou
amigo e com quem cantou em várias oportunidades.
Em 1951, Francisco Alves esteve em sua casa e ao ouvi-lo cantar, quis
levá-lo para o Rio de Janeiro, garantindo-lhe o início de uma carreira
artística, o que não foi aceito por ele, para não se afastar da família.
Em
excursões pelo mundo, cantou na Grécia, Áustria, França, Espanha, Argentina e
onde se apresentasse a oportunidade, ele fazia com o prazer de quem faz o que
gosta.
Em
1995, pela iniciativa de seu filho, Carlito, gravou um CD de seresta a pedido
de sua família e de alguns amigos. Em 2000, pelos mesmos motivos, voltou a
gravar, desta vez boleros e em 2013, gravou um novo CD de músicas românticas,
acompanhado ao violão pelo seu neto Bernardo.
Fez
seus primeiros estudos na escola particular da professora Helena de Sena Assis,
de quem recebeu ensinamentos na área de educação formal e noções de cidadania
que ele soube desenvolver ao longo dos anos. Concluiu o primeiro e segundo
graus no Colégio Santanópolis.
Seguindo
a tradição de sua família, tornou-se pecuarista, assumindo a direção da Fazenda
Paus Altos no município de Antonio Cardoso, desenvolvendo a criação de gado
leiteiro e posteriormente de gado Santa Gertrudes, como um dos pioneiros da
região. Atualmente é criador de gado Nelore.
Durante
alguns anos, fez parte do comércio, como um dos proprietários de um
supermercado localizado à rua J. J. Seabra.
Para
servir à sua terra natal, foi Secretário do Desenvolvimento e Obras Públicas na
gestão do eminente feirense, Joselito Falcão de Amorim, a quem sempre foi
ligado por laços de amizade e respeito mútuos.
Sócio fundador dos dois clubes da cidade, Feira Tênis Clube e Clube de
Campo Cajueiro, sendo assíduo frequentador, juntamente à sua família,
prestigiando a sociedade com suas presenças e dela recebendo demonstrações de
apreço e amizade.
Participa
ativamente de movimentos filantrópicos, faz parte dos Irmãos da Santa Casa de
Misericórdia, contribuindo em campanhas para a revitalização do Hospital D,
Pedro de Alcântara, o mais antigo e tradicional da cidade.
Contador
de casos e piadas gosta de prestar homenagem a seus amigos, contando passagens
de suas vidas, com humor e autenticidade.
Sua
filha Liège, reuniu alguns desses casos e publicou um livro intitulado, “A
Feira dos Meus Tempos” que ainda conta com alguns depoimentos de amigos sobre
ele.
Recentemente,
a Prefeitura Municipal de Feira de Santana, o incluiu entre os homenageados com
uma Comenda Municipal, em reconhecimento aos seus méritos de cidadão feirense
honrado, representante mais antigo de uma família que tem sabido dignificar o
seu nome e tem servido de exemplo para as novas gerações.
Perfil escrito por Ada Maria Mascarenhas Bahia
Nenhum comentário:
Postar um comentário