Moacir Costa Cerqueira |
Já era madrugada, porém ainda estava aberto o Bar Recife na Praça João Pedreira. Lá entraram na maior algazarra sob o espanto dos clientes notívagos que ficaram escandalizados ao verem aquela turma, com caveiras na mão como se fossem taças. Pediram mais uma garrafa de pinga e serviram-se, todos já em estado de embriaguez. Um dos clientes entre os que lá estavam, horrorizados com o que viam, foi chamado à parte pelo dono do bar que solicitou-lhe ir até a delegacia para informar ao policial de plantão o que estava ocorrendo. Este acionou o Delegado que por sua vez convocou os policiais de sobreaviso, um fotógrafo e um repórter da cidade.
Chegando
ao citado bar, o Delegado, ao presenciar a macabra cena daqueles malandros
bebendo cachaça em crâneos humanos, diante do funesto quadro, deu voz de prisão
aos violadores de restos mortais.
O
fotógrafo registrou tudo em sua câmara e o jornalista fez suas anotações.
Os
desajustados foram conduzidos ao xadrez. O tenebroso fato ganhou as páginas
dos jornais locais, da capital e pelo país, além de repercutir também nos
noticiários radiofônicos.
Os
protagonistas do sinistro acontecimento passaram uns dias presos, mas ao serem
libertados não tiveram condições de permanecerem por aqui diante da repulsa da
população. Sabe-se que três deles sumiram da cidade, um outro enlouqueceu e um
último ainda perambulou por aqui uns tempos, porém na condição de verdadeiro
farrapo humano. O fato é que a história da tresloucada farra perdurou por muito
tempo nas rodas de conversa contada quase sempre ao gosto do imaginário
popular.
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