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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 7 de abril de 2022

A FARRA COM AS CAVEIRAS HUMANAS

Moacir Costa Cerqueira
    O escândalo da farra com as caveiras humanas apanhadas no Cemitério Piedade por um grupo de cinco parceiros de farras nos fins de semana. As caveiras estavam numa ossada amontoada nos fundos do cemitério. Os malandros, já com a cuca esquentada pelos primeiros pileques da noite, invadiram o local e cada qual pegou a sua e juntos saíram pela noite direto para o boteco costumeiro na Praça da Matriz. Compraram uma garrafa de cachaça e serviram doses para cada um nas suas respectivas “taças macabras”, e após consumirem o “líquido precioso” sob os olhares estarrecidos dos presentes no local, saíram cantarolando modinhas de velhos carnavais rumando para o centro da cidade, como se fosse um bando carnavalesco.

            Já era madrugada, porém ainda estava aberto o Bar Recife na Praça João Pedreira. Lá entraram na maior algazarra sob o espanto dos clientes notívagos que ficaram escandalizados ao verem aquela turma, com caveiras na mão como se fossem taças. Pediram mais uma garrafa de pinga e serviram-se, todos já em estado de embriaguez. Um dos clientes entre os que lá estavam, horrorizados com o que viam, foi chamado à parte pelo dono do bar que solicitou-lhe ir até a delegacia para informar ao policial de plantão o que estava ocorrendo. Este acionou o Delegado que por sua vez convocou os policiais de sobreaviso, um fotógrafo e um repórter da cidade.


            Chegando ao citado bar, o Delegado, ao presenciar a macabra cena daqueles malandros bebendo cachaça em crâneos humanos, diante do funesto quadro, deu voz de prisão aos violadores de restos mortais.

            O fotógrafo registrou tudo em sua câmara e o jornalista fez suas anotações.

            Os desajustados foram conduzidos ao xadrez. O tenebroso fato ganhou as páginas dos jornais locais, da capital e pelo país, além de repercutir também nos noticiários radiofônicos.

            Os protagonistas do sinistro acontecimento passaram uns dias presos, mas ao serem libertados não tiveram condições de permanecerem por aqui diante da repulsa da população. Sabe-se que três deles sumiram da cidade, um outro enlouqueceu e um último ainda perambulou por aqui uns tempos, porém na condição de verdadeiro farrapo humano. O fato é que a história da tresloucada farra perdurou por muito tempo nas rodas de conversa contada quase sempre ao gosto do imaginário popular.  

 

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