CARNAVAL NA FEIRA EM 1937

Senhoria Eunira Alves Boaventura
Rainha eleita do Carnaval de
Feira de Santana de 1937

    Folha do Norte em sua edição nº 1435 de 16 de janeiro de 1937.

    Entramos, já no período preliminar do efêmero Reinado de Momo.

    Iniciou-o o réveillon da noite de São Silvestre, nos amplos salões da “25 de Março”, innundados de luz, enxameados de decorativas, sob aranhões polychromicos de serpentinas, onde se exibiram lindas fantasias testificando de modo irrefutável o bom gosto, o sentimento artístico e a intuição carnavalesca do set feirense.

    

Sinhorinha Teté Fernandes
Princesa do Carnaval de Feira

  Como no Carnaval Interno, - nota do Blog: como agora trovoadas impediram o corso tradicional de rua, o que gerou a Micarêta posteriormente - Carnaval das ruas sem 1937 será typico, acentuadamente regional, como convem aos nossos fóros de cultura e civilização, rebuscando, como a própria Moda quando se cansa de inventar, trajes de antanho dos tempos trepa-moleques. E de par com essas indumentárias, que surjam também as caratanhas, as micarêtas, cabeçorras, mandús e queijandos.

Srta. Maria Mota
Princesa do Carnaval

    Além de desafiar o riso bom de outrora, as e, desartificioso, essa exposição de costumes e figurinos em desuso será quiçá bem mais ditoso que o presente para a grande Maioria dos viventes, aqui, ali, acolá.
      

    O Carnaval é isto: a farça a troça, a satyra, a ironia, a crítica tudo de primeira qualidade, mas... leves, finas, quase inócuas e, relativamente a dosagem – quanto satis.

Srta. Bernadette Lima dos Santos
Princesa do Carnaval de 1937

Um tríduo de foliões a grandes despezas e poderão todos atingir a almejada finalidade: divertir-se e divertir o próximo, a quem devemos amar como a nós mesmos, segundo ordena a moral cristã.

  Tratando do próximo regime momocrático, em desobriga de dever profissional.

 Fazendo-o da melhor vontade, parabenizamos às cinco senhorinhas patrícias eleitas, augurando-lhes completo domínio sobre seus vassalos e intérminais venturas no decurso do Carnaval por vir.

Sinhorinha Mary da Silva Azevê-
do Princesa do Carnaval de Feira

    - A bisbilhotice de ardoroso folião segredou à reportagem carnavalesca deste semanário que o caprichoso Cordão “Flor do Carnaval” activa seus aprestos para brilhante exibição durante o breve reinado da Folia, nesta terra progressista, achando-se em apurados ensaios marchas e sambas originaes e novinhos em folha vocação do passado, juntamente com os figurantes tocadores de canzá, tamboris e cuicas.

Tambem as constantes “Melindrosas, pretendem vir a rua para contentamento de seus inumeros adeptos, contribuindo do destarte, como tem feito em anos anteriores para animação dos folguedos – desde 1928 ou 1929 – para animação dos folguedos de Momo entre nós.

Os “Amantes do Sol” afluam pelo diapanção de seus congêneres carnavalescos tudo envidam, visando satisfazer plenamente a expectativa do publico feirense, onde contam muitíssimos adoradores.