amo os ignorantes e os bestas
que destroem obras de arte
por não saberem o que fazem
ou, o que elas significam
(e amar é perdoar também)
amo os irracionais
e ainda os seres brutos
com suas irresponsabilidades,
embora eles nem sabem ou sintam
que eu existo
ou que é o amor.
amo os loucos e os amnésicos
por terrem consciência
e, assim, não respeitarem
direitos e deveres.
amo os bêbados e os drogados
por quererem fugir da vida
ou das agruras do amor.
amo os deficientes, mutilados,
retardados ou alijados
compreendendo as suas limitações
tristezas e revoltas.
amo as crianças
por terem a alegria natural,
irreverências e irresponsabilidades,
mas, amo igualmente os velhos,
os desenganados da sorte,
os doentes e incapazes
que precisam de consolo.
amo os carrascos
que, para ganharem a vida,
tem de matar avida dos outros.
ou, os perversos que causam dor.
amo os inimigos
porque ninguém pode
satisfazer ou contar todos.
amo os feios e os despeitados
que detestam a beleza e a cultura.
e, até os hipócritas que negam
as suas importâncias.
outrossim, amo muito mais
os gananciosos e exploradores
que amealham suas economias
para egoísmo e prazer,
sempre solitários,
nunca solidário!
(também, quem sabe das carências que tiveram na infância
e dos sofrimentos que passaram na vida)
amo todos os mal amados
porque se não houver pessoas
como poetas
para lhe mostrar o que é o amor
ou, para entendê-los,
o que será da humanidade?
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