A festa foi até mais tarde. Tinha gente que estava comemorando, mas não
sabia o que era. A marinete que trouxera a filarmônica não queria dar a partida
de forma alguma. Todos tiveram que empurrar aquele ônibus até que finalmente
pegou. Os músicos subiram e a poeira subiu na estrada em direção à Parnamirim.
Aos poucos, o silêncio foi tomando conta da cidade e o técnico Procurava
saber como faria pra chegar até a fazenda do coronel.
Como já estava embriagado, o delegado achou por bem trancá-lo na cadeia até
o outro dia e depois avisaria o coronel sobre o técnico da TV.
Mas, o coronel, preocupado com o rapaz que trouxera, descarregou tudo e
voltou até a cidade. Não tinha mais ninguém. Deu duas voltas em torno da praça
até que encontrou seu Zeca que fechava o bar.
- O senhor não viu um rapaz que
estava comigo dentro do Jeep quando cheguei
à cidade?
Seu Zeca sempre muito
solícito, perguntou:
- E um rapaz alto, que estava
com senhor?
O coronel respondeu feliz, pois finalmente saberia onde estava o rapas:
- Isso nnesmo, seu Zeca, é ele
mesmo...
Seu Zeca respondeu de pronto:
- Vi não senhor, coronel...
E tudo voltou à estaca zero.
Coronel Salú arrastou o Jeep e, circulando, encontrou com
o soldado Basílio que já estava indo pra casa. Parou o Jeep e perguntou:
- Soldado, o
senhor não viu um rapaz que estava comigo no Jeep quando cheguei à
cidade?
- Vi sim senhor, acabei de trancar ele no xadrez da
delegacia...
O coronel enfurecido gritou:
Quem foi o filho da puta que mandou prender o rapaz?
O senhor me desculpe, mas foi o delegado Gilberto. Ele disse e ia deixar o rapaz estava bêbado e ia deixar dormir na cadeia essa noite.
Onde está o delegado?
Foi pra casa dele coronel.
Aquele corno vai ver com quem está mexendo.
Arrastou o Jeep de forma veloz, levantando poeira
pela rua e foi parar na porta da
casa do delegado. O coronel desceu espumando de raiva e foi logo batendo à
porta do delegado.
- Delegado Gilberto, abra esta
porta, sou eu, coronel Salustiano, abra esta porta.
O delegado abriu a porta com
a cara de poucos amigos e foi logo falando.
- Coronel, estou na minha casa
e mereço descansar. O senhor já teve seu dia de majestade, agora é a minha vez
de relaxar um pouco.
O coronel, enfezado, disse:
- Pêra aí, delegado, quem o
senhor pensa que é pra prender o rapaz que veio instalar o meu aparelho de
televisão?
- Que rapaz, coronel? O senhor
está querendo criar algum caso comigo?
O delegado tenta fechar a
porta e se livrar do coronel, mas este coloca a bota por entre a porta e o
batente e dificulta o ato.
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