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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

A TELEVISÃO - II

MARCOS PÉRSICO – Santanopolitano, cineasta, teatrólogo, escritor.
 

A TELEVISÃO - I


    

A festa foi até mais tarde. Tinha gente que estava comemorando, mas não sabia o que era. A marinete que trouxera a filarmônica não queria dar a partida de forma alguma. Todos tiveram que empurrar aquele ônibus até que finalmente pegou. Os músicos subiram e a poeira subiu na estrada em direção à Parnamirim.

Aos poucos, o silêncio foi tomando conta da cidade e o técnico Procurava saber como faria pra chegar até a fazenda do coronel.

Como já estava embriagado, o delegado achou por bem trancá-lo na cadeia até o outro dia e depois avisaria o coronel sobre o técnico da TV.

Mas, o coronel, preocupado com o rapaz que trouxera, descarregou tudo e voltou até a cidade. Não tinha mais ninguém. Deu duas voltas em torno da praça até que encontrou seu Zeca que fechava o bar.

-    O senhor não viu um rapaz que estava comigo dentro do Jeep quando cheguei à cidade?

Seu Zeca sempre muito solícito, perguntou:

-       E um rapaz alto, que estava com senhor?

   O coronel respondeu feliz, pois finalmente saberia onde estava o rapas:

-       Isso nnesmo, seu Zeca, é ele mesmo...

Seu Zeca respondeu de pronto:

- Vi não senhor, coronel...

E tudo voltou à estaca zero.

Coronel Salú arrastou o Jeep e, circulando, encontrou com o soldado Basílio que já estava indo pra casa. Parou o Jeep e perguntou:

- Soldado, o senhor não viu um rapaz que estava comigo no Jeep quando cheguei à cidade?

- Vi sim senhor, acabei de trancar ele no xadrez da delegacia...

O coronel enfurecido gritou:

Quem foi o filho da puta que mandou prender o rapaz?

         O senhor me desculpe, mas foi o delegado Gilberto. Ele disse e ia deixar o rapaz estava bêbado e ia deixar dormir na cadeia essa noite.

        Onde está o delegado?

Foi pra casa dele coronel.

Aquele corno vai ver com quem está mexendo.

Arrastou o Jeep de forma veloz, levantando poeira pela rua e foi parar na porta da casa do delegado. O coronel desceu espu­mando de raiva e foi logo batendo à porta do delegado.

-     Delegado Gilberto, abra esta porta, sou eu, coronel Salustiano, abra esta porta.

O delegado abriu a porta com a cara de poucos amigos e foi logo falando.

-     Coronel, estou na minha casa e mereço descansar. O senhor já teve seu dia de majestade, agora é a minha vez de relaxar um pouco.

O coronel, enfezado, disse:

-     Pêra aí, delegado, quem o senhor pensa que é pra prender o rapaz que veio instalar o meu aparelho de televisão?

-      Que rapaz, coronel? O senhor está querendo criar algum caso comigo?

O delegado tenta fechar a porta e se livrar do coronel, mas este coloca a bota por entre a porta e o batente e dificulta o ato.

    Delegado Gilberto, o senhor vai ter que soltar o rapaz agora ou eu mesmo vou fazer o serviço. Não duvide da minha capaci­dade. Não pense que eu não tenho coragem de arrombar aquela merda que o senhor chama de delegacia...

Continua A TELEVISÃO - III


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