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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

ESTÁDIO MUNICIPAL FRANCISCO GONÇALVES - SÃO GONÇALO

Cironaldo Santos (Ciró)
Santanopolitano
     O Estádio Municipal Francisco Gonçalves, inaugurado em 1954 pelo prefeito que lhe cedeu o nome, a sessenta e sete anos passados, mesmo não recebendo pelas últimas administrações que passaram pela prefeitura o estimulo e a atenção devida, ainda hoje é referendado como uma obra que colocou a cidade na posição de maior destaque na prática do futebol na Bahia, depois da capital do Estado, Salvador. Isto nas décadas de 50 e 60 do século passado quando São Gonçalo ganhou destaque no Estado e encheu de orgulho os são-gonçalenses ao elevar a sua autoestima bem lá pra cima.     Cedeu à coroa para o Joia da Princesa inaugurado em Feira de Santana em 1966.


    Lembramo-nos muito bem, ainda menino, fascinado pela prática do futebol, do quanto o Estádio Francisco Gonçalves marcou a nossa geração e de inúmeras outras que vieram em seguida, por São Gonçalo possuir o melhor estádio do interior da Bahia, só perdia para a Fonte Nova na capital do Estado, Salvador.

A linha de frente do São Paulo de Feira de Santana, da

 esquerda para a direita: Laet, Lula Le Gouther, Lula,

 Ciró e Juarez (1966), passeavam na defesa do Guarany

 que tinha uma dupla de zaga das melhores do futebol

 amador que já vimos jogar: Alcy e Nelinho.


    Alguns são-gonçalenses que ficaram famosos na cidade na prática do futebol, com os quais tivemos a oportunidade, ainda muito novo, de jogar com alguns deles da antiga, entre eles: Lázaro, Zequinha Sapateiro, Fernando Pimenta, Manoel dos Santos e Ferreirinha, Zé Bolero, Toinho de Presidio, Expedido de Cyro, Geraldinho e Loló Lacerda, os irmãos Alcy e Ari e, também, os primos: Toinho, Miruca e Canarinho, Tonho Teba, Zequinha e Lula de Menininho, Saturnino, Nelinho, Chico Preto, Deraldo Fernandez, Saturnino, os filhos de Hélio da farmácia: Wilson e Washington, entre muitos outros que a nossa memória deixou escapar.  

Estádio charmoso com alambrados de muita boa qualidade, túnel para acesso ao campo, arquibancada coberta, instalações sanitária condizentes, sala de massagem e vestuário, tornou-se ponto de atração turística. Eram inúmeros os desportistas da região que se sentiam atraídos para conhecer ou mesmo jogar futebol em São Gonçalo. Todo domingo chovesse ou fizesse sol era dia de jogo com casa cheia, principalmente depois que o Brasil sagrou-se campeão do mundo de futebol pela primeira vez, em 1958.

    Foram momentos de muitas e muitas alegrias que o velho Estádio proporcionou à população local e regional. Nos domingos era dia de festa, o público da região atraído para assistir aos jogos, lotava a cidade, carros, caminhões e ônibus congestionavam os arredores do Estádio. A presença do público era tanta que muitas das vezes, depois dos jogos, a turma lotava os bares da cidade para um bate papo, uma resenha sobre o jogo, beber uma cereja gelada cujo consumo era tanto, que muitas das vezes chegava a faltar produto na praça.

Na ocasião São Gonçalo tinha se tornado a cidade com maior poder de atração para a prática do futebol no Estado, depois da capital, ao ponto do consagrado e mais destacado comentarista esportivo da Bahia em todos os tempos, José Athayde, por várias vezes, se deslocou da capital para transmitir pelas ondas da famosa Rádio sociedade da Bahia, jogos ao vivo diretamente da “Cidade Jardim”, com o nome de São Gonçalo ecoando por toda a Bahia e estados vizinhos.  São Gonçalo que já era bastante conhecida pelo seu clima propício para a cura de doenças respiratórias, tornou-se também, ainda mais badalada com a inauguração do estádio Francisco Gonçalves.

Na ocasião por conta da disputa do título do campeonato baiano de futebol, São Gonçalo por várias vezes foi sede da concentração de um dos finalistas na semana preparatória que antecedia a grande final, cujo plantel era aconselhado a se manter distante do ambiente nervoso que tomava conta da capital baiana, prejudicial ao desempenho dos atletas.

Graças ao Estádio recém-construído, são Gonçalo passou a ser a cidade preferida dos clubes baianos para o exercício da concentração na semana preparatória do jogo decisivo que iria indicar o novo campeão baiano de futebol, com a imprensa desportiva baiana se deslocando da capital e aqui montavam o seu quartel general, de onde fluíam as notícias. Como ainda não existia a rodovia BR-324 e era precária a manutenção da estrada de barro que ligava São Gonçalo a Salvador, as delegações chegavam à Cidade Jardim via transporte ferroviário, no saudoso “MOTRIZ” (cinco horas de viagem). A hospedagem era na pensão do Sr. Tibério, pai de Caboclo. São Gonçalo vivia na “crista da onda” ao ser destaque e ocupar espaços em todos os noticiários esportivos da Bahia, sob o comando de consagrados radialista como: Ivan Pedro, França Teixeira, José Athayde, entre outros. 

O ”VELHO CHICO” continua repousando no mesmo lugar de sempre, um equipamento do município que já deu as maiores e melhores alegrias à população local e regional e que merece ser revisto a sua utilização pela atual administração municipal. 

O Velho Chico totalmente sucateado, que tantas glórias e orgulho já

proporcionou para os desportistas são-gonçalenses, não podemos

deixar que ele se torne um ‘ELEFANTE BRANCO”.









 

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