Cironaldo Santos (Ciró) Santanopolitano |
Lembramo-nos muito bem, ainda menino, fascinado pela prática do futebol, do quanto o Estádio Francisco Gonçalves marcou a nossa geração e de inúmeras outras que vieram em seguida, por São Gonçalo possuir o melhor estádio do interior da Bahia, só perdia para a Fonte Nova na capital do Estado, Salvador.
A linha de frente do São Paulo de Feira de Santana, da
esquerda para a direita: Laet, Lula Le Gouther, Lula,
Ciró e Juarez (1966), passeavam na defesa do Guarany
que tinha uma dupla de zaga das melhores do futebol
amador que já vimos jogar: Alcy e Nelinho.
Alguns são-gonçalenses que ficaram famosos na cidade na prática do futebol, com os quais tivemos a oportunidade, ainda muito novo, de jogar com alguns deles da antiga, entre eles: Lázaro, Zequinha Sapateiro, Fernando Pimenta, Manoel dos Santos e Ferreirinha, Zé Bolero, Toinho de Presidio, Expedido de Cyro, Geraldinho e Loló Lacerda, os irmãos Alcy e Ari e, também, os primos: Toinho, Miruca e Canarinho, Tonho Teba, Zequinha e Lula de Menininho, Saturnino, Nelinho, Chico Preto, Deraldo Fernandez, Saturnino, os filhos de Hélio da farmácia: Wilson e Washington, entre muitos outros que a nossa memória deixou escapar.
Estádio charmoso com alambrados de muita boa
qualidade, túnel para acesso ao campo, arquibancada coberta, instalações
sanitária condizentes, sala de massagem e vestuário, tornou-se ponto de atração
turística. Eram inúmeros os desportistas da região que se sentiam atraídos para
conhecer ou mesmo jogar futebol em São Gonçalo. Todo domingo chovesse ou
fizesse sol era dia de jogo com casa cheia, principalmente depois que o Brasil
sagrou-se campeão do mundo de futebol pela primeira vez, em 1958.
Foram momentos de muitas e muitas alegrias que o velho Estádio proporcionou à população local e regional. Nos domingos era dia de festa, o público da região atraído para assistir aos jogos, lotava a cidade, carros, caminhões e ônibus congestionavam os arredores do Estádio. A presença do público era tanta que muitas das vezes, depois dos jogos, a turma lotava os bares da cidade para um bate papo, uma resenha sobre o jogo, beber uma cereja gelada cujo consumo era tanto, que muitas das vezes chegava a faltar produto na praça.
Na ocasião São Gonçalo tinha se tornado a cidade
com maior poder de atração para a prática do futebol no Estado, depois da
capital, ao ponto do consagrado e mais destacado comentarista esportivo da
Bahia em todos os tempos, José Athayde, por várias vezes, se deslocou da
capital para transmitir pelas ondas da famosa Rádio sociedade da Bahia, jogos
ao vivo diretamente da “Cidade Jardim”, com o nome de São Gonçalo ecoando por
toda a Bahia e estados vizinhos. São
Gonçalo que já era bastante conhecida pelo seu clima propício para a cura de
doenças respiratórias, tornou-se também, ainda mais badalada com a inauguração
do estádio Francisco Gonçalves.
Na ocasião por conta da disputa do título do
campeonato baiano de futebol, São Gonçalo por várias vezes foi sede da
concentração de um dos finalistas na semana preparatória que antecedia a grande
final, cujo plantel era aconselhado a se manter distante do ambiente nervoso
que tomava conta da capital baiana, prejudicial ao desempenho dos atletas.
Graças ao Estádio recém-construído, são Gonçalo
passou a ser a cidade preferida dos clubes baianos para o exercício da
concentração na semana preparatória do jogo decisivo que iria indicar o novo
campeão baiano de futebol, com a imprensa desportiva baiana se deslocando da
capital e aqui montavam o seu quartel general, de onde fluíam as notícias. Como
ainda não existia a rodovia BR-324 e era precária a manutenção da estrada de
barro que ligava São Gonçalo a Salvador, as delegações chegavam à Cidade Jardim
via transporte ferroviário, no saudoso “MOTRIZ”
(cinco horas de viagem). A hospedagem era na pensão do Sr. Tibério, pai de
Caboclo. São Gonçalo vivia na “crista da
onda” ao ser destaque e ocupar espaços em todos os noticiários esportivos
da Bahia, sob o comando de consagrados radialista como: Ivan Pedro, França
Teixeira, José Athayde, entre outros.
O ”VELHO
CHICO” continua repousando no mesmo lugar de sempre, um equipamento do
município que já deu as maiores e melhores alegrias à população local e regional
e que merece ser revisto a sua utilização pela atual administração municipal.
O Velho Chico totalmente sucateado, que tantas glórias e orgulho já
proporcionou para os desportistas são-gonçalenses, não podemos
deixar que ele se torne um ‘ELEFANTE BRANCO”.
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