Arnold Ferreira da Silva - Memorias
coluna Vida Feirense - Folha do Norte
1840 – Joaquim Pedreira de Cerqueira, o homem mais rico de Feira, assina a conta do que
deu “em causa dote a Antonio Garcia Vitoria por casar-se com Clara Nerina de
Cerqueira”. Figuram nesta conta, entre parcelas de maior vulto: uma escrava no
valor de quatrocentos mil réis[1],
um colar de ouro no valor de cento e vinte mil réis, um par de pulseira de ouro
no valor cem mil reis, um par de brincos de diamante no valor de oitenta mil réis,
e “meia mesa de louças e um aparelho de chá dobrado” no valor de quarenta mil
réis.
1862 – Falece, na visinha freguesia de São Gonçalo dos Campos, o padre Severo Cuim Atuá, muito conhecido nesta vila
e em todo sertão por longa série de desmandos. Anteriormente à independência o
nome desse padre era Severo Gomes da Silva.
1967 – Vêm ao mercado 500 bois. Abatem-se para consumo, nesta vila, 27 reses,
que são retalhadas a preços entre quatro a seis mil réis a arroba. O preço dos
couros verdes é de oitocentos réis a um mil réis.
1883 – Distribui-se a edição n. 126 d”O Vigilante” que reclama contra a
deshmanidade de certo senhor na exploração de “misera escrava,
porca, suja e maltratada, que anda guiando uma carroça particular ocupada em transporte
de terra e adobes” nas ruas da cidade.
1887 – D. Rosa F. da Silva, por seu procurador, vende, nesta cidade, Antonio
Alves Terra Dura, pelo preço de seiscentos mil réis, a escrava, preta, de 45
anos, Maria, “a quem qcompanha o ingênuo Chrispim”.
1910 – São expostas a venda, no mercado desta cidade, 510 reses bovinas, cujos
preços variam de seis a sete mil reis para a arroba calculada.
1943 – Trovoadas e violentas descargas elétricas sobre a cidade. Em certa
casa, a praça da Matriz, cai um raio que produz pequenos estragos materiais.
Estavam ausentes os moradores.
Notas do Blog:
1. Arnold Silva, na sua coluna, edita notas relevantes nesta data de 20 de janeiro nos vários anos (em negrito).
2. Três notas sobre escravos, com indignação mostramos o “dia dia” desta ignominia.
[1] N.B.
O preço de uma escrava era mais que o restante do dote. Também calculando
com os preços dos bois de abate, nota
seguinte, cinco anos depois: uma escrava valia quase seis bois. Daí que algumas
riquezas da época eram escravos, mais que terras e bovinos, em grandes lavouras
de cana.
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