Hugo Navarro Silva |
A greve dos rodoviários surpreendeu a maior parte da
população feirense na última terça-feira, provocou intranquilidade, deu enormes prejuízos ao
comércio e causou justificada apreensão
em todos os setores da vida local. Feira de Santana, pujante no seu
desenvolvimento, mostrando arrojo raramente visto no crescimento de seu
comércio e consequente aumento de população, que não para de crescer fazendo de suas ruas concorridas, extensas,
vivas eálacres feiras livres, necessita de transporte eficiente, a coluna
vertebral dos centros florescentes e progressistas.
Feira de Santana é vista quase como milagre no meio do
modorrentomarasmo dos municípios sertanejos da Bahia, onde o progresso é lento,
limitado a certas áreas e a falta de dinheiro,
sufocando cofres públicos, não deixa aos administradores caminho que não
o de pedintes às portas da malandragem governamental, ou o da espera das famosas verbas arranjadas por legisladores geralmente com
foguetório e expectativas, certos, como D. Quixote, de que mais vale boa esperança do que posse problemática. No caso de Feira de
Santana há motivos para acreditar que somadas todasas verbas destinadas ao
nosso Município, nos últimos tempos, dariam para a aquisição deterreno destinado
a abrigar o da Universidade Federal do
Recôncavo, que parece andar às esmolas.
O nosso Município vive delicados momentos de afirmação e consolidação
do que tem conquistado no concerto dos municípios
brasileiros. Não pode vacilar nem agir de forma irresponsável na construção de
seu futuro sob pena de retrocesso cujas consequências ninguém poderá prever,
pondo em risco tudo o que já conquistou. Há políticos de toda sorte, alguns bem
vestidos e bem falantes, mas potencialmente perigosos para o futuro de Feira de
Santana. O desenvolvimento de que hoje Feira desfruta é frágil, ainda não se
consolidou inteiramente. É preciso nãoesquecer a história, que ainda está viva,
na Bahia, de municípios florescentes, orgulhosos de suas conquistas, cujos
habitantes e negócios estavam mais ligados ao exterior e ao sul do país do que às pobres cidades deste Estado. Em pouco tempo toda a riqueza e
empáfia dos que viviam naqueles pedaços do território bahiano desapareceram
quase inteiramente. E não se vislumbra esperança de recuperação em pouco tempo.
Feira de Santana precisa agir como personagem
de Cervantes, o Licenciado Vidrieia, que se convenceu de que era feito de vidro
dos pés à cabeça. Feira de Santana, sob
muitos aspectos, é feita de vidro, que se pode quebrar a qualquer momento. Fatos
como o da greve de terça-feira, causadores de prejuízos e de retrocessos, podem
ser demolidores. Não a greve propriamente dita, em que trabalhadores agiamna
defesa do que lhes era devido, mas como o movimento se desenvolveu, intranquilizando
toda a cidade. Parar ônibus nas principais vias públicas, em pleno centro
comercial, com a visível intenção de estrangular o comércio
e lhe impor injustos, irrecuperáveis
prejuízos; agredir pessoas, como aconteceu com jornalista conhecido, foram
atos de vandalismo, baderna e lamentáveis bravatas que ultrapassaram os limites
do tolerável. É verdade que as agressõesao direito de locomoção de toda a comunidade, as ameaças de
desordens, que forçaram muitos dos negociantes a cerrar portas, a preocupação
de tentar atirar a culpa dos distúrbios sobre o prefeito municipal e os ataques
ao sistema BRT, que a Prefeitura está
querendo instalar na cidade, têm assinatura facilmente identificável. Necessário,
portanto, dizer que ninguém entrou em Feira em trem blindado para promover a desordem e dela tirar proveito.
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