Hugo Navarro da Silva |
Desolador o panorama do Brasil de hoje, conduzido pela regra
segundo a qual não há limites para governantes dispostos a manter o poder,
tecendo rede de corrupção e ampliando descomedimentos sem precedentes no país. A
situação, refletida em resultados de
alarmantes pesquisas amplamente divulgadas pela imprensa é, apenas,
pálida mostra da realidade nacional, minada pelo que há de pior no
comportamento da política. Estamos vivendo tempos que em muitos pontos se
assemelham, na história do mundo, aos que caracterizaram épocas que antecederam
ditaduras. Algumas delas resultaram em hecatombes mundiais e desgraças para o
povo.
O ataque inicial é contra a economia a as instituições
democráticas seguido de muita conversa agitada, neurótica e catadupas de afirmações mentirosas.
Autoridades sérias, as poucas que restam, são implacavelmente atacadas. A
inflação toma corpo e os princípios básicos da economia são subvertidos,
propositadamente, a pretexto da defesa do bolso do povo. A moeda desaba, com o
PIB, a multiplicação de órgãos públicos, entregues a apaniguados, facilita a
corrupção. Os investimentos, necessários ao progresso, desaparecem e empresas havidas
por sustentáculos da vida econômica ficam à beira de falência, como está acontecendo
com a Petrobrás, provocando desconfianças, fuga de capitais e empobrecimento
geral. A grande massa ignara é controlada pela distribuição de bolsas e
auxílios que só aumentam a miséria, o desinteresse pelo estudo, pelo trabalho e
a consequente falta de mão de obra. Há disseminação de programas de falsa
proteção e igualdade social sempre bombásticas, mentirosas, inócuas ou
desonestas, como a famígera, do desarmamento, retumbantes no início, mas que
resultam em mais crimes e escândalos
sobre os quais alguns querem colocar panos quentes e atirar água de
colônia.
Toda essa diabólica engrenagem tem a perversa finalidade de
demonstrar que a democracia não funciona, não presta para nada, e que somente um
messias de palavra fácil e vida nebulosa tem o condão de salvar os pobres. Essa
figura messiânica costuma fazer escola e criar prosélitos, salvadores menores
que se espalham por todo o país a roubar impunemente às vezes com a ajuda de
crenças e crendices populares. O sistema, que também se esforça para eliminar a
oposição, cooptando alguns, que não resistem às facilidades do poder, e reduzindo outros à quase
inanidade, está sendo aplicado na Venezuela, que anda às
escuras, vitimada de apagão, fruto da incúria governamental, mas atribuída aos oposicionistas
por um presidente delirante e malandro.
Avisos, alertas não têm faltado. São vozes esparsas, que
estão a tentar advertir o país dos
perigos que estão preparando para o seu futuro e para o destino do povo, como a
reportagem divulgada pelo “Globo News”, na terça-feira última, sobre o
propalado emprego oferecido ao ex-ministro José Dirceu em hotel de Brasília. O
apontado dono do hotel “Saint Peter” na verdade é homem modesto, José Eugênio
da Silva Ritter, que mora em bairro pobre da cidade do Panamá. Encontrado a
lavar carros, disse que o hotel pertence à firma “Truston International Inc.”
da qual é presidente com a quota societária
de um Real. O Panamá é país conhecido como paraíso de lavagem de
dinheiro. Disse, também, que ganha a vida como empregado de escritório de
advocacia, o “Morgan y Morgan”, do Panamá, há mais de trinta anos, e figura
como sócio de muitas empresas espalhadas pelo mundo.
O caso é pequena mostra do que se passa no Brasil de hoje.
Hugo Navarro da
Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis.
Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte".
Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
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