Carlos Pereira de Novaes |
Bem, chupa–cabra, além de ser um animal exótico, é
também o nome daquelas câmeras que se põem nos semáforos, para aumentar a
arrecadação dos nossos órgãos governamentais, assoberbados com as despesas que cada
vez se tornam maiores em nossos órgãos públicos.
Uma outra grande utilidade é a
criação de micro ambientes perfeitos ao uso de larápios e malfeitores,
geralmente menores de idade e, portanto, bons corredores, que quando o seu
freguês para no sinal, que é obrigatório, para ser assaltado, eles, com pouco
esforço, pois nós não podemos nem nos defender, nos solicitam a ajuda, as
colaborações inespontâneas, que temos que dar, ou seja, se avançarmos o sinal,
seremos afanados pelo poder público, se não, seremos afanados pelos menores. Brilhante,
não? Perfeito!
Bem,
já que os senhores já sabem o que é um chupa-cabra, que é este invento
brilhante orwelista, vamos ao nosso comentário.
Vimos,
um dia desses, que o poder público da cidade de Salvador, que nem sabemos qual
é, vai adquirir mais trezentos chupa-cabras para a cidade e eu, que sou um
morador eventual da cidade, que lá já não vou, exceto nos fins de semanas,
justamente por causa do trânsito, pensei comigo: mas a gente já não pode nem
andar de carro na cidade, por falta de espaço, agora nós vamos ter que agüentar
mais trezentos chupa-cabras? Misericórdia!
Pois
é, as autoridades dizem que isto é para “melhorar” o trânsito, mas perguntamos.
Será que a gente vai agüentar este repuxo, toda esta “melhora”?
Uma
coisa é agüentar estes chupa-cabras opressores, que, atualmente, são oitenta,
ma será que a gente agüenta 380? Daqui a pouco, vai ter empresa de meninos
cobradores, meio parecida com as das estradas: cadê a grana?
Agora
me responda: como é que nós vamos andar lá por volta das oito horas da noite em
Salvador, com estes postos de pedágios inespontâneos?
Em Salvador, frequentemente, nós somos
forçados a parar nas faixas e os tais chupa-cabras, cujo nome correto deveria
ser chupa-nós, vão é acabar conosco, com tantas multas e obséquios e não me
chamem de pessimista.
Ou
seja, uma solução não para melhorar o trânsito, que seria um metrô, mas para
nos aporrinhar mais ainda os cidadãos. Não seria melhor contratar estes meninos
nos serviços de trânsito da cidade, ao invés de comprar chupa-cabras? Os tais meninos
estudariam num turno e trabalhariam em outro e nós teríamos mais chances de
escapar dos menores ou das multas dos “maiores”.
Mas não, no Brasil, os
meninos não podem trabalhar e se não podem, é claro, vão é obsequiar nossas contribuições.
Mas será que estas leis sobre os meninos não precisam mudar? Mas como um
chupa-cabra melhora o trânsito? Não seria melhor o serviço de pessoas, que
precisam deste trabalho?
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