Carlos Pereira de Novaes |
É interessante. Vira e
mexe, tem alguém sugerindo os nossos órgãos de ensino avaliarem seus
professores e seus processos didáticos, para tentarem justificar alguma falta
destes na qualidade do ensino que temos.
É bom lembrar que o ensino
tem dois aspectos. O ensino propriamente dito ou o trabalho mais efetivo que o
professor exerce e a aprendizado, que é o trabalho mais efetivo do aluno, em
absorver o conteúdo do ensino e assim, sua avaliação não pode ser única, pois
tem gente que afirma que quem faz mais o processo de ensino/aprendizado é o
aluno e não o professor.
Aliás, é bom que se diga
que se o aluno é bom, ele não precisa nem de professor. Respondam: quem ensinou
à Mozart, Buda, Jesus Cristo, Einstein e muitos outros inovadores o que eles
nos passaram, se eles inovaram?
Este professor ensina
hidrologia no ensino superior e confessa que tem grandes dificuldades em fazer
o aluno de hoje a ler e a aprender por si próprio, que e a melhor maneira de se
estudar, pois nota que o alunado espera muito dele, pensando que ele é uma
sumidade e que suas aulas serão fascinantes?
Bem, hidrologia é uma
matéria que lida com a natureza, a ocorrência da água na terra, onde temos mais
dúvidas do que certezas, onde a estatística é que predomina e, assim, não
existem professores fascinantes de hidrologia.
Assim, nós precisamos mudar
o paradigma do ensino/aprendizado desta matéria e de outras no nosso ensino em
geral. É necessário o aluno ler mais e parar de esperar tanto dos professores,
que tem poucas horas para falarem de um universo descomunal, pois toda ciência
de hoje pode ser dividida ou quem sabe, subdividida, em muitas matérias
diferentes e todas elas descomunais.
Eu lhes pergunto: qual é a
percentagem de pessoas que lêem em Feira de Santana? Mas vamos centralizar a
nossa estatística, na UEFS?
Vocês já devem ter visto
filmes sobre as universidades no exterior onde sempre aparecem pessoas lendo
nos gramados. Aqui é comum esta atitude?
Eu pergunto: qual é a
percentagem de pessoas que lêem na UEFS?
É baixa, pois as pessoas de
hoje e eu vou falar de nós, estamos ficando preguiçosos com tantos softwares e
outras máquinas, pois há quem afirme que brevemente teremos tradutores
simultâneos com alta resolução e, assim, você vai para a França sem falar
francês se entendendo muito bem.
Isto é bom? É, mas podes
crer que me breve você vai ficar meio bobão, sem atinar bem às coisas que passam,
por falta de exercício cerebral, que, em Buenos Aires, por exemplo, que é
afamada pelo número de livrarias que tem, será bem menor. Por quê? Gordura.
Gordura tecnológica que faz emburricar.
Você quer aprender
matemática? Pois compre uma HP e livros. Cálculo numérico, estatística,
álgebra, linear, não-linear, aprenda inglês, que é a língua mais importante de momento
ou francês ou espanhol e vá ler e fazer contas, que é uma outra coisa trágica
de nosso ensino. Ninguém faz contas e pare de esperar que seus professores vão
lhe ensinar isto ou aquilo em poucas horas e verão que os problemas do
ensino/aprendizado é mais do aprendizado do que do ensino, é mais de suas
banhas que da capacidade de professor em ensinar.
Por que houve escravidão no
passado, desde tempos imemoriais, pois antigamente não havia CLT, pois a
mão-de-obra era escolhida na porrada? Invariavelmente o escravo era mais
inculto, aliás, como hoje. Olho vivo!
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