Hugo Navarro da Silva |
Médicos estrangeiros já estão agindo no país, amparados por
lei e recebidos, como no caso dos cubanos, apoteoticamente, pela própria
presidente da República. Os cubanos, cerca de quatro mil, segundo se propala,
entretanto, receberão apenas cerca de sete por cento da remuneração que lhes é
destinada pelo governo brasileiro. O resto vai para os cofres da ditadura
castrista, que retém, sob a ameaça de cadeia, a família dos profissionais para
evitar deserções e pedidos de asilo político. O governo de Cuba situa-se, desta
forma, como o principal aliado político do governo brasileiro na América,
depois do desaparecimento de Hugo Chaves e da invasão e tomada, pelo exército,
das instalações da Petrobrás na Bolívia do presidente Morales, outro grande
amigo do grupo que manda no Brasil e inimigo declarado dos Estados Unido,
episódio que não teve repercussão e se encontra sepultado no desinteresse da
imprensa e no silêncio da diplomacia
pátria. Só esse fato justificaria, do ponto de vista norte-americano, o
episódio da espionagem cibernética, transformado em bandeira da propaganda do
governo brasileiro, que chegou até a falar em atentado à soberania nacional,
sem medir o tamanho do ridículo exagero a que se submetia.
Clóvis Bevilaqua ensina que soberania é o “direito que nos
diz como o estado se constitui, que princípios estabelece para regular sua
ação, e que direitos assegura aos indivíduos”.
A guerra espalhou-se pelo mundo e não encontra limites. A
velha imagem de convocações, soldados marchando de fuzil ao ombro, custosas
máquinas de batalha e destruição de cidades e parques industriais em
bombardeios geralmente com enormes morticínios e sacrifícios de civis e
militares mudou totalmente. Essa tétrica imagem ficou reduzida a locais
estritos, com está acontecendo na guerra civil da Síria. Se antes a guerra
limitava-se às questões de fronteiras geográficas, como no caso da invasão do
Mato Grosso pelo ditador Francisco Solano Lopez, do Paraguai, com o progresso
científico da humanidade ganhou outros e infinitos rumos como o crescimento dos interesses
econômicos, a Internet, a eletrônica, os satélites e o uso sem limites das ondas
de rádio nas comunicações, que na verdade unem o mundo em uma só e complicada
aldeia, em que os motivos políticos,
mas, sobretudo, os econômicos, estão permanentemente em luta e vão permanecer assim até o final dos
tempos. A ideologia, que sobreviveu aos grandes conflitos do Século XX, quando
o comunismo e o nipo-nazi-fascismo ameaçaram o mundo, perdeu o sentido, embora
alguns de seus métodos permaneçam em manifestações políticas da atualidade.
O que se verifica,
portanto, é que permanece atual a afirmação de Clausewitz de que guerra é a
política em movimento, o que de certo modo explica a presença do estado chinês
no singular primeiro leilão do distante pre-sal do petróleo brasileiro, que
tento entusiasmo despertou nos meios oficiais brasileiros, quando na verdade
foi um fiasco.
Ora, toda a política internacional do Brasil, nos últimos
anos, tem se voltado para aplausos e apoio aos governos que hostilizam os
americanos. Acolhemos e resguardamos bandidos internacionais condenados como
Cesare Batisti e outros. Como estranhar que os Estados Unidos se interessem em
saber o que se passa na cabeça dos políticos que mandam no Brasil?
A espionagem é crime punido até com a morte em leis e
proibida em acordos internacionais, mas sempre existiu pelo menos desde San
Tsu. Cresceu na Segunda Grande Guerra e foi motivo de inspiração para
romancistas e cineastas para a produção de obras inesquecíveis. Quem não se
lembra de Mata-Hari, a espiã romântica, fuzilada em 1917 pelos franceses por
traição?
Hoje ninguém deseja impor ideologias nem tomar terras. O
Brasil pode ficar tranquilo com sua Amazônia nada misteriosa. O que se deseja
são mercados e matéria prima, como o petróleo.
O povo brasileiro que se cuide.
Hugo Navarro da
Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis.
Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte".
Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
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