Fernando S. Ramos Santanopolitano Escritor premiado |
Se existiu um cantor de voz extraordinária em
Feira de Santana, esse foi Pipiu, que deixou há muito tempo de cantar como era um Intérprete amador, seu grande timbre
vocal permaneceu sem um esmerilamento para que pudesse
atingir o climax de dizer bem as palavras, sentir o samba, ritmo
do qual gostava, Pipiu era um cantor para redutos fechados ou abertos influenciado
em Francisco Alves de cuja-lotfiness não ficava nada a desejar. Apenas
um ficou conhecido no país, gravou os seus discos, enquanto o
outro permaneceu na província.
Bernardino de C. Bahia Santanopolitano |
O rei da voz possuía volume impressionante
na laringe, contendo-se no pianíssimo.. Pipiu Bernardino não ia ao pianíssimo
por culpa da sua desabrida influência nas melodias (nem sempre boas) do Chico
Viola. Um: Quando trauteava «O cigano», de Marcelo Tupinembá e João do Sul, ao
fazer cêrco em «... e agora que minh’alma te chora/ouve
bem a canção que era assim:/ o amor tem a
vida da flor.../, Bernardino Pipiu Bahia, ao planar a voz em 1-2, 3, continuava em 4 5 6, saindo da unidade rítmica na palavra agora. Pior ainda é em
«Cadeira Vazia», Lupiscínio Rodrigues, quando imitava Francisco Alves do principio
ao fim.
O maior fã de Pipiu
em Feira de Santana é ainda Cícero.
Era
um cantor que não se debruçava no «mon descriptum», como os péssimos cantadores Orlando Dias e Valdlck Soriano, de vozes de cipó
caboclo.
Pipiu levantava a voz com uma
facilidade incrível, sem esforço parecendo um helicóptero. Alguns bons cantores
feirenses vivos também deixaram a melodia (Dourival Oliveira, Reginado Didi)
enquanto outros – ainda em evidência – não conseguiram nem sequer ser razoáveis
para poder aperfeiçoar as vozes: Sílton Brandão e Geraldo Bortges.
Pipiu, sem ter aprendido canto, é um
patrimônio da Feira como cantor-amador, infelizmente sem o flou musical, por falta
exclusivamente sua.
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