Evandro J.S. Oliveira |
Depois da
Amazônia derrotar, George Church e empreiteira inglesa e outra
americana; irmãos
americanos Philips e Thomas Collins, empreendimento Mamoré Railway Co.; Percival Farquar, americanpp; investidores ingleses e canadenses;
Governo brasileiro, o Presidente Humberto Castelo Branco, sanciona a derrota.
SEGUNDO
MEGALÔMANO PROJETO FRACASSADO
FORDLÂNDIA
Hemry Ford |
O grande visionário americano,
fundador do "fordismo", isto é, a produção em grande quantidade de automóveis a
baixo custo por meio da utilização do artifício conhecido como "linha de montagem", já cimentada a
ideia do crescimento vertiginoso da
demanda por automóveis, com consequentemente necessidade de borracha para pneus,
o Henry Ford tinha a intenção de usar Fordlândia para
abastecer sua empresa de látex necessário
a confecção de pneus para
seus automóveis, então dependentes da borracha produzida na Malásia,
na época colônia britânica. Os termos da concessão isentavam a Companhia Ford do
pagamento de qualquer taxa de exportação de borracha, látex, pele, couro, petróleo,
sementes, madeira e outros bens produzidos na gleba. Jorge Dumont Villares,
representante do governador Dionísio
Bentes, conduziu as negociações em visita a Henry
Ford nos EUA. No Brasil O.Z. Ide e W.L. Reeves Blakeley representaram a Ford.
A terra era
infértil e pedregosa e nenhum dos gerentes de Ford tinha
experiência em agricultura equatorial,
acarretando no plantio incorreto das seringueiras – árvores de onde se extrai o látex – plantadas muito
próximas uma das outras, o oposto das naturalmente muito espaçadas na selva,
foram presa fácil para pragas agrícolas, principalmente micro-organismos do
gênero Microcyclus que dizimaram as plantações.
Os trabalhadores das
plantações recebiam uma alimentação típica
norte-americana, como hambúrgueres, instalados em habitações também ao estilo norte-americano,
obrigados a usar crachás e
comandados num estilo a que não estavam habituados, o que causava conflitos e
baixa produtividade. Em 1930, os
trabalhadores locais se revoltaram contra gerentes truculentos, que tiveram que
se esconder na selva até
o exército brasileiro intervir
e restabelecer a ordem.
O governo
brasileiro suspeitava dos investimentos estrangeiros, especialmente na Amazônia,
e oferecia pouca ajuda. Ford ainda tentou realocar as plantações em Belterra,
mais para o norte, onde as condições para a seringueira eram melhores mas, a
partir de 1945, novas
tecnologias permitiam fabricar pneus a partir de derivados de petróleo, o que tornou o empreendimento um total desastre,
causando prejuízos de mais de vinte milhões de dólares.
Com o
falecimento de Henry Ford,
seu neto Henry Ford II assumiu o comando da empresa nos Estados Unidos e decidiu
encerrar o projeto de plantação de seringueiras no Brasil. Através do Decreto
8 440 de 24 de
dezembro de 1945, o
governo federal brasileiro definiu as condições de compra do acervo da
Companhia Ford Industrial do Brasil: a Ford foi indenizada em aproximadamente
US$ 250 000, e o governo brasileiro assumiu as obrigações trabalhistas dos
trabalhadores remanescentes, além de receber seis escolas (quatro em Belterra e
duas em Fordlândia); dois hospitais; estações de captação, tratamento e
distribuição de água nas duas cidades; usinas de força; mais de 70 quilômetros
de estradas; dois portos fluviais; estação de rádio e telefonia; duas mil casas
para trabalhadores; trinta galpões; centros de análise de doenças e autópsias;
duas unidades de beneficiamento de látex; vilas de casas para a administração;
departamento de pesquisa e análise de solo; plantação de 1 900 000 seringueiras
em Fordlândia e 3 200 000 em Belterra..
Após a
desativação do projeto, os antigos trabalhadores da Ford preferiram ficar
estabelecidos na localidade, visto que era dotada de grande infraestrutura.
Isso atraiu também moradores do entorno, que viram a oportunidade de fixar
residência na localidade, após o abandono de muitas edificações em boas
condições.
A economia de
Fordlândia passou a depender, desde então, da agropecuária, do extrativismo e
da pesca. O boom agropecuário ocorreu com maior intensidade
com a abertura, na década de 1970, da rodovia Cuiabá-Santarém, que trouxe para a região uma nova fronteira agrícola.
A fronteira atraiu para o entorno de Fordlândia, na década de 2000, as grandes
áreas cultivadas de soja, transformando profundamente a economia local.[9]
Embora seja
caracterizada na imprensa como "cidade
fantasma", o distrito possui
moradores fixos e permanentes. Em 2010 o IBGE contabilizou cerca de 1200
residentes somente na vila, números que somados ao território total do distrito
chega a cerca de 2000 moradores em Fordlândia.
Forlândia não
foi completamente esquecida. Músicos e escritores já destacaram a utopia de
Ford em suas obras. A cantora e compositora Kate Campbell,
por exemplo, imortalizou Fordlândia e sua decadência em seu álbum de 2008
"Save the Day". Ainda nesse ano, o compositor islandês Jóhann Jóhannsson lançou
um álbum intitulado Fordlandia.
Na literatura, o
historiador da Universidade de Nova Iorque Greg Grandin lançou o livro
"Fordlandia – A ascensão e a queda da cidade perdida na selva de Henry
Ford", considerado um dos cem melhores livros publicados em 2009 pela Amazon. Além disso, um documentário sobre a cidade também foi
desenvolvido pelos brasileiros Marinho Andrade e Daniel Augusto. O escritor
argentino Eduardo Sguiglia lançou o livro "Fordlândia" (Editora Iluminuras,
1997), escolhido como um dos quatro melhores trabalhos de ficção pela The Washington Post (2000).
Fonte: Wikipédia
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