O ENTRUDO
São antigas, muito antigas mesmo, as festas de Momo na Feira de Santana. Elas datam de quando o carnaval ainda era a festa bárbara, denominada de Entrudo, festa que precedeu, no Brasil, como em Portugal, aos grandes festejos carnavalescos.
Diz Luiz da Câmara Cascudo, inegavelmente o maior folclorista brasileiro, no seu “Dicionário do Folclore Brasileiro”, que o “entrudo brutal e alegre viveu até meados do Século XIX”.
Assinala, ainda, Cascudo, que “pelo norte, centro e sul do Brasil o movimento era geral. Água, farinha do reino, gomas ensopavam os transeuntes - águas molhando famílias inteiras em plena batalha”.
O velho jornal “O Comercial”, que por muitos anos se editou na cidade de Feira de Santana, condenava, em 1871, o entrudo feirense, com a seguinte nota:
“O divertimento do entrudo passou nesta vila sem lamentar-se desgraça alguma, graças ao desuso e que vai caindo esse péssimo brinquedo”.
O entrudo permaneceu, entretanto, até 1891, ano em que os jornais locais dão conta das primeiras manifestações carnavalescas.
Em 1877 -- durante o entrudo feirense - no baile das máscaras do Hotel Globo, o moço Francisco Xavier de Macedo recebeu uma estocada e, no local denominado Minadouro desancaram a pauladas a Martin Levino Diego.
Como pode se notar a fama do Minadouro data de longos anos.
O entrudo era, assim, uma festa bárbara, violenta e absurda, precursora do carnaval.
Na Feira de Santana houve muitos entrudos, até que surgisse o carnaval que durou alguns anos, quando então apareceu esta festa magnífica e grandiosa que é a Micareta.
Fonte: Alencar, Helder “ 31 anos de micareta”
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