Carlos Pereira de Novaes |
Bem, eu não sei a quem endereçar este
questionamento, e, portanto, o farei ao poder público, que, ao que parece,
viraram os donos desse nosso país e do povo que aqui vive, pois isto é o que
parece. Por quê?
Bem, eu só vivo na Bahia há trinta anos e quando
aqui cheguei, ia muito
em
Salvador, que era uma cidade bonita e agradável, cheia de praias, onde o povo
cantava, brincava, tomava banhos de mar, de ducha, na beira das praias, e uma
série de atividades corriqueiras até que um dia, não sei quem, vai saber,
provavelmente um mangangão, decidiu e acabou com as barracas das praias e
acabou mesmo e pronto, por que era a lei e pronto e todo mundo teve que ficar
quieto e daí em diante, praia é coisa de desocupado por que não restou nada.
Pêra ai, a praia não é do estado, sei lá, para o
povo usar e se distrair?
Qual é o problema das barracas, que inclusive
mantinham a ordem?
Se elas eram feias, que as melhorem, botem mais
chuveirinhos, plantem mais amendoeiras nas praias, que produzem sombra e parem
com esta estória de coqueiros, que nem daqui é. Ou seja, melhorem sua
infra-estrutura, para as pessoas possam andar de bicicleta e de vez enquanto
tomar uma água.
Agora o tal poder público decidiu que beber é
proibido, até por que eu não conheço ninguém que ande mais de jegue ou de cavalo,
pois isto nem dá, só de carro e quem beber e dirigir é criminoso. Não se
discute. É a lei.
Mas péra ai? Antigamente e até hoje, permanece
aquela velha mania de pedir os documentos, a qualquer hora e a qualquer
momento.
--- Seus documentos! E quando a gente não os tem,
se o guarda não for lá muito educado, ele pode até passar o cacetete entre as
pernas da gente.
Agora, com esta nova super-lei, e isto é o que
parece, eles, além de nos constranger a qualquer hora e mesmo sem motivo, nos
faz parar o carro e nos coage, este é o termo certo, a soprar um bafômetro para
ver se existe vestígio de álcool, não importa a sua origem, se é remédio ou até
um produto da nossa digestão, que em algumas pessoas é muito acentuado, e em caso
positivo, a máquina indica e você, que até aquele momento era um cidadão conspícuo,
vira vagabundo, vai em cana, tem pagar multa e ainda por cima é chamado de
criminoso, isto sem julgamento algum e por um crime de presunção alcoólica.
Ora, coação é crime, eu já fui verificar, e se
negar, é um direito que a lei nos permite, de não nos incriminar e tudo isto
sem julgamento. Na tora.
Ora, se alguém cometeu um ato errado no trânsito,
como matar alguém, isto sim é um crime. Peque-o, julgue-o, na forma da lei e cadeia
nele.
Agora, incriminar milhões de pessoas que não pode
nem tomar um chop com um pastel com leis arbitrárias, impostas na marra, de
cima para baixo?
Se você não fez nada, o poder publico não o direito
de ficar enchendo o saco das pessoas para ver se existe alguma presunção de um
crime, que hoje, é o de uma suposta embriaguês, mas que amanha será com outros supostos
tipos de crimes, observados com roubômetros, mentirômetros, maconhômetros e muitos
outros ômetros, que nos fazem lembrar o escritor George Orwell.
Ora! Pelo amor de Deus! Eu já ouvi comentários que
estão prendendo até as mulheres por causa de teores ridículos de álcool no tal
aparelho?
Afinal, isto é que é a democracia que almejamos?
Feira de Santana, 17 de março de 2013.
Professor
Carlos Pereira de Novaes carlospdenovaes@gmail.com
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