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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

YOANI FALOU

Hugo Navarro Silva


Enquanto se espalhava a notícia de que o prefeito José Ronaldo em sua fala na reabertura dos denominados trabalhos da Câmara declarou que não gastaria na micareta grandes somas do erário, o dinheiro do povo, na contratação das surradas atrações do carnaval de Salvador, atitude que não encontra caminho que não seja o do aplauso, até porque o prefeito  enfrenta dívidas que não esperava e outras e vultosas dificuldades para complicar a vida da nova administração municipal, algumas pessoas se preocupavam com o nome micareta, querendo saber se há lei na sua criação ou se há registro do famoso nome em órgãos competentes, como as marcas de fábrica e  as designações artísticas e comerciais. Feira mostra que fica cada vez mais civilizada e sábia. É um espanto.
A micareta nasceu por acaso. Todo mundo sabe. Não é a primeira do Brasil. Em salvador, em outros tempos, houve festas carnavalescas após-pascoela. Seus “inventores” nesta terra, em 1937, andaram em busca de denominação para o folguedo, que na ocasião não tinha pretensões de perpetuidade. Era remendo de carnaval frustrado. O profº. Antônio Garcia, um erudito, sugeriu a denominação de micarême, tradicional quasímodo das lavadeiras de Paris. Surgiu, então, o nome micareta, ninguém sabe de quem, talvez criação de Oscar Erudilho ou de Oscar Marques.
Enquanto se comentava a fala do prefeito, Yoani Sanchez, mundialmente famosa jornalista cubana, citada até no “Times”, finalmente chegou a esta cidade. Sua estada nestes pagos poderia passar em brancas nuvens e em plácido remanso adormecer. Que poderia esclarecer a respeito do regime político e da liberdade na ilha de propriedade dos irmãos Castro que neste país não é sabido e divulgado?
Desde o seu desembarque no Recife, e, posteriormente, em Salvador, entretanto, a blogueira encontrou, contra a sua interessante e inócua presença, veementes protestos de uns poucos ativos defensores da ditadura cubana, com cartazes, ameaças, ofensas variadas e muita gritaria, alguns até fantasiados de Che Guevara, que tiveram seu momento mais violento no Museu Parque do Saber, à noite, porque a jornalista foi praticamente impedida de se expressar e tornou-se  impossível exibir o documentário “Conexão Cuba-Honduras”, que estava no programa.
Nem a interferência do senador Eduardo Suplicy, que se apresentou como defensor dos direitos de blogueira, conseguiu aplacar os ânimos e não haveria como fazê-lo, porque neste país ninguém leva Suplicy a sério e os manifestantes, os que nem ao menos sabiam corretamente o que estavam fazendo, nem os seus lideres, velhos bagunceiros treinados para a subversão da ordem e loucos para mostrar serviços ao  politburo e à ditadura cubana, estavam dispostos  ao entendimento e à moderação.
No entanto Yaoni falou e foi entendida, graças à imprensa. Se é verdade  que na sua apresentação no Museu Parque do Saber não compreendeu o que lhe perguntavam e nenhum dos presentes alcançou o que ela falava com forte sotaque caribenho, devido à baderna do esquerdistas, sua mensagem ficou clara: quer liberdade para o seu povo oprimido e sofredor.
Diante dos protestos e do desespero alucinado dos manifestantes, Yaoni cresceu. Mais do que simples jornalista lutando em busca de liberdade e democracia para seu povo, assumiu aspectos inesperados. Em outros tempos, poderia ser havida por santa e até canonizada. Nos atuais, cheios de violentos incréus, toca as raias do heroísmo a ponto de fazer sombra a Maria Quitéria e motivar, quem sabe, possível acréscimo de mais uma longa estrofe ao Hino a Feira da professora Georgina. Pena não ter nascido em São José das Itapororocas.

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
 

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