Hugo Navarro Silva |
O jornalista Jair Onofre está a denunciar, no seu blog, o
estado de abandono e decadência da “Praça de Alimentação” implantada durante o
primeiro governo de José Ronaldo, transformada, hoje, na “Praça da Cachaça”, perigoso
sítio onde menores praticam toda sorte de crimes e a maioria dos boxes abre
somente à noite. A “Praça” abriga toda sorte de pedintes, bêbados e desocupados, que do
local fizerem asilo predileto e
perigoso, de onde deve sair boa
parte da criminalidade que se espalha, como praga, sobre toda a cidade.
Quando a Prefeitura criou a “Praça da Alimentação”, no
centro comercial, inspirada, certamente, no que se faz, geralmente com ampla
aceitação, nos modernos shoppings,
visou, principalmente, a facilitar a vida de quem trabalha no comércio,
com a oferta de refeições rápidas e baratas, facilitar o relax após o trabalho
e dar movimento e vida a uma parte central da cidade que se esvaziava
rapidamente após as atividades cotidianas, além de favorecer a criação de pequenos negócios e empregos e
ampliar a possibilidade de renda. Não pretendia inventar um centro de bagunça,
um dormitório de mendigos e vagabundos e um abrigo de criminosos.
A ideia, nos primeiros anos, funcionou. Na “Praça da
Alimentação” houve palcos, espetáculos, variadas apresentações artísticas. O
local tornou-se atraente, animado, principalmente à noite, como ponto de
reunião de amigos e negociantes.
Aos poucos, entretanto, o panorama transformou-se, até
chegar ao estado de degradação que apresenta nos dias de hoje, num tempo em que
muita coisa murchou.
Poderíamos dizer que a Prefeitura, com a mudança de chefia,
deixou de tomar as necessárias providências para preservar, da degradação, a
“Praça”, conservando a natureza dos propósitos que nortearam a sua criação.
Fato é que a Prefeitura tem culpa. Não foi apenas a “Praça da Alimentação” que
decaiu. Culpa maior, entretanto, cabe à falta de policiamento da cidade, que
tem afastado, das ruas, as pessoas honestas, obrigando-as a reforçar portas e
janelas com grades de ferro e a evitar, tanto quanto possível, lugares
públicos, que se tornam cada vez mais perigosos e inóspitos.
A polícia do Estado, por mais homens e veículos que tenha à
disposição de seus serviços (inclusive, recentemente, telefone), conserva
organização comprovadamente ineficaz diante do crescimento do crime, dividida
em duas forças cujas funções nem sempre se completam e o povão dificilmente
entende, cujos interesses nem sempre andam no mesmo trilho, muitas vezes
perdidas em salamaleques que vêm dos tempos de Tomé de Souza.
O fato é que se
faltou interesse da Prefeitura em preservar a “Praça da Alimentação”,
solicitando, entre outras providências, a atenção da Polícia para aquele local,
os serviços da segurança pública, neste país, têm que passar, urgentemente, por
total e completa reformulação, com o abandono das formulas tradicionais e
ineficazes e a aceitação de reforma que lhes dê mais consistência, praticidade
e eficiência.
Para tal, entretanto, seria necessário que a atitude do Papa
(a da renúncia), contagiasse os principais governantes da República, que estão
levando o país para o brejo mas permanecem agarrados aos cargos
como carrapatos-estrela, os micuins, transmissores da perigosa febre maculosa,
que pode matar a vítima.
Hugo Navarro
Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis.
Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte".
Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
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