Evandro J. Sampaio de Oliveira |
Por três vezes fui avisado que tinha de provar que estava
vivo. Toda vez que faço um saque no caixa eletrônico da Caixa Econômica, recebo
um aviso que tenho de provar que estou
vivo. Na primeira vez, fui à agência e disse que estava vivo, recebi um
documento em que a funcionária da Caixa atestava por meio do Sistema, o óbvio.
Mas na segunda e terceira vez não tinha sentido tornar a pedir, com ameaça de suspender
minha fabulosa quantia da aposentadoria de professor. Temeroso voltei a agência
perguntando se “O SISTEMA” tinha aceitado a minha prova de vida, a funcionária disse: “é assim mesmo, não se preocupe”.
Como tenho constatado que o SISTEMA DE INFORMÁTICA DA CAIXA
ECONÔMICA, é peba (no interior,
coisa mal feita) fiquei temeroso da suspensão da minha rica aposentadoria, que
seria um grande problema. Quando se briga com o Sistema estamos liquidados, vai
para a Justiça, Juiz elege perito e vai até o Supremo. Quando fica provado que estava
vivo na época, já não esta mais para receber.
A primeira vez que deparei com “O SISTEMA”, foi quando li “O Processo”
do autor Checa Franz Kafka. A segunda vez quando era diretor do Santanópolis,
mas aí é outra história, contarei outro dia.
Preocupado, transmiti meu temor a um amigo, morador de
Brasília, se tem alguém que sabe tudo de governo são os brasilienses, é lá que
está instalado o foco, de coisas erradas, e os moradores, sabem que têm que se
defender. O conselho veio a galope: “use a tecnologia dos sequestradores”. Os
sequestradores para provar que as vítimas estão vivas, tiram foto com uma
publicação em que aparece a data, neste caso até aquele dia, ”ESTÁ PROVADO QUE
O SEQUESTRADO ESTÁ VIVO”.
Abaixo está minha “PROVA DE VIDA”.
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