As festas
juninas voltaram com tudo após dois anos de Covid-19. E os trios de forró e
artistas regionais estão faturando depois de sofrerem com as restrições a
aglomerações. Muitos Prefeitos espertos
aproveitaram para superfaturar os espetáculos, fazendo os seus “arraiás” com
dias de programação.
Agora,
passados os festejos, é possível que o número de casos da Covid tenha aumentado
com mortes e internações. E a corrupção também.
Antes, as
festas de Santo Antonio, São João e São Pedro, as chamadas juninas, eram de
cunho particular e familiar. Famílias enfeitavam suas casas com bandeirolas e flores
e tinham prazer de receber vizinhos, parentes e visitantes com um licorzinho,
um pedaço de bolo ou mesmo com as comidas típicas como cangica, mucunzá, arroz
doce, milho assado, amendoim cozido, pé de moleque, batata assada, cocadas,
aipim frito e frutas da época. A senha para os estranhos entrarem era a
tradicional pergunta; São João passou por aqui?”
As crianças
brincavam e soltavam fogos em volta da fogueira. E os jovens aproveitavam para paquerar
e pular a fogueira fazendo seus compadrios e adivinhações.
As músicas eram
mais inocentes e cantavam sempre as coisas da natureza, do sertão e do
interior, A figura de Luiz Gonzaga imperava com o seu vozerio e sua sanfona.
Hoje, os
políticos encamparam a alegria e faturam com a festa, trazendo atrações
artísticas e enfeitando ruas e palcos. Aí, o comércio aproveita para vender
bebidas variadas e industrializadas, especialmente a cerveja e refrigerantes,
introduzindo novos hábitos de consumo. Os camelôs e vendedores pongam e montam
barracas para vender churrasquinho, pastéis, doces, bolos, balas, e também as
guloseimas apropriadas.
Os cantores
contratados são artistas que mais aparecem nas televisões com ritmos até
estrangeiros e com letras que retratam dramas pessoais. Predomina o que
decidiram chamar “sertanejo”.
Nessas
aglomerações, não há como não ver o traficante oferecendo as drogas, às vezes,
até abertamente. E há ainda, o assalto e as brigas, destoando do antigo
espírito junino de confraternização.
Essas festas juninas trazidas pelos colonos lusitanos marcavam o início do inverno com seu frio e chuvas e as fogueiras serviam para esquentarem o ambiente e as casas da roça uma vez que a maioria da população era rural. Como a cidade vai atraindo mais moradores, também os costumes vão mudando. Era um tempo de alegria pela colheita nos campos e de se irmanar com parentes e vizinhos.
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