O QUE VI, OUVI e VIVO – sec. XIX, XX e XXI parte1
O porquê do título, séc. XIX. Mesmo com a globalização, a facilidade de viajar atualmente, as sociedades, quanto ao avanço civilizatório, não são uniformes. Temos sociedades que vivem iguais aos séculos dezenove, dezoito, dezessete e até sem sabermos o estado atual de índios amazônicos ainda desconhecidos. Na década de 40 Feira de Santana tinha muito do século XIX, mas minha vivência quanto a isto me lava ao início da década de 40, quando passava as férias em Itaberaba.
MINHA
PRIMEIRA VIAGEM DE TREM
Na minha infância e juventude, sempre passava as férias de fim de ano na cidade de Itaberaba, na casa de meu avô, também na fazenda Cágados.
Itaberaba, foto antiga, praça da igreja, a nossa casa, meu avô Cel. Maninho ficava lado direito da foto. Dia de feira livre. |
Estação Ferroviária de Feira de Santana, hoje o Feiraguai |
Era tudo uma novidade, a começar pelo trem, Feira era um terminal e aí tive a primeira admiração de tecnologia, fui levado para ver a máquina virar de frente para onde veio, posteriormente entendi como funcionava o "Giramundo".
O "GIRAMUNDO" DE FEIRA DE SANTANA, postagem publicada em 19/06/22
O trem era um “Maria Fumaça”, quando passava pelo Tomba o maquinista acionava várias vezes o apito, também na hora de partir. O apito era tão alto e a cidade silenciosa que dava para ouvir em minha casa na Marechal. Os bancos eram de madeira e o encosto era móvel, pois os vagões não viravam de frente para trás, tinha dois vagões, um para passageiros e outro para carga.
Achava tudo bacana, a paisagem, as paradas, em Magalhães tinha uma estação pequena onde tinha umas poucas casas.
A Estação Ferroviária de Cachoeira Grandiosa e São Felix tinha outra de grande porte |
Chegamos em Cachoeira, tudo era maior, a estação do trem, o movimento, os sobrados, o rio Paraguassú, a bela ponte D. Pedro II, foi inaugurada em 1880 que unida a São Felix, onde passa o trem, pedestre, animais e os veículos.
O Hotel Colombo, atualmente em ruinas, com seu imponente três andares, para os olhos de um menino, a mais bela edificação, soube depois que foi onde meus pais passaram “lua de mel”.
Parte das ruinas do Hotel Colombo |
Vapor de Cachoeira |
Vista de São Felix, no Primeiro plano e Cachoeira unidos pela ponte D. Pedro II |
E finalmente luz elétrica da barragem
de “Bananeiras”, feérica, a cidade toda iluminada, até na ponte tinha lâmpadas.
No outro dia tomamos o trem para
Itaberaba, passando pelos lugarejos de Milagres e Iaçú.
Como não tinha cinema muito menos TV,
acho que foi a cidade que me causou maior impacto, junto a Salvador.
Hoje com cinema e TV, todas as cidade são lindas, mas presencialmente trazem mais decepção do que ficar embasbacado.
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