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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sábado, 25 de junho de 2022

CASSINO IRAJÁ

MARILTON MOREIRA DE CARVALHO

Cassino Irajá 

   Localizado na entrada da Rua do Meio, inicialmente foi idealizado para ser um Cassino com roletas e vários tipos de jogos de azar, mas logo no início do governo do presidente Dutra saiu o decreto proibindo todos os jogos de azar no Brasil. Foi uma quebradeira total, muitas cidades viviam exclusivamente do turismo das casas de jogos. Na Bahia, as casas Cipó e Itaparica eram as mais concorridas, mas foram todas fechadas. Oscar Tabaréu, o proprietário do Cassino Irajá, logo teve a ideia de transformar tudo, e imediatamente a casa foi remodelada para atender homens que gostavam de dançar, beber, ouvir boa música e apreciar lindas mulheres.

Foto: Feira em História - O cassino Irajá
     Às dez da noite, a casa estava cheia, com homens bem vestidos, de paletó e gravata, todos admirando as raparigas escolhidas a dedo pelo proprietário da casa, senhor Oscar Marques. Importadas de várias cidades do Brasil, elas eram treinadas a falar o “portunhol”, para que todos acreditassem que elas tinham vindo da Argentina ou do Uruguai, pois isso valorizava o produto. Todas eram mulheres lindíssimas, cheirosas, bem tratadas, sempre com cabelos arrumados, unhas pintadas e bem vestidas.

Ótimas dançarinas de tango, rumba, samba, bolero etc., faziam a alegria de todos, que dificilmente saíam antes de o sol raiar. Na pista de dança, que tinha ao fundo uma orquestra com muitos metais e um cantor que animava o ambiente, Com luzes coloridas para cada ritmo, ninguém ficava parado. Bebendo champanhe, vinho ou conhaque, era na alegria só. Alguns se excediam nas bebidas, outros se apaixonavam pelas raparigas, e aqueles mais apressados, em poucos minutos, as levavam para um quarto ali mesmo.

Oscar Marques, conhecido
 como Oscar Tabaréu.
O Cassino Irajá era frequentado por homens da cidade e de toda a região, funcionários públicos graduados, juízes, médicos, advogados, engenheiros do DNER que estavam empenhados na construção das estradas de rodagens, Feira/Salvador, Rio/Bahia e as demais da região. Quando acontecia o pagamento dos salários, o cabaré enchia. As mulheres corriam para a loja do senhor Ruy, para adquirir novos tecidos e ficarem ainda mais lindas. Muitos frequentadores do Cassino iam lá apenas para apreciar a boa música e dançar, ali era o único canto da cidade onde todos os dias do ano havia uma orquestra e mulheres que sabiam dançar, e que deixavam os homens perdidamente apaixonados.

Vadinho e seus amigos eram frequentadores assíduos, e, mesmo quando não tinham dinheiro para levar uma das garotas para o quarto, apareciam no recinto para dançar ou apreciar a beleza feminina. Tomavam umas doses de Bacardi e ficavam ali a noite a toda. Quando levavam para o quarto, geralmente era alguma recém-chegada, queriam ser os primeiros. Difícil mesmo era não se apaixonar por uma delas.

De vez em quando, Dedé aparecia no Cassino, pedia uma garrafa de champanhe, bebia poucos goles, deixava a moça beber à vontade, dançava um pouco, antes da meia-noite a levava para o quarto, fazia o serviço e voltava para casa. Gostava muito de mulheres, mas pouco de raparigas. Quando Vadinho via o carro do pai na porta do Cassino ou nas proximidades, sabia que ele havia entrado e partia para outra casa.

Ruy, muito reservado, como sempre, nunca frequentou o Cassino Irajá, mas a chefe das raparigas do cassino, dona Celia, levava as moças na loja e apresentava ao senhor Ruy, que não podia ver um rabo de saia. Ele sabia das suas responsabilidades com as duas mulheres, principalmente Bela, que era bastante exigente e não admitia que ele se deitasse com outra mulher sem que fosse ela ou a esposa. Mas, aos cinquenta anos, Ruy não resistia uma carne nova, principalmente quando via um traseiro avantajado e seios pequenos, na loja, depois das cinco horas e quarenta minutos, fechava as portas por d3entro e fazia orgias com as moças apresentadas. Depois presenteava as felizardas com um bom corte de tecidos.


Trecho do livro: 100 ANOS DE AMOR, PAIXÃO E SEXO. "Coisas do amor" LUXÚRIA.  


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