AINDA SOBRE O ZEPELIM

Evandro J.S. Oliveira

     Já contei o dia que junto ao grupo costumeiro no Shopping Boulevard, falei ter visto o “Zepelim”, a cara que fizeram foi constrangedora, pra eles tinha contado uma mentira, por educação não disseram nada. Dias depois outro amigo que fazia parte do grupo, e estava viajando, me encontrou e foi  logo falando: “estava doido para lhe encontrar, quer dizer que você viu o Zepelim e saiu correndo atrás pela Marechal Deodoro... a cara de deboche era implacável, não tive como replicar, mudei de assunto, alguém chegou no momento me salvando do constrangimento.

    Quando cheguei em casa, fui ao “Pai dos burros”, atualmente Google, antigamente enciclopédia.

    Lá estava o motivo da incredulidade dos amigos: o Zepelim esteve pela última vez em Salvador em 1937, ano que nasci.

    Mas como disse antes, nesta pandemia estamos procurando o que fazer e fui pesquisar com mais afinco, e encontrei a explicação, aí fiz uma postagem no Blog: ZEPELIM EM FEIRA DE SANTANA?.    

Mário Moreira

    Primeiro foi Mário Gomes Moreira “Evandro, bom dia. Olhe,  meu pai faleceu em agosto de 1944. Saímos da Rua da Aurora e fomos passar uma temporada fora. Até o fim daquele ano, não saíamos de casa. Em 1945, lembro-me, estava na Praça dos Remédios e olhando para o céu, vi o dirigível parado. Cordas e passageiros apareciam. O formato do dirigível era parecido com um charuto.

Outra lembrança: A Praça estava repleta de pessoas, pois o saudoso Oscar Tabaréu instalou na dita Praça uma pipa cheia de aguardente para quem quisesse beber, comemorando o FIM da Segunda Guerra Mundial.

Em 7 de maio de 1945 - fim da 2ª
Guerra Mundial com  rendição da
Alemanha. Feira comemorando

Depois recebi um telefonema com a voz de uma pessoa idosa: “Espirro (meu apelido de garoto), aqui a Marrone, fui da sua época do Ginásio Santanópolis, estava na 4ª série e você na1ª. Não gosto muito desta tecnologia de Internet, mas meu neto descobriu o Blog do Santanópolis e sempre coloca para eu ver, acompanho sempre. Estou morando há muitos anos no interior do Paraná na cidade (inteligível).

O motivo de ligar foi para dizer que também vi o Zepelim na praça da Bandeira, enorme voando baixo e devagarzinho...”

   

Antônio F.R. Oliveira

    Recentemente em contato com o Pastor aposentado, oitenta e sete anos, Antônio Ribeiro Fernandes de Oliveira, conversamos sobre o BLIMP, nome correto do dirigível[1].

       Ele relatou: “Como você sabe meu pai Tibúrcio, tinha uma farmácia na Praça dos Remédios esquina com a rua Sales Barbosa, todos os comerciantes da região viram, alguns apavorados sem saber porque o Zepelim estava ali.

 

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[1] Zeppelin passou a ser comumente utilizada para se referir a todos os dirigíveis rígidos. wikipedia