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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

HISTÓRIA DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE FEIRA DE SANTANA - VI

JOÃO BATISTA CARNEIRO
 Santanopolitano, Médico, Professor Adjunto de Urologia, Mestre em Ciências Morfológicas. Vice-Provedor da Santa Casa de Misericórdia.

Continuação da postagem: HISTÓRIA DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE FEIRA DE SANTANA - V

O SESQUICENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO DO HOSPITAL D. PEDRO DE ALCÂNTARA DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE FEIRA DE SANTANA ( escrito em 2014)

     A assistência médico-hospitalar de Feira de Santana viverá no próximo ano de 2015 um momento de glória, festa e agradecimento. O motivo é que nessa data a comunidade feirense irá comemorar o sesquicentenário de fundação do Hospital D. Pedro de Alcântara, unidade operacional da Santa Casa de Misericórdia da cidade. O hospital, denominado inicialmente de D. Pedro II, (a mudança do nome do Hospital de D. Pedro II para Hospital D. Pedro de Alcântara somente viria acontecer por proposta do Procurador-Geral, Coronel Juvencio Erudilho da Silva Lima, apresentada e aprovada na sessão da Mesa Administrativa da Santa Casa de Misericórdia, realizada no dia 2 de fevereiro de 1890) foi inaugurado no dia 25 de março de 1865, com celebração na qual a Irmandade, vestindo o seu traje solene e sob o comando do Juiz de Direito Dr. Luis Antonio Pereira Franco (1826-1902), compareceu a uma missa na Igreja Matriz de Senhora Santana na sede da Villa de Feira de Sant’Anna.

Dr. Luiz Antonio Pereira Franco

    Os primeiros passos, para fundação de um hospital na vila, foram dados, em 1852, por iniciativa e proposição do Dr. Antonio Luiz Affonso de Carvalho, ex-juiz do Termo.3 Em 1855, essa proposição ganhou força com a chegada à vila do Dr. Luiz Antonio Pereira Franco, nomeado para o cargo de Juiz de Direito, função na qual aqui permaneceu por 16 anos. Formado em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de Olinda, em 1847, logo em 1848 foi nomeado Juiz Municipal dos Órfãos do Termo da Purificação e em 1850 foi transferido para a Vila de Nazaré onde, além da função de Juiz de Direito, em 1851, exerceu o cargo de Provedor da Santa Casa de Misericórdia, instituição mantenedora do Hospital Gonçalves Martins.

            A visita da Corte Imperial


    Um evento marcante para a história política e social de Feira viria a acontecer no final do ano de 1859. Em viagem às províncias do norte do Brasil, o Imperador D. Pedro II (1825-1891), acompanhado da Imperatriz Tereza Cristina e uma grande comitiva visitaram a Província da Bahia, onde permaneceram entre 6 de outubro a 19 de Novembro.5 Na Bahia, a corte dedicou parte do tempo para conhecer o Recôncavo baiano oportunidade na qual a a comitiva visitou as cidades de Santo Amaro, Nazareth e Cachoeira, além das vilas de Jaguaripe e Feira de Sant’Anna.

    Recebida em Feira, com pompa e festas, a comitiva imperial se dirigiu ao Te Deum na Igreja Matriz de Senhora Santana, após instalação do Paço Imperial na residência do Coronel Joaquim Pedreira de Cerqueira  a situada na Rua Direita, atual Conselheiro Franco. Nesse mesmo dia, o monarca recebeu a comissão composta pelos Drs. Luiz Antonio Pereira Franco, João Ladislau Japiassu, Antero Assis e Sinfrônio Bacelar, Coronel Joaquim Pedreira de Cerqueira, Tenente-coronel Manoel Joaquim Pedreira Sampaio, Capitães Leonardo José Pereira Borges e Vitorino José Fernandes Gouveia e o Padre José Cupertino. Essa comissão “suplicou a S. M. a graça de tomar sob sua Imperial Proteção, um asilo de Enfermos, que se pretendia criar na vila...”

    O pleito, apresentado pela comissão, foi bem recebido pelo soberano que, além de permitir que o estabelecimento fosse designado com o seu nome e para demonstrar o seu efetivo apoio à iniciativa, fez doação de um óbolo, em moeda, no valor de 2:OOO$OOO (dois contos de réis). Demonstrando interesse, o Imperador D. Pedro II visitou um terreno e determinou ao Dr. Bonifácio de Abreu, médico que acompanhava e assistia a Corte na viagem, que ele, além de vistoriar a área, designasse nessa, o exato local onde se deveria construir o nosocômio da Villa de Feira de Sant’Anna, a ser denominado de Imperial Asilo de Enfermos D. Pedro II.

 

O Imperador D. Pedro II e esposa

    Um fato relevante é que, anteriormente à visita do imperador brasileiro, desde 25 de março daquele ano, esse mesmo grupo de cidadãos havia fundado a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia da Villa de Feira de Sant’Anna. Conforme destacado no Compromisso da fraternidade, o objetivo da instituição era exercer a caridade “Fazendo curar em seu hospital os enfermos pobres e desvalidos, e prestando-lhes os soccorros espirituaes de que precisarem” como também “Dando sepultura no Cemitterio, que tratará de estabelecer, quando não possa obter o que já existe nesta Villa, a cargo da Câmara Municipal, os cadáveres, não só dos enfermos de que trata o $ antecedente, mas também de quaesquer indivíduos absolutamente miseráveis e desamparados".

            2. A primeira sede do hospital

    Após a aprovação do Compromisso da Santa Casa pelo Arcebispo D. Romualdo Seixas Dórea (1787-1860), em 19 de abril de 1860 e pelo Presidente da Província, Desembargador Dr. Antonio da Costa Pinto (1802-1880).10 em 13 de maio de 1860, foi dada a largada em prol da construção do hospital. Inicialmente, o provedor Dr. Luiz Antonio Pereira Franco solicitou ao Governo Imperial, em conformidade com a Lei no. 1099 de 1o de setembro de 1860, a concessão de quatro loterias destinadas a arrecadar fundos objetivando a construção do edifício cuja planta foi elaborada pelo engenheiro Trajano da Silva Rego. De acordo com a proposta apresentada os custos estimados com a construção eram da ordem de 26:905$780 (vinte e seis contos, novecentos e cinco mil e setecentos e oitenta réis).

             

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