O PROBLEMA COM O COMPUTADOR

Evandro J.S. Oliveira

   Em 1971 a administração Municipal de Feira de Santana deu um passo gigante no sentido da informatização.     Gilberto Menezes, nomeado pelo então prefeito Nilton da Costa Falcão, Secretário de Administração, criou o Centro de Processamento de Dados (CPD). 

Prefeito de Feira de Santana
1971/1973

    Gilberto, teve uma escola, o Banco Econômico, foi Gerente e Inspetor. O Banco Econômico foi o primeiro banco do Brasil a adotar a informatização. Desde a década de 50 que seu presidente da época, Miguel Calmon, banqueiro muito evoluído, alugou horas vagas do computador do IBGE, centralizando a contabilidade.

Gilberto Menezes

    O CPD da prefeitura tinha a função de fazer a folha de pagamento. Antes era feita na máquina de escrever: centenas de nomes, milhares de dados, nome, cargo... Feira crescia aceleradamente, muitas escolas, consequentemente, professores, funcionários, garis etc. A folha começou a ser difícil, com falhas, muitos problemas e queixas.

    O CPD, começou com pequenas falhas, mas muito mais confiável, e sem atrasos na sua confecção.

          Terminou o mandato de Nilton da Costa Falcão, assumindo o prefeito eleito José Falcão da Silva. O governo de Nilton teve problemas de caixa, em decorrência de grande briga da família Falcão com Governador Antônio Carlos Magalhães. José Falcão da Silva, encontrou poucas disponibilidades financeiras, obviamente as receitas iniciais não cobriam as despesas, ainda mais que se dizia à “boca-pequena”, que dado ao prestígio de Nilton com os comerciantes locais, estes anteciparam o pagamento de impostos, para fazer face as necessidades da Prefeitura, driblando  parte da perseguição de ACM.

José Falcão da Silva

    O primeiro ano do mandato, Zé Falcão, como era conhecido, foi de muitas dificuldades, sem recursos, oposição ao Estado e ao Governo Federal. Para piorar o COMPUTADOR começou a dar defeito, era o mesmo pessoal da administração passada do setor que mexia com o equipamento, e sempre acontecia no fim do mês, exatamente prejudicando a confecção da folha pagamento, por haver mais funcionários revoltados, direcionavam sua ira contra a administração municipal.

    Zé Falcão começou a investir em festas populares, Micareta, São João... Pouco investimento, era o que podia fazer, ao ponto que ganhou a alcunha de “Zé Festinha”.

  

Antônio Barreto

        Um certo dia, procuraram o Secretário de Gabinete do município Antônio Barreto, tinha sumido, pergunta a um pergunta a outro, nada. Até que tempos depois uma servente disse que viu ele acompanhado de “Miguel das Ervas” - grande negociante de ervas para as rezadeiras e curas milagrosas – entrando na sala do CPD.

          Quando abriram a porta do Centro de Processamento de Dados, encontraram “Miguel das Ervas”, cheio de folhas, rezando o computador, para tirar a mandinga que a ARENA colocou contra o governo de Falcão.

          Barreto não entendeu que o matreiro José Falcão da Silva, aplicou um método para fazer Caixa. “Quebrava” o computador e só concertava quinze a vinte dias depois, quando já tinha entrado dinheiro, pagando os funcionários e culpando o computador.

          Nota: JOSÉ FALCÃO DA SILVA, ZÉ FALCÃO, ZÉ FESTINHA, é o inventor da PEDALADA...

Obs: texto sobre este tema, já foi publicado no Blog Santanópolis e Jornais de Feira de Santana. Mas a pedidos, estamos para replicando, como não possuía a publicação, refiz de memória, obviamente com pequenas diferenças.