Franklin Maxado é bacharel em Direito e em Jornalismo, poeta, ex-Presidente da AFL-Academia de Letras de Feira de Santana e também do IHGFS- Instituto Histórico e Geográfico, ex-diretor dos museus Regional de Arte e Casa do Sertão, além de ter trabalhado em vários jornais da Bahia e de São Paulo
(franklinmaxado@gmail.com )
Os folhetos que identificam a chamada Literatura de Cordel
agora estão evoluindo para livros grossos de capa dura ou brochuras devido ao
ganho de um novo público, mais abonado, culto e exigente. Já estão chamando de
“Cordelivro” que é volume contendo coletâneas, antologia, seleções ou reunião
de casos populares, embora mais revisados e com ilustrações mais elaboradas.
Está entrando no gosto do burguês, penetrando e sendo discutidos em universidades
e vendidos nos âmbitos de livrarias, exibidos em cartazes, catálogos, mostruários
e em painéis de plásticos ou na Internet.
Enquanto
isso, seus verdadeiros leitores, ou gente do povo, estão indo para o telefone celular
e consumindo postagens de notícias, casos, memes e outras coisas que atiçam a curiosidade.
É uma comunicação rápida e visual sem precisar de muito esforço para ler e
pensar.
Tal
fenômeno retratamos agora no prefácio que nos foi pedido
pela Nordestina Editora para a
sua publicação “Nova Antologia de Cordelistas Baianos” que traz folhetos de 30 autores, inclusive de Maxado Nordestino e do seu editor, o poeta Zeca Pereira. É,
desse modo, o que podemos chamar de um “cordelivro” tal o volume e formato.,
como vamos apresentar no lançamento virtual da FLIFS- Festival Literário de Feira
de Santana, no próximo dia 23 de setembro.
A Literatura
de Cordel sempre foi sofreu metamorfose,
mudando e se adaptando com as formas der Comunicação, antes, eram os casos, as
cantigas e os romances contados, cantados ou declamados. Ou folhas de papel
manuscritas. Depois, com o advento da Imprensa em tipografias, puderam ser
impressos e vendidos em feiras e locais públicos. Depois, surgiu a “off set”, a
xerox e outros métodos de impressão.
Também,
puderam ser transmitidos no rádio, bem como depois na televisão.
O Cordel foi
se adaptando e mudando sua apresentação para disco cd, pendrive, etc. Mas o telefone celular numa época de rapidez
faz com que um novo público de valor o consuma como se fosse do seu universo de
interesse, o livro propriamente dito. Aí, claro, que sua linguagem fica mais trabalhada,
com ilustrações mais elaboradas entrando até a cor. O limite entre o popular e o
erudito se dilui e é possível que o folheto sucumba e vire marca de uma época como
já aconteceu em Portugal, na Espanha, França. Alemanha, Itália, Holanda e em
outros países.
No Brasil, resiste e, talvez, se metamorfoseie muito mais e por muito mais tempo.
Publicação concomitante com o BLOG DAFEIRA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário