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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 24 de março de 2021

TÓPOS E KRONOS - VI

RONALDO SENNA – Mestre, Doutor, Antropólogo, escritor, professor aposentado: Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Católica de Salvador (UCSAL).
 

PASSADO E FUTURO SUSTENTÁCULOS DO PRESENTE


          Se futuro é passado avassalado

          E passado futuro renascido,

          O presente um pressuposto refreado

          Que formata o fenômeno acontecido

 

          E, assim, a trialidade

          Fronteiriza o pensamento,

          Nascendo o desejo e a vontade

          De viver cada momento.

 

          Por tudo isso, é imprescindível

          Crer no que é incrível.

          É consolidar rituais.

 

          Sem mito não existe história

          Sem rito não haverá memória

          Sem eles o sempre é jamais.

 

TRIALIDADE TEMPORAL: A SILHUETA DA ETERNIDADE

Instalar-se na trialidade do tempo ajuda o homem a se alojar no centro do mundo. Assim, quando coloca a sua reflexão na base do cosmos, põe, desta forma, a existência a seu serviço. Ideologias, crenças e cogitações, incrustam ordens, tanto objetivas quanto subjetivas, nas certezas e esperanças que violentam as dúvidas. É necessário, portanto, coordenar e regularizar os ditames na tentativa de perenizar as prescrições.

A ordenação contínua é tão necessária que as sociedades não tem feito muito mais que isso. A nível ideológico, nem parece que necessitam fazê-lo. Na verdade, sentem-se satisfeitas compreendendo o presente e o passado, não tendo muita importância, para o sentido da vida, se esse passado é uma concretude ou um dado por suposto. É real para aqueles que dele necessitam no ato de se firmar como um referencial na ordem da vida.

Apesar de tudo isso, de todo o esforço para a temporalizar o mito, o passado, no entanto, de certa forma, morreu. As faces do sido e do sendo se equilibram na elaboração do imaginário. O passado sido é o referencial da memória, o passado sendo é o presente anterior que convive com o cotidiano.

Torna-se imperativo, como consequência da interação entre esses planos, que o presente tenha que ser vivido, incluindo os elementos no passado que cruzaram com os umbrais da morte. O tempo e o espaço precisam ser reinventados. O presente é o passado recriado. 

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