Cironaldo Santos (Ciró) Santanopolitano |
É com imensa tristeza que registramos a passagem do empresário Antônio da Silva Mascarenhas (“Tonheiro”), ocorrido em Salvador, no dia 07 deste mês. Uma notícia que chocou e atingiu em cheio o coração da tradicional família e sociedade feirense, o que nos levou a dedicar um espaço para falar um pouco da trajetória de vida marcada por muitas boas lembranças que ficaram entre nós da parte desse ilustre amigo que se ausentou.
Ele, que juntamente com o seu irmão José Olímpio Mascarenhas (Zé do Ó), com quem “Tonheiro” foi se encontrar cravaram seus nomes, deixaram marcas e bons exemplos de convivência no seio da sociedade feirense e também no desenvolvimento com sucesso da atividade empresarial.
José Olímpio da Silva Mascarenhas (Zé do Ó) Antônio da Silva Mascarenhas
(Tonheiro). Os dois na festa "Encontro dos Santanopolitanos".
Filhos de Anacleto Mascarenhas,
uma marca de tradição no comércio local em sua época, os dois ainda jovens
deram prosseguimento na conduta e nos procedimentos herdados do pai.
Revolucionaram o mercado varejista da cidade na década de 60 do século passado
com a loja “VISÃO MODA MASCULINA”,
ao dinamizar a venda pelo crediário com a utilização do “Carnê”. Era muito
difícil naquela época você encontrar um jovem na cidade que não fosse ou que
não tivesse sido cliente da ‘Visão”.
“Tonheiro”,
dinâmico na
área comercial, era um verdadeiro especialista no setor de compras e nas
promoções que promovia a agitar o comércio local. Dono de um olho clínico e um
bom gosto afinado na seleção das confecções, atualizadíssimo com o que ocorria
em torno da moda masculina no Brasil e no mundo.
A “Visão” sempre chegava à frente da concorrência quanto aos últimos
lançamentos da moda publicados nas principias revistas especializadas do ramo.
Muito presente no eixo Rio/São Paulo marcando presença e acompanhando as
ocorrências nos bastidores, mantendo Feira de Santana atualizada com o que
ocorria no mundo da moda na cidade maravilhosa. Enquanto que seu irmão “Zé do Ó”, como era carinhosamente
tratado em sua vastíssima roda de amigos, na retaguarda, cuidava do setor
administrativo/financeiro da empresa.
Com o passar do tempo, “Tonheiro” decidiu se mudar para
Salvador, onde mantinha seus negócios até os últimos dias de vida. Todos
aqueles que conheciam “Tonheiro”, uns
mais de perto, outros um pouco mais distantes, sentiram muito a passagem de uma
pessoa meiga, amigo fiel, um alegrão, sempre muito de bem com a vida.
“Pois
é, a vida continua. Entretanto, tem uns que passam e nada deixam. Tem outros
que passam e se tonam mais um que se foi. Enquanto que tem outros, assim como
esses dois, que deixaram lembranças de muitas coisas boas que semearam, serviram
de exemplo e cativaram todos aqueles que os conheceram”.
Como também o seu irmão “Zé do Ó”, que deixou a marca
registrada no convívio social da
cidade ao idealizar e promover, na condição de diretor social do Clube de Campo
Cajueiro, a realização pelo CCC de um dos bailes mais luxuosos e famosos da
Bahia com repercussão a nível nacional, muito elogiado pelas inúmeras atrações da
TV brasileira que abrilhantavam com suas presenças o saudoso baile do “CAJÚ DE OURO”. Entre eles o
inesquecível “CHACRINHA” que, no seu
retorno ao Rio de Janeiro, deu amplo destaque a Feira de Santana, inclusive com
participação da diretoria do CCC no programa de auditório mais famoso da Rede
Globo e de maior audiência da televisão brasileira em sua época, a “DISCOTECA DO CHACRINHA”.
“Tonheiro” gostava de esportes e era
presença constante para assistir aos jogos de futebol de salão que eram
praticados no ginásio do Tênis. Era nosso fã e gostava de nos ver atuar, quando
estava na cidade não perdia um jogo, o que motivou e ampliou o espaço para nos
aproximar ainda mais desse cidadão que passamos a conhecer mais de perto, uma
pessoa muito querida e admirada por todos. O seu caráter e a sua imagem serão
sempre lembrados por todos aqueles que tiveram, assim como nós, o prazer de
conhecer e de conviver com esse verdadeiro “GENTLEMAN”.
Descanse
em paz, companheiro!
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