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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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domingo, 6 de dezembro de 2020

ESCOLA PRIMÁRIA EM FEIRA DE SANTANA: DO SÉCULO XIX METADE DO XX

Feira de Santana: sua História em breves palavras

Já faz parte do nosso conhecimento sobre à origem da cidade de Feira de Santana, por meio de vários estudos já realizados a exemplo de Neide Cruz, sobre o Instituto Gastão Guimarães 50 anos de educação (1977); Assis, Luiz Fernando da Silva: Feira de Santana, seu passado seu presente seu futuro (2000); Barros, Maria Leda Ribeiro de Almeida, Stela borges de. Escola Normal de Feira de Santana:  fonte para estudos de história da educação (2001); Cruz, Roberto Seixas da, Mestras e mestres para o sertão, (2004) entre outros.

Sem querer ser repetitiva no que se refere a origem da cidade, toma-se, contudo, necessário inseri-la aqui, mesmo em breves palavras, para melhor compreensão do estudo a que nos propomos apresentar.

A cidade de Feira de Santana originou-se na Fazenda dos Olhos D’Água, localizada no caminho do gado que ligava o interior da Bahia a Salvador. No final do século XVII, constituía-se numa das fazendas do Arraial de São José das Itapororocas, pertencentes ao português Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa que nela se instalaram no começo do século XVIII. Aí construíram uma capela em homenagem a Santa Ana e São Domingos e este local tornou-se um ponto de encontro de viajantes vindos da capital e de outras localidades do sertão. Tomando como referência Cruz e Silva (1977, p. 17) as autoras mostram-nos que os pernoites e as paradas transitórias dos viajantes que partiam do porto de Cachoeira, onde se abasteciam dos vários gêneros de que necessitavam, adentravam-se pelos sertões e de lá traziam, para cá, outras mercadorias que deveriam ser embarcadas naquele porto. Este fato possibilitou o desenvolvimento de uma feira periódica em Santana dos Olhos D’Água, mediante os pousos mais prolongados, visto que os viajantes ao invés de irem para Cachoeira encontravam-se aqui com os intermediários daquela Vila. Muitos devem ter fixado residência na Fazenda Santana dos Olhos D’Água, surgindo assim o povoado na primeira metade do século XVIII. Dessa forma, a feira deu o seu nome à atual Feira de Santana. A princípio era conhecida como a Feira de Santana dos Olhos D’Água e depois chamou-se simplesmente Feira de Santana.

Outros estudos realizados a exemplo de Barros e Almeida (2001) sobre o assunto demonstram que, na segunda metade do século XIX , o povoado de Feira de Santana já reclamava o despontar de um grande centro comercial do Estado da Bahia, fundado na feira de gado e de produtos agrícolas, para o qual se dirigiam boiadas do Piauí, Goiás e Minas Gerais. E notório que o seu crescimento e consequente transformação em Vila alcançou, em 1833, sua emancipação político-administrativa da vila de Cachoeira da qual fazia parte. A feira tornou-se cada vez mais importante, ficando conhecida em todo o Nordeste brasileiro.

Devemos ressaltar que a situação geográfica privilegiada do município, entre a costa e o interior e, como principal via de acesso para o sertão e para o Recôncavo, contribuiu para colocar Feira de Santana como uma das mais importantes comunidades da Bahia.

Em 1914, o jesuíta europeu J. S. Tavares em sua passagem por Feira de Santana assim a descreve

[...] Gente a cavalo, acompanhadas dospagens e muito gado atulham todas as estradas, em direção à feira, por entre o ciclo matinal da viração embalsamada. Dentro do comboio os grupos dos marchantes discutem as probabilidades dos lucros, a animação do último mercado e a alta dos preços e das cargas os cestos cheios de verduras e frutas diversas - melancias, jacas, abacaxis, cocos, pinhas, maracujás, umbus e enfiadas de frutos de licori, a modo de rosários. Outros abrem as broacas ou caixas retangulares forradas de couro cru, onde trazem a farinha de mandioca para vender à razão de 2$200 rs., os 20 litros. Os sacos cheios de feijão de várias qualidades formam várias filas; [...] empanadores, olaria, gaiolas cheias de passarinho, papagaios presos em suas piozes, juntos de elegantinhos saguis, e, assim mesmo, calçado sertanejo, chinelos de couro com lavores entalhados. As doceiras sem conto, assentadas no solo, apregoam a bondade dos doces, cocadas e pasteis que lhe enchem os tabuleiros, como se elles não bastaram a desafiar a golodice dos rapazios e dos gastrónomos. Entre todos brilham os alvos beijus, na feição de hóstias encoscoradas, (Tavares, 1914, pag. 218).

O relato acima mostra que Feira de Santana nasceu e foi se tornando ao longo da sua História uma cidade comercial de natureza agropecuária. O seu processo industrial se deu lentamente, caracterizando-se como doméstica, ou de manufaturas sem muito conhecimento tecnológico. Até o início do século XX o desenvolvimento da indústria restringia-se à transformação de matéria prima agrícola.

Na direção do crescimento político, económico, social, as décadas de 1940 e 1950 viram surgir acontecimentos importantes em Feira de Santana: um grande desenvolvimento de estabelecimentos industriais em virtude do crescimento demográfico da população; o progresso dos transportes, e a deflagração da Segunda Guerra a qual tornou difícil a importação de produtos manufaturados. Um outro fator de crescimento a considerar foi a construção de estradas no Estado e a construção da Rio-Bahia que transformaram a cidade de Feira de Santana num grande eixo do sistema rodoviário do Estado, favorecendo o desenvolvimento social e económico do município. (Poppino (1968)

Apesar do seu ritmo de crescimento, até os anos 50-60 do século XX, as transformações ocorridas não influenciaram de forma marcante, para que a cidade saísse da característica de população predominantemente rural. Porém, pouco a pouco, ela vai adquirindo traços modernos a ponto de se configurar na segunda maior cidade do Estado da Bahia, considerada a porta de entrada do sertão baiano com todas as problemáticas sociais que decorrem do desenvolvimento.

A partir da década de 70, Feira de Santana se constitui palco de transformações significativas. Isto se deve à implantação do Centro Industrial do Subaé, o que contribuiu para ampliar suas características de cidade entroncamento, atraindo imigrantes de todas as regiões, por oferecer condições de trabalho. Nessa mesma década, é criada a Universidade Estadual de Feira de Santana, influenciando a região onde está inserida. Estudiosos, como os já citados, nos remetem a dados dos anos de 1980, mostrando que a população da cidade, na época, já era 80% urbana.

E nesta configuração que Feira de Santana vai se delineando e se desenvolvendo em todos os aspetos políticos, sociais, económicos e educacionais, tomando-se a cidade mais importante do Estado da Bahia depois de Salvador.

 
 A Escola primária de Feira de Santana no contexto da educação escolar brasileira no século XIX.

E no cenário rapidamente descrito que a escola de Feira de Santana é criada por volta da segunda metade do século XIX. Embora as facilidades educacionais da época fossem melhor desenvolvidas do que mesmo os serviços públicos aí existentes, a educação no município não acompanhou, até então, o seu desenvolvimento. Ao falarmos sobre o assunto, toma-se necessário situá-lo no contexto mais amplo da educação escolar brasileira no período.

Atualmente, mais precisamente, a partir dos anos de 1990, muitos estudos como Souza (1998), Faria Filho (2000), Ribeiro (1999) apontam para a riqueza de discussões realizadas no século XIX, em várias províncias, sobre a necessidade de escolarização do povo brasileiro, principalmente das ditas “camadas inferiores” da sociedade. Fato esse, que resultou em inúmeras legislações, nem sempre cumpridas. Ao lado dos limites político e cultural dessas discussões, havia a baixa capacidade de investimento nas províncias em prol da educação.

Em vista disso, o próprio processo de escolarização no período imperial “impõe a relativização do papel e do lugar do Estado nesse processo”. Mesmo assim, a presença do Estado era muito pequena. (Faria Filho, 2000, p. 135). Os amplos debates das Assembleias Legislativas Provinciais dirigiam-se na busca da organização legal da educação escolar, mas a escola, até então, não possuía uma representação social de destaque.

Dizia-se, segundo o autor, que, nas primeiras décadas do Império, os governos estabeleciam ou mandavam criar “escolas de primeiras letras” para generalizar, por um lado, os rudimentos do saber ler, escrever e contar, por outro lado, não era pensada uma relação dessa escola com outros níveis de instrução: o secundário e o superior. A escola para os pobres, mesmo em se tratando de brancos e livres, não deveria ultrapassar o aprendizado das primeiras letras. Instruir as classes ditas inferiores da sociedade era pensada como uma das principais estratégias de civilização do povo brasileiro. Dessa forma, a instrução era tarefa do Estado e, ao mesmo tempo, condição de existência desse Estado e da Nação. A instrução era, portanto, um meio de reunir o povo para o projeto de país independente, criando também as condições para uma participação controlada na definição dos destinos da Nação brasileira. Assim, após a independência, em 1822 e em todo período do século XIX, as discussões sobre educação giravam em torno da importância e da necessidade de criação da escola, assim como da institucionalização da instrução elementar1. Estava presente, também, a ideia de um sistema nacional de educação. Nesse clima, o Imperador lança em 01/08/1822 um Manifesto contendo promessas em que a escola teria o estatuto de uma necessidade básica. Declara D. Pedro I:

“Cidadãos de todas as classes, mocidade brasileira, vós tereis um código de instrução pública nacional, que fará germinar viçosamente os talentos deste clima abençoado, e colocarão a nossa Constituição debaixo da salvaguarda das gerações futuras, transmitindo a toda Nação uma educação liberal, que comunique aos seus membros a instrução necessária, para promoverem a felicidade do grande Povo Brasileiro” (Fernandes, Rogério. P.31).

Posteriormente à mensagem do Imperador, é promulgada a Constituição de 1824 que rezava garantir a todos os brasileiros o direito à educação primária ou elementar. Com base na Constituição, foi criada a Lei de 15 de outubro de 1827 na qual estava incluso no seu artigo , que dizia: “em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos haverão escolas de primeiras letras que forem necessárias”. Muitas outras leis foram estabelecidas no Império, visando “normatizar a instrução pública no município da Corte”. (Faria Filho, 2000, p 137). Na prática, as Leis foram pouco cumpridas. 

Reconstituição do rosto de
D. Pedro I oglobo.globo.com

Abrimos um parêntese para assinalar que a Lei de 15 de outubro de 1827, única lei geral sobre o ensino elementar permaneceu até 1945 (Ribeiro, 1987). Portanto, 118 anos depois a lei foi reformulada. Esta situação revela o quanto pouca atenção e pouco interesse dos poderes públicos eram dados à educação escolar.

Retomando a Lei de 1827, é nesse contexto que aqui também se discute a necessidade de escolarização para o povo de Feira de Santana. O povoado já era considerado em constante crescimento o que lhe oportunizou, em 1833, a elevação de Vila, independente de Cachoeira à qual estava ligada do ponto de vista político-administrativo, (Cruz, 1977, p. 18), como já nos referimos anteriormente.

De acordo com a referida Lei, Feira de Santana fazia parte das vilas e lugares mais populosos e por isso com direito à criação de escolas primárias ou elementares. No entanto, as escolas primárias criadas aqui, por Ato do Conselho Geral da Província da Bahia, em 19 de maio de 1830, foram apenas duas para rapazes: uma no então povoado de Feira de Santana e outra na Capela dos Humildes. (Braz do Amaral 1937), Mais tarde, foi criada uma escola para meninas. Em 1835, a Câmara de Feira de Santana solicitou ao governo provincial a criação de escola de gramática latina, mas nada foi feito.

Por volta de 1853, cento e vinte e seis rapazes e dezoito meninas frequentavam as duas escolas públicas na sede do município, enquanto só vinte rapazes estavam matriculados na escola dos Humildes. Em 1859 o número de escolas no Município cresceu para nove escolas públicas primárias para rapazes com atendimento para duzentos e cinquenta e dois alunos, enquanto que a matrícula para meninas se elevou apenas a vinte e três. (Braz do Amaral, 1937).

Esses dados nos levam a crer que a educação para meninas não era considerada importante. Os pais que assim pensavam colocavam suas filhas em escolas particulares ou, os mais ricos como fazendeiros e negociantes, escolhiam preceptores (padres e capelães) para instruir os filhos. Na verdade, estes eram enviados para Salvador ou Rio de Janeiro a fim de fazerem o curso secundário. Um outro aspecto a ressaltar é que a grande

de 1873 (Assis, 2000, p 24).

Por outro lado, estudos realizados por Popino (1968) revelam que, em todo o transcurso de 1860 a 1950, já na República, a educação não favoreceu a mais do que um pequeno número da população o que comprova haver em 1860 apenas quatorze escolas públicas em todo o município. Destas, onze escolas elementares para meninos localizadas nos distritos rurais, enquanto que na sede havia apenas uma escola elementar para cada sexo e uma escola de gramática latina para rapazes, fechada por falta de recursos.

A estrutura escolar do Município começou a crescer, ainda timidamente, a partir de 1872, chegando a 1889, entrando, portanto, na república, com um total de dezenove escolas provinciais, sendo cinco na sede e as restantes distribuídas entre distritos e povoados. No decorrer das primeiras décadas do século XX, a rede escolar continua muito precária com a maioria da sua população analfabeta. Segundo Silva (1977 Almeida 2012), a educação, nesse período, era considerada via de acesso ao prestígio. Em vista disso, as elites se preocupavam para que a escolarização direcionada ao povo não ultrapassasse o ler escrever e contar.

Escola Antiga. (wwwflickr.com)

Estas escolas não eram totalmente gratuitas. A matrícula dependia do pagamento de uma taxa, e podemos lembrar que a situação permaneceu até as primeiras décadas da segunda metade do século XX. Isto se deve à incapacidade do poder Municipal em manter as instituições escolares. Poucos recursos, poucos esforços dos governantes não se fizeram sentir para favorecer à população escolarização, tanto primária como de nível secundário.

Os autores estudados deixam claro que a instituição escolar não surgiu no “vazio deixado por outras instituições”. A escola teve de “inventar, de produzir o seu lugar próprio e o fez através de debates com outras instituições da vida social”. O discurso sobre a importância da educação estava presente na maioria dos debates parlamentares com leis, projetos, planos, muitas vezes sem sucesso. Assim, o Brasil, suas cidades e povoados, incluindo Feira de Santana, caminhavam para o século XX com a maioria da população analfabeta, cuja estrutura escolar feirense não atendia sequer a expansão das primeiras letras.

Nesse contexto, em 1930 com Getúlio Vargas na Presidência da República, o Estado reconhecia a necessidade de expandir o sistema principalmente, para as áreas rurais. É nesse período, quando da instalação do Estado Novo (1937) - ditadura do Presidente Vargas - que é projetado um programa de construções escolares para Feira de Santana. Após a ditadura de Vargas, em 1946, a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia permite aos municípios assumirem com o Estado o sistema escolar público. Então, foram instaladas nos distritos vinte e uma escolas rurais para ambos os sexos. A educação escolar, do ponto de vista quantitativo, soífeu um avanço significativo: em 1950, Feira de Santana possuía cinquenta e cinco escolas estaduais e sessenta sob a manutenção da Prefeitura de Feira de Santana (Popino, 1968).

Se perguntarmos onde funcionavam as escolas, Faria Filho (2000 p.40) responde: No decorrer do século XIX, as escolas funcionavam na casa da professora, nas fazendas, em espaços muito precários, muitas vezes alugados e pagos pela própria professora. Na mesma sala de aula estudavam vários alunos com idades e níveis de aprendizagem ou de conhecimento diferentes. Eram as classes multisseriadas3 existentes, principalmente na zona rural.

Aqui também, em nossa cidade, esse modelo de escola, vindo do século acima referido, permaneceu por muito tempo, em até algumas décadas da segunda metade do século XX. Podemos constatar esse fato mediante um trabalho realizado, em 2003, na área de História da Educação com professoras alunas do curso de Pedagogia para as séries iniciais do Ensino Fundamental da Universidade Estadual de Feira de Santana. (Menezes e Seixas 2003). O trabalho visou conhecer as histórias de vida escolar destas professoras, as quais fizeram o curso primário na década de 1970. Nos seus relatos, as escolas onde estudaram tinham as seguintes características: funcionavam em espaços improvisados; salas isoladas em casa das professoras ou em fazendas; espaços cedidos pelos pais dos alunos e mesmo cedidos por instituições religiosas ou ainda a partir da doação de terreno por particulares onde a Prefeitura construía uma sala de aula, principalmente, na zona rural. Em uma única sala estudavam vários alunos de todas as séries e níveis diferentes. Também classes multisseriadas.

Como se vê, esses depoimentos deixam claro que, em plena segunda metade do século XX, permanecia, na organização escolar, elementos existentes do modelo de escola do século XIX.

No campo da organização dos espaços escolares, as discussões acerca da importância da instrução escolar do município tomam-se cada vez mais intensificadas, o que vai favorecendo, passo a passo, a construção de espaços escolares imprescindíveis para o seu funcionamento.

A Escola Normal de Feira de Santana

Fica evidente que, em virtude das exigências oriundas do próprio desenvolvimento económico, político e social do município, o Estado criou, em 1926, a primeira escola de ensino médio - Escola Normal de Feira de Santana.

Como dissemos anteriormente, aposição geográfica de Feira de Santana transformou-a num importante entreposto comercial e na segunda cidade mais importante do Estado da Bahia. Esta situação de convergência foi responsável pelo aumento progressivo da população e pelo desenvolvimento político e económico o que levou a escolha de Feira de Santana para uma das sedes da criação de Escolas Normais prevista na Lei n° 1.846 de 14 de agosto de 1925.

Não é objeto desse estudo tratar sobre a Escola Normal de Feira de Santana, tendo em vista a existência de trabalhos aprofundados sobre o tema, a exemplo do livro de Cruz (1977) entre outros mais recentes. Mas, como forma de mostrar o nexo com a educação escolar primária no que se refere à necessidade de formação de professores, algumas passagens serão aqui evidenciadas.

Não é objeto desse estudo tratar sobre a Escola Normal de Feira de Santana, tendo em vista a existência de trabalhos aprofundados sobre o tema, a exemplo do livro de Cruz (1977) entre outros mais recentes. Mas, como forma de mostrar o nexo com a educação escolar primária no que se refere à necessidade de formação de professores, algumas passagens serão aqui evidenciadas.

A Escola Normal de Feira de Santana veio como resposta à urgência da formação de professores competentes para assumirem a prática docente das escolas elementares em ascensão no Estado da Bahia, assim como pela importância que a cidade representava para a circunvizinhança do ponto de vista comercial, cultural e educacional. A sua criação foi publicada no Diário Oficial do Estado de 29 de janeiro dc 1926, por decreto do Governador Francisco Marques de Góes Calmon com o seguinte teor: “O Governador do Estado da Bahia no uso de sua atribuição resolve localizar uma das escolas normais criadas pela Lei n° 1 846 de 14 de agosto de 1925 na cidade de Feira de Santana” (Seixas, 2004). Foi inaugurada festivamente em Io de junho de 1927. Devemos registrar a participação relevante do educador Anísio Teixeira quando à frente dos destinos da Instrução Pública da Bahia. A frente dessa importante função, Anísio Teixeira visa implementar um sistema público de escola primária, propondo mudanças na forma tradicional da escola de ler, escrever e contar da época do Império, para um ensino fundamentado em novas bases teórico-práticas calcadas no ideário da Escola Nova2. Visava formar professoras para resolver problemas referentes ao analfabetismo, assim como para resolver problemas quanto a criação de prédios escolares. (Barros e Almeida, 2001) Era a intenção de Anísio Teixeira transformar Feira de Santana num polo de referência educacional da região.

AEscola Normal constituiu-se como um fato marcante na história social e educacional da cidade sempre envolvida com a formação do (da) professor(a) primário(a) que, àquela época, as escolas estavam sob a responsabilidade de professoras leigas, razão pela qual seu objetivo maior era formar professores e professoras para alfabetizar as populações rurais do Município e das cidades do seu entorno. A escola Normal tornou-se um polo de grande influência na região, conhecida como um centro de formação.

Maiores detalhes e aprofundamento são desenvolvidos por professores citados neste texto.

Irani Rodrigues Menezes

Transcrito da Revista IHGFS – Feira de Santana -  Nº 16 








































   

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