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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 14 de maio de 2014

ESTÓRIAS DAS COPAS DO MUNDO DE FUTEBOL POUCO CONHECIDAS – 1

Evandro J. S. Oliveira
 Em 1958, o Brasil estava se preparando para a Copa do Mundo de Futebol, na Suécia. Houve uma estória estranha, dizia-se que nós nunca seríamos campeões do mundo, por a seleção estar recheada de jogadores negros, e os árbitros, predominantemente europeus e racistas. Não lembro como chegou aos meus ouvidos tamanha estapafúrdia, mas a sequência dos acontecimentos começou a colocar dúvidas.
De Sorde
Senão vejamos, começou com a escalação da equipe: Gilmar, branco, inquestionável; na lateral direita foi colocado De Sordi, branco, no lugar de Djalma Santos negro, que só jogou a última partida, mesmo assim foi escolhido como lateral direito da seleção da Copa; Beline, branco, merecido; Orlando, branco, também sem questionamento; Nilton Santos, idem; Dino Sani, branco, volante; Didi, negro, o reserva Moacir era mais negro que Didi; Joel, branco, ponta direita; Mazzola, louro, centroavante; Dida, branco, meia ponta-de-lança; Zagalo, branco titular até a Final. Em resumo a equipe que estreou contra a Áustria só tinha um negro Didi.
Dino Sane
Acima a escalação da primeira partida, o Brasil ganhou da Áustria por 3x0.
Diziam que depois, Nilton Santos, Didi e Gilmar, tinham muita influência na seleção reuniram-se com a comissão técnica, Ernesto Santos, Carvalhal e o técnico Feola. Ponderaram que o time não era esse, faltavam vários jogadores. Parece que houve acordo. Aos poucos foram dadas condições de jogo aos atletas que estavam fora da equipe: entrou Zito, saiu Dino Sani; Garrincha no lugar de Joel; Vavá substituiu Mazzola; Pelé no lugar de Dida e finalmente Djalma Santos no lugar de De Sordi.
Quando Orlando Peçanha foi técnico do Fluminense de Feira, tive oportunidade de perguntá-lo se era verdade, ele respondeu que na concentração houve um zum-zum-zum sobre o assunto, mas ele era novato na seleção, não fazia parte dos líderes.
Há pouco tempo a televisão Globo colocou no ar uma série sobre a vida de Juscelino Kubitschek, há uma sequência em que entra um ministro, aficionado por futebol e declara: “Juscelino, colocaram um dentista como psicólogo, e resolveram evitar jogador negro no time. Aquele negrinho espetacular do Santos não vai ser titular”.
Se esta estória é verdadeira ou não, o que interessa é que quando houve a miscigenação racial, retrato do autêntico povo brasileiro, a equipe abriu as portas da supremacia. Retirando o pesado complexo frente aos brancos europeus.

Nota: foi a única seleção sul-americana que foi campeã no continente europeu, e nunca uma seleção europeia foi campeã em território americano.


Time que disputou a final contra a Suécia ganhando de 5x2

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