Hugo Navarro da Silva |
Tudo indica que o pessimismo e a sensação de insegurança que
varrem o país, girando em torno dos desacertos do governo federal, sua política
econômica e das maracutaias que estão
surgindo de sua brava gente, famosa pela tremenda sede com que vai ao pote,
estão gerando efeito resumido na
expressão “salve-se quem puder” e nos faz lembrar, mais uma vez, a velha
história do navio sob ameaça de naufrágio.
Já havia indícios de pânico e de entrincheiramento no corpo
do ex presidente Lula, considerado um dos sete sábios não se sabe de onde,
alguns dos quais já colhidos e recolhidos pelo processo que recebeu o nome de
“mensalão”, que tanto incômodo e estragos provocou no seio das hostes
governistas.
Agora, deputados do PR, importante partido da base, que leva
a sua quota de culpas nos desacertos governamentais, pedem, desesperadamente, a
volta de Lula, como tentativa válida para tapar os buracos do barco e talvez
salvá-lo do iminente desastre de que não escapará se prosseguir na atual rota
de colisão com a opinião pública a esta altura apavorada com o futuro do país,
ampliando o coro dos que andam a chorar saudades, os criadores do “volta Lula”,
como se a presidência da república fosse
a “casa de noca” desse grupo que não pode esconder incontroláveis voracidades, e
lembra outro movimento, o do “queremismo”, que deu até música de carnaval, com
a marcha que dizia: “Pega o retrato do velho/ Bota no mesmo lugar.” O movimento
não apenas resultou em tragédia, com o suicídio do presidente, como deu início aos acontecimentos que culminaram
com a revolução de 1964 e agora anda em busca de santos, mártires e heróis para
os altares da Pátria, com a denominada “comissão da verdade”. O movimento,
entretanto, ao contrário do que se possa imaginar, não está esgotado. Ainda vai
dar panos para as mangas principalmente se o país continuar a jogar cabra cega
com a economia e insistir nos rumos que vem dando, desde os tempos do Lula, à
política externa.
O queremismo lulista, tão enganoso e perigoso quanto o getulista,
não pode esconder que muitos dos males e perigos que atualmente ameaçam o povo
brasileiro começaram no governo do presidente Lula e estão sendo fortalecidos e
ampliados na atual gestão, atualmente atolada nos chamados programas sociais (resultados
da natural evolução do mundo moderno), e no tamanho exagerado do governo para
amparar a sua base de sustentação com
toda espécie de gente, sem cuidar
de outros setores como os da produção industrial e expansão do comércio
exterior, em consequência do que fica a raspar o fundo do tacho, insistindo na tentativa de escamotear, do povo, dados econômicos
e criar falso clima de euforia, segurança e progresso,
que não mais encontra amparo no seio da população, que sente, a cada instante, crescerem as dificuldades motivadas
por fatores de que se considerava livre, a exemplo da inflação.
O fatos estão levando o povo do desencanto ao pessimismo.
Sem enxergar caminhos, demonstrando pouco entusiasmo em torno das próximas
eleições, fica a população à espera de mudanças
oriundas da varinha de condão que é o voto popular. Guiado pelo fiapo de esperança do voto, o
povo da Bahia imaginou mudanças radicais no Estado com a possível vitória da oposição
e a eleição de nomes confiáveis para o governo e para o Senado. A oposição, nos dois casos acertou.
Despertou insignificantes repulsas e consideráveis entusiasmos que amorteceram
e se transformam em desânimo e revolta quando foi divulgado o nome do candidato
a vice governador. Foi a gota de querosene na feijoada da oposição, que ficou
sem roupa para a festa eleitoral, como no caso do samba de Noel. A oposição, na
Bahia, perdeu mais do que roupa. Jogou fora a credibilidade.
Hugo Navarro da
Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis.
Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte".
Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
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