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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

ANO NOVO, PREOCUPAÇÕES CRESCENTES


Grandes acontecimentos estão programados para o Ano Novo no país. Normalmente seriam motivos de ufanismo, lucros e esperanças em qualquer lugar. No Brasil de hoje, entretanto, Copa do Mundo e eleições presidenciais resultam em graves preocupações e incertezas. Não é a inquietação do pessimismo em momento que deveria ser de euforia e festas. É a reflexão com o que ocorre no momento e suas possíveis repercussões no futuro próximo.

A Copa do Mundo de 2.014 foi apontada como grande conquista do governo. Sua realização poderia ser euforizante droga para povo e provocaria inédita movimentação no setor de obras públicas com a construção de estádios suntuosos e caros, ampliação de aeroportos e a conquista de mil outros equipamentos capazes de satisfazer os milhares de turistas que por certo deverão desembarcar nestes pagos ensolarados, além de outras serventias, sabe Deus quais, já que eleições para a presidência estarão próximas, necessitando, mais do que nunca, de vultosos financiamentos. É verdade que não se vai fazer nem metade do que necessário seria em matéria de urbanismo e mobilidade urbana. Mas, o que ficar pronto deverá render o suficiente para campanha eleitoral tranquila, resolvendo problemas conforme costumes que vão ficando arraigados na política nacional.

Não se levou em conta que entre a desastrosa Copa de 1950 e a de 2014 muita coisa ocorreu. O desastre de 50 despertou, no brasileiro em geral, ganas de conquista e desejo de vitória, satisfeitos, plenamente, quando impusemos, ao mundo, em várias ocasiões a superioridade de nosso futebol. Não faltaram slogans, músicas inflamadas, apelos patrióticos com afirmações de que  somos os reis do futebol, criando a embaladora crença de que finalmente conquistamos um lugar no mundo, somente tisnada com os acontecimentos da Copa da França, em 1989, quando, minutos antes da partida final, um dos principais jogadores brasileiros, atualmente propagandista da FIFA, deu chilique espumante, debateu-se como epiléptico e a seleção brasileira praticamente entregou o jogo para a glória eterna da nação francesa, que necessitava desesperadamente de uma vitória porque estava às vésperas de mais um  centenário da Revolução de 1789. Ninguém conseguiu explicar, de fato, o que aconteceu, resultando em que há muito “herói”, ainda vivo e falante, a merecer mais investigação do que os elogios que sempre aparecem.

Depois do desastre de 50 a seleção brasileira foi campeã em várias oportunidades, somando um total de cinco conquistas que provocaram entusiasmos levando alguns clubes, na tentativa de imitar a Europa, às culminâncias dos gastos e  aos salários sem limites, que  resultaram no pobre futebol que hoje se pratica neste país de  clubes quase falidos e equipes medíocres, devendo a deus e ao mundo mas, principalmente, ao governo,  tendo que vender, para o exterior,  tentando escapar da falência, os melhores jogadores,  e formar  equipes de nomes de pouca fama,  craques decadentes e futebol discutível. Dos grandes técnicos que reinaram no Brasil com salários gigantescos, poucos estão em atividade, substituídos por auxiliares não muito exigentes em matéria de ganhos.

O povo brasileiro, ligado em futebol como poucos no mundo, perdeu muito do antigo interesse por seleção  que de brasileira tem, apenas, o rótulo. A grande maioria dos torcedores está é preocupada com o destino dos clubes nacionais, todos com orçamentos limitados, tempo escasso para a disputa dos próprios campeonatos e a certeza de redução da renda já que a Copa do Mundo tomará boa parte do ano.

A Copa não é mais artigo de primeira necessidade. Quem a viu como reforço eleitoral pode ter superado algumas dificuldades. Não todas, entretanto, como a da periclitante economia nacional que começa a  desabar sobre a cabeça do povo.
 
Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
 
 
 

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